Charge: Aroeira |
Perdemos
um tempo imenso na elaboração de uma boa Constituição a servir de
guia para nossos atos, mas agora ela já não serve mais para nada.
Não temos mais Constituição. Somos um país sem lei. E com a ética
dos bandidos. De toga ou sem.
Amigos,
é bastante difícil neste momento usar a razão para escrever este
texto. É tanta sordidez, que à todo instante o fígado e o coração insistem em ser
protagonistas.
Portanto, a charge que fala por si só, do Renato Aroeira, com um humor extremamente refinado, serve não só para ilustrar o texto, como também como um unguento.
Não
é preciso descrever todos os detalhes do que fizeram com Lula. Tudo
já foi publicado na grande mídia e nos blogs, ditos sujos.
O
quadro é extremamente grave.
A
condução coercitiva foi uma provocação do juiz Moro e tenho
certeza que a mando da Rede Globo.
A
mando mesmo, inclusive com possível ligação de seu presidente
Roberto Irineu Marinho, com direito a um ''não perca tempo! Faça
já!'' E não foi só porque Moro recebeu prêmio da Rede Globo, mas
sim porque ele é lacaio da mídia e da oposição.
Lula
mexera com uma abelha ao mencionar o tríplex dos Marinho e esta lhe
deu uma ferroada vingativa.
A
ferroada atingiu a parte posterior da jararaca mas a boca continua
bem ativa. E como.
O
ex-presidente é um animal político ferido. Virou fera. E usou seu
urro justamente para inflamar a militância e uni-la ao seu lado.
Mas
se a abelha não matou Lula, causou-lhe uma inflamação bastante
dolorida.
A
operação toda foi por demais espalhafatosa e repercutiu na mídia
estrangeira onde foi recebida com espanto. Lula não é um
ex-presidente mequetrefe, mas sim uma celebridade fora do país,
tendo o reconhecimento de grandes chefes de estado.
Aécio
Neves, o homem por trás do helicóptero com 450 quilos de pasta de
coca, do aeroporto construído em terras do tio-avô e das 3 delações
que impunemente já sofreu, apressou-se em afirmar que Lula é um
caso de polícia. O chato dá dor de estômago.
Mas
o que mais contribui para o surgimento de uma gastrite é ver uma
multidão de pessoas que não são ricas, não fazem parte da chamada
elite, que tiveram suas vidas melhoradas durante o governo de Lula,
xingarem-no e exigirem aos berros sua prisão.
A
mídia há muito tempo se tornou niilista. Não tardou para que toda
uma turba também niilista fosse formada. Pior, na medida em que
renegam a Democracia, tornam-se fascistas. Uma ralé, nas palavras de
Hanna Arendt, como a que deu suporte a Hitler.
O
STF, que deveria ser o guardião da Constituição, agora volta-lhe
as costas e criminosamente a trai.
A
alcunha com que a Nação sempre foi conhecida e, que pelo menos nos
governos Lula e Dilma foi esquecida, volta agora com força total.
Somos mesmo uma República das Bananas.
Perdemos
um tempo imenso na elaboração de uma boa Constituição a servir de
guia para nossos atos, mas agora ela já não serve mais para nada.
Não temos mais Constituição. Somos um país sem lei. E com a ética
dos bandidos. De toga ou sem.
Mas
é preciso que uma luz comece a iluminar os passos desses moleques
que agora se arvoram no direito de governar de fato o país.
Se
Dilma fosse presa sem provas, teríamos certamente resistência, mas
não tenho certeza de sua real eficácia.
Mas
se Lula for preso, sem o devido processo, sem o devido julgamento,
sem as necessárias provas, haverá um banho de sangue no país. Não
estou exagerando, mas se alguém achar que estou, é bom começar a
se alfinetar para verificar se está vivo.
Em
1954 o povo, em grande número de pessoas, saiu às ruas para
manifestar sua revolta, mas só depois que Getúlio Vargas se
suicidou. O fato estava consumado, nada mais haveria que se fazer.
Mas
Lula não se suicidará. E ao contrário daqueles tempos, o Partido
dos Trabalhadores, os sindicatos, os movimento sociais, a CUT, a FUP.
o MST, todos já estão entrando em prontidão.
Se
agora há uma crise econômica no país, que aos poucos vem se
arrefecendo, se agora há uma crise política profunda, eleve-se
essas crises exponencialmente e não saberemos o que acontecerá à
Nação.
Moro,
Globo, oposição e fascistas sentirão na pele a inconsequência de
seus atos.
Gente
com capacidade intelectiva menor poderá confundir com ameaça.
Mas
será apenas a consequência natural dos fatos.
Com
licença, vou tomar agora um remédio para o estômago.
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