Por Fernando Castilho
Charge: Pataxó - pataxocartoons.blogspot.jp
Tal qual a famosa esfinge que teima em ficar à frente das três grandes pirâmides do Egito, Queops, Quefren e Miquerinos, Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima é um mistério.
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Tal qual a famosa esfinge que teima em ficar à frente das três grandes pirâmides do Egito, Queops, Quefren e Miquerinos, Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima é um mistério.
Vejamos:
Marina nasceu em família muito pobre no Acre. Teve que ser empregada
doméstica para sobreviver. Comeu o pão que o diabo amassou. Na
pobreza e na necessidade, foi acolhida pela Igreja Católica, através
do então bispo do Acre, Dom Moacyr Grechi, que a acolheu na casa das
irmãs Servas de Maria.
Apesar
de ter sido acolhida na necessidade pela Igreja Católica, resolve se
transferir para o culto evangélico Assembléia de Deus.
Podemos
perceber aí que a gratidão e a fidelidade não são seu forte.
Marina
depois se engajou no movimento sindical, tendo sido companheira de
luta de Chico Mendes e com ele fundou a Central Única dos
Trabalhadores (CUT) do Acre, em 1985.
Após
o assassinato de Chico Mendes em 1988, o nome de Marina Silva só se
fez crescer.
Foi
vereadora, deputada e senadora.
Depois
disso, Marina foi Ministra do Meio- Ambiente no Governo Lula.
Temos
que reconhecer que em alguns embates dentro do governo, Marina tinha
razão. Principalmente quando a mesma se desentendeu com Roberto
Mangabeira Unger, então Ministro da Secretaria Especial de Assuntos
Estratégicos da Presidência da República, devido ao fato da
Coordenação do Plano Amazônia Sustentável (PAS) ter sido
destinado à Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos.
Embates
houveram também com a então Ministra de Minas e Energia, Dilma
Roussef. Conciliar produção de energia com garantia de preservação
do meio-ambiente é tarefa complicada, necessita-se de paciência
política e conciliação.
A
situação começou a ficar insustentável para ela. Saiu. Marina
Silva foi para o PV. Pelo PV disputou a eleição a Presidente da
República, tendo sido derrotada por Dilma.
Marina
resolve sair do PV para ''ir ao encontro de uma nova política''.
Resolve, então fundar seu próprio partido, a Rede Sustentabilidade.
A
Rede não conseguiu, por ineficiência da militância, ou por
ineficiência dos cartórios (que já deveria ser prevista), ou por
fraudes mesmo nas assinaturas, seu registro em tempo hábil.
Alega que teve a mão do PT nisso. Teria o Governo dado ordem aos
cartórios para não reconhecer as assinaturas em tempo? Difícil
crer que os cartórios, que respondem diretamente ao TSE, Tribunal
Superior Eleitoral, cujo presidente era Marco Aurélio Mello, tendo
entre seus juízes Gilmar Mendes, cumprissem tal ordem.
Marina
decide então, sozinha, sem consulta a seus pares, sem nenhuma
conversa, ingressar no PSB.
Por
que não resolveu se abster dessa próxima disputa, organizando seu
partido, consolidando-o, dando-lhe uma cara para que, em 2018 se
apresentasse forte para uma disputa presidencial? Traiu seu Partido.
Deixou queixos caídos.
Percebemos,
pela sua trajetória aqui descrita, que Marina é pragmática. Vai
pulando de galho em galho até encontrar o que mais lhe convém. Nada
errado nisso, posto que muita gente o faz. Mas deixar as pessoas que
a apoiaram a chegar num determinado degrau, falando sozinhas é
demonstração de puro oportunismo.
Marina
deixou falando sozinho o bispo que a acolheu na Igreja Católica, o
Presidente Lula que a investiu no poder de ministra o PV que ofereceu
sua legenda para ela e seus seguidores da Rede Sustentabilidade.
Entra
no PSB de Eduardo Campos. Falou em pensar sua posição dentro do
partido mais para a frente.
Marina
apareceu na última pesquisa Datafolha com 27% em um dos cenários.
Interessante, pois apenas duas semanas antes, em pesquisa do Ibope,
tinha 9%.
Marina
agora acabou de assumir seu lugar de vice-presidente na chapa de
Eduardo Campos do PSB. Por enquanto esse arranjo não tem valor
legal, uma vez que a convenção do partido ainda não ocorreu.
Campos
tem demonstrado grande afinidade com seu concorrente Aécio Neves do
PSDB, inclusive com propostas (propostas?) muito semelhantes.
Torna-se uma espécie de genérico ou cover de Aécio. Na hipótese
de um 2° turno irão se fundir. Esse seria o verdadeiro casamento e
não Eduardo-Marina.
Pelo
que Aécio vem falando, suas propostas para o Brasil serão
impopulares. Um governo neoliberal, com cara de FHC. Se vencer,
teremos corte no reajuste do salário mínimo, privatização da
Petrobrás, entre outras medidas.
Ao
que parece, a candidatura de Campos não vinga mesmo, passando a ser
daqui pra frente uma espécie de balão de ensaio para 2018.
Marina,
ao confundir suas ideias com as de Campos e Aécio, abandona de vez
sua reputação socialista e engrossa as fileiras dos
neoconservadores.
No
final, após o 1º turno, romperá com Campos e voltará aos seus
companheiros de Rede, sendo recebida de braços abertos.
E
o que restará será o segredo da esfinge decifrado.
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