segunda-feira, 13 de abril de 2015

Começa agora o segundo mandato?

Por Fernando Castilho


Clarice Lispector
A porta do hospício foi aberta novamente em 12 de abril.

Por ela, além de saírem os loucos que querem a volta da ditadura, saíram também hipócritas que não protestam contra a corrupção do PSDB, que não protestam contra a falta de água em São Paulo, gente de mau caráter que não vê mal nenhum em se mandar bilhões de reais para fora do Brasil sem recolher impostos e manipulados que não estão nem aí para o PL-4330 da terceirização.

Uma verdadeira salada geral cheia de vermes e com gosto ruim.

A mídia, como sempre, bem que fez o possível para levar mais gente aos protestos, divulgando-os a semana inteira, e até convidando pessoas para mandarem mensagens por what's up para as redações de jornais informando a quantas ia a manifestação em suas cidades.

Mas não deu.

O Datafolha em 15 de março afirmou que havia na Avenida Paulista 210 mil pessoas, enquanto a Polícia Militar estimou em 1 milhão.
Desta vez, o instituto cravou em 100 mil o número de manifestantes, ao passo que a PM afirmou que havia 275 mil.

Algo está bem errado aí, não?

Bem, o certo é que os protestos diminuíram e tendem a murchar aos poucos.

O Governo parece que comemorou o fato.

Mas há motivos?

Até agora, desde que tomou posse, a presidenta Dilma praticamente só adotou três medidas acertadas em meio à várias outras polêmicas: a nomeação de Renato Janine Ribeiro para o MEC, de Edinho Silva para a Secretaria de Comunicação Social e a escolha do vice, Michel Temer como articulador político do Governo. Só.

Porém, nenhum dos três teve tempo ainda para mostrar a que vieram.

Então, não há fato novo positivo para que o Planalto se sinta novamente com boa saúde política para enfrentar a mídia, a oposição e os vários movimentos da direita que apareceram na esteira dos protestos.

Na semana passada a PL-4330 que trata da terceirização de atividades-fim foi aprovada pela Câmara.

Não há ainda por parte da população trabalhadora, consciência plena das consequências dessa lei para o seu futuro.

A mídia, a quem caberia esclarecer o povo, não o faz, uma vez que também tem interesse em terceirizar.

Então, percebam, há um grande espaço vazio aí que pode e deve ser ocupado por Dilma. Cabe à Secom e mesmo à presidenta ir aos órgãos de mídia explicar em linhas gerais, do que o projeto trata.

Que vá às rádios, às TV's, aos jornais, dê entrevistas coletivas, faça o enfrentamento, dê nome aos bois, ou ratos que se fingem amigos dos trabalhadores, como o Paulinho Pelego, explique que quem se beneficia são somente os empresários e demonstre que está do lado dos trabalhadores, como seu partido. O dia 15 de abril, quando haverá um ato nacional contra o PL-4330 seria uma data perfeita. Se alguém bater panelas serão os patrões.

O Governo tem a obrigação de não ficar aguardando que o Senado aprove o projeto.
Se for aprovado o PL vai para Dilma para que ela assine ou vete. Provavelmente ela o vetará, mas o Congresso tem o poder de derrubar o veto.

Imaginem o desgaste político disso.

Mas se Dilma, o PT e a CUT tomarem a frente, há tempo e esperança de que, ao ser pressionado, o Senado não o aprove.

Daí sim, haverá dividendos creditados à presidenta progressista que não deixou que a CLT fosse rasgada e que os trabalhadores perdessem seus direitos.

E Eduardo Cunha e Renan Calheiros, Aécio Neves, FHC e a mídia perceberiam que quem manda no país é a presidenta reeleita por 54 milhões de votos.

E o terceiro turno poderá acabar, com as pessoas AceitandoDilmaVez.



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