Por Fernando Castilho
Segundo a teoria do dispensacionalismo, no Livro das Revelações, conhecido como Apocalipse, está escrito que quando Jesus voltar se dirigirá primeiramente ao povo judeu porque ele é o povo escolhido por Deus.
Repararam
que o templo de Salomão da Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo possui
arquitetura e decoração interna que procuram reproduzir o original da Jerusalém
antiga antes de sua destruição por Nabucodonosor II após o cerco de
Jerusalém de 587 a.C.?
Repararam também que o bispo se veste paramentado como sacerdote hebreu, inclusive usando o kippa (uma espécie de boina redonda utilizada pelos judeus tanto como símbolo da religião como símbolo de temor a Deus) e longa barba, como se fora ele o próprio Rei Salomão?
Sempre
me perguntei o porquê disso, uma vez que a Universal ostenta o slogan Jesus
Cristo é o Senhor e, pelo que sabemos, os judeus não cultuam Cristo por não
acreditarem em sua existência.
Recentemente
foi divulgado que há um grande movimento neopentecostal no mundo todo,
originado nos EUA que aproxima os cristãos de Israel.
Foi
por pressão desses grupos que Donald Trump decidiu transferir a embaixada
americana de TelAviv para Jerusalém, desagradando muçulmanos.
Foi
também por pressão dos evangélicos do Brasil que Jair Bolsonaro se aproximou de
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, prometendo fazer o mesmo que
Trump e arriscando-se a comprometer exportações volumosas para países árabes em
troca de menos de 1% que Israel importa de nosso país. Afinal, Bolsonaro se
elegeu com grande apoio dos evangélicos.
Não
via lógica nisso, até que li um artigo falando de dispensacionalismo.
Dispensacionalismo é o nome desse movimento que procura aproximar os neopentecostais de Israel, um
estado cujo povo não reconhece Jesus Cristo. Mas no que se baseia? Qual sua
lógica?
Segundo
um artigo divulgado por esse grupo, no Livro das Revelações, conhecido como Apocalipse,
está escrito que quando Jesus voltar se dirigirá primeiramente ao povo judeu
porque ele é o povo escolhido por Deus. E justamente por isso, os judeus serão
os primeiros a entrar no reino dos céus. E passarão, então, a acreditar em Jesus
Cristo como o filho do pai.
Em
seguida, irão para o Paraíso aqueles que deram apoio ao povo de Israel, ou
seja, os crentes neopentecostais, claro.
Há
ainda a ideia de que a vinda de Jesus pode ser apressada desde que Israel ocupe
mais rapidamente os territórios ocupados, ou seja, dominem toda a terra
prometida. Essa é uma das explicações para o genocídio que o primeiro-ministro
de extrema-direita ora empreende contra o povo palestino.
E
isso só será conseguido se todos apoiarem já Netanyahu, como fazia Bolsonaro.
Esse é o motivo de sempre aparecerem bandeiras de Israel nas manifestações a
favor do ex-presidente.
É
como se um garoto se aproximasse do pior menino do bairro, dono da bola,
somente para fazer parte do time de futebol que ele lidera.
Achemos
absurdo ou não, ilógico e fundamentalista ou não, loucura ou não, essa é
realmente a explicação para essa aproximação entre cristãos e israelitas.
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