Por Fernando Castilho
Nas eleições presidenciais de 1989 a Rede Globo de Televisão promoveu um debate no 2º turno entre os candidatos Fernando Collor de Mello e Luís Inácio Lula da Silva, em que o primeiro revelou nesse debate um assunto de caráter íntimo familiar de Lula: um filho fora do casamento.
Nas eleições presidenciais de 1989 a Rede Globo de Televisão promoveu um debate no 2º turno entre os candidatos Fernando Collor de Mello e Luís Inácio Lula da Silva, em que o primeiro revelou nesse debate um assunto de caráter íntimo familiar de Lula: um filho fora do casamento.
O debate ocorreu até altas horas, o que
impossibilitou que muitas pessoas o assistissem. Por isso, a Globo
fez uma edição, apresentando seus ''melhores momentos'' no Jornal
Nacional do dia seguinte. A edição mostrava um Lula atrapalhado e
apagado (devido ao golpe baixo sofrido)e um Collor senhor de si. Isso
influenciou fortemente o eleitorado, sendo responsável pela vitória
de Collor.
De lá para cá ocorreram muitos outros debates. E
também muitas pesquisas de opinião.
Os partidários de um ou outro partido, quando em
posição vantajosa, costumam dar credibilidade aos Institutos de
Pesquisa. Quem está em posição desvantajosa, ao contrário,
invariavelmente questiona os resultados.
É o que vinha ocorrendo com relação aos
eleitores de Dilma Roussef até recentemente. Esfuziantes,
comemoravam sua vitória já no 1° turno.
Ilusão.
As pesquisas vinham levantando a bola de Dilma
propositalmente. Um índice que, embora de certa forma embasado pelos
vários programas sociais e várias obras acontecendo em todo o país,
soa um tanto alto demais, visto que a mídia tem se empenhado em
atacá-la diariamente.
Esse é o tipo de manobra que faz com que os
militantes se descuidem e se acomodem, contando com a tranquila
vitória de seu candidato.
Mas vejam, em momento algum vimos Aécio ou Campos
desesperados ante a iminência da derrota. Pelo contrário. Eles tem
levado a campanha em banho maria, falando alguma bobagem aqui,
participando de jantares com empresários ali, etc..
Por outro lado assistimos recentemente uma
verdadeira campanha pelo golpe, vinda da própria mídia, que sem
pudores, reconheceu publicamente em editoriais, os ''ganhos'' obtidos
pelos militares nos 21 anos de ditadura por que passamos.
Agora a tática se fecha.
O Datafolha acaba de colocar nas ruas uma pesquisa
eleitoral, em que faz 47 perguntas (isso mesmo, 47!) ao entrevistado,
antes de perguntar sua preferência para Presidente.
Entre essas perguntas estão indagações sobre o
que as pessoas pensam sobre as manifestações ocorridas
recentemente, sobre o caso Pasadena, sobre a Copa, inflação,
segurança, entre outras.
Tudo claramente formulado para influenciar o
entrevistado antes dele declinar seu voto.
A mesma estratégia foi adotada em 2010 pelo
Instituto Sensus.
Na época, a própria Folha questionou o resultado
da pesquisa alegando que um Instituto de Pesquisa não poderia fazer
perguntas antes de fazer a pesquisa propriamente dita.
Além
disso, a ONG Movimento dos Sem Mídia, do blogueiro Eduardo Guimarães
(Blog da Cidadania) apresentou representação à Procuradoria Geral
Eleitoral contra todos os grandes institutos de pesquisa devido ao
fato de que é crime forjar ou manipular pesquisas eleitorais.
''A
Procuradoria acolheu a representação do Movimento dos Sem Mídia. A
então sub procuradora-geral-eleitoral, Sandra Cureau, determinou
abertura de inquérito na Polícia Federal para investigar quem
falava a verdade, se o Datafolha ou Sensus e Vox Populi, pois o
primeiro instituto dava 10 pontos percentuais de vantagem para Serra
e os outros dois diziam que o tucano e a petista estavam empatados.
''
A
Matéria do site Muda
Mais
revela
bem o golpe que o Instituto está aplicando à nação brasileira. O
resultado da pesquisa será divulgado no próximo domingo.
Não
é a toa que o mercado está agitado. Ações tem subido em virtude
desse resultado.
Mas
como o mercado tomou conhecimento do resultado de uma pesquisa que
está ainda sendo realizada?
A
resposta é simples: Tá na cara que foi feita de encomenda para que
a oposição, encabeçada por Aécio Neves, que representa as elites
do país, suba na pesquisa enquanto Dilma cai.
Esperemos
que, se o fato se confirmar no próximo domingo, o PT entre com
representação para anular a pesquisa.
Elém
disso, todos temos o dever moral de denunciar aqueles que, sem
propostas de governo, sem votos, sem possibilidade de se eleger,
lançam mão de golpes sujos como esse que está se desenhando.
Cartoon: Pataxó
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