Erros
cometidos em sequência pelo inexperiente, obsessivo e apressado juiz
Moro podem ter desencadeado a virada de jogo para Dilma e Lula.
Quem tem pressa come cru (dito popular)
A vingança é um prato que se come frio (provérbio Klingon)
Esta
semana dois fatos ocorridos em sequência dão indícios de que o
jogo político possa estar virando.
Em
primeiro lugar o juiz Sérgio Moro cometeu dois erros estratégicos
na sua pressa em prender Lula e obter seu grande troféu de caça.
A gênese dos erros foi a condução coercitiva feita à revelia da lei uma vez que o
ex-presidente não havia se recusado a depor.
A
ação cinematográfica desagradou a classe jurídica do país e
incendiou a esquerda que compareceu em grande número às
manifestações do dia 18, não só para defender Lula mas,
principalmente para denunciar o golpe e defender a Democracia.
Depois
foi a divulgação ilegal do grampo (este também ilegal) plantado em
Dilma para interceptar sua conversa pessoal com Lula. Nada de mais no assunto tratado nessa conversa mas a Globo tratou de usar a retórica de Bonner et caterva
para dramatizar a informação no sentido de criminalizar o diálogo.
O
ministro do STF, Teori Zavascki, após entrevista de seu colega, ministro Marco Aurélio Mello, que não poupou críticas a Moro, e indignado com a postura autoritária
e arbitrária do juiz de Curitiba, ordenou que as investigações contra Lula
fossem encaminhadas ao Supremo.
Na
prática não significa que o ex-presidente deixe de ser investigado.
Ocorre que ninguém está acima da lei e se há indícios de
corrupção, Lula deve ser investigado. Porém, o que Moro pretendia
era pura e simplesmente a prisão de Lula com ou sem comprovação de crimes. O que Zavascki fez foi legalizar o procedimento.
O
segundo fato importante foi a sequência de fatos iniciada depois que
a mídia anunciou que Marcelo Odebrecht forneceria delação premiada à Lava Jato.
No
mesmo dia o MPF divulgou uma lista da Odebrecht com 316 nomes de
políticos de vários partidos.
Na
planilha constam nomes de peso como Aécio Neves, José Serra, Paulinho
da Força, Renan Calheiros, Eduardo Cunha e outros, inclusive os que
estão na comissão do impeachment de Dilma na Câmara.
O
Jornal Nacional falou da lista mas resolveu não citar nenhum dos
nomes para não parecer que estaria escolhendo a dedo alguém. Alegou
também que o simples fato de na lista conterem doações da empresa
não significa que elas seriam ilegais.
É
por demais óbvio que se constassem da lista os nomes de Dilma e Lula, Bonner os citaria em alto e bom som e a matéria ocuparia todo o espaço do jornal.
Ato contínuo, o juiz Moro mandou recolher a lista e a colocou em sigilo de
justiça. Ou seja, não ouviremos mais falar dela porque ela é
inadequada às pretensões do magistrado, afinal, 316
políticos é muita gente.
A
mídia acaba de divulgar que a delação de Odebrecht não vai
acontecer. Lógico.
A
Folha, através da coluna Painel da editora Natuza Nery, afirmou que
pessoas ligadas à Lava Jato, já tratam a operação como estando no
''começo do fim'', justamente por ter citado um número grande de
nomes. Ou todos eles se unem para dar um fim às investigações ou
para a derrubada final de Dilma.
Este
blog já especulou não sem nenhuma base que uma vez impedida Dilma e
preso Lula, a operação cessaria pois seu objetivo já teria sido
alcançado.
Fica
agora tudo muito claro.
Só
que agora fica mais difícil atingirem seus objetivos escusos uma vez
que estão sendo desmascarados a cada dia.
A
planilha divulgada se constitui num elemento muito forte que pode provocar a mudança de opinião de alguns que embarcaram ingenuamente nessa história
de golpe, uma vez que ela pode ser tratada como uma espécie de
atestado de idoneidade de Dilma e Lula.
Dilma,
Lula, o PT e a esquerda em geral têm que aproveitar já este momento
para divulgar a todo o país o que realmente querem os golpistas
citados na lista.
Ou
seja, a hora de virar o jogo é agora.
José Wilson
ResponderExcluirMuito bom