Clarice Lispector |
Por
ela, além de saírem os loucos que querem a volta da ditadura,
saíram também hipócritas que não protestam contra a corrupção
do PSDB, que não protestam contra a falta de água em São Paulo,
gente de mau caráter que não vê mal nenhum em se mandar bilhões
de reais para fora do Brasil sem recolher impostos e manipulados que
não estão nem aí para o PL-4330 da terceirização.
Uma
verdadeira salada geral cheia de vermes e com gosto ruim.
A
mídia, como sempre, bem que fez o possível para levar mais gente
aos protestos, divulgando-os a semana inteira, e até convidando
pessoas para mandarem mensagens por what's up para as redações de
jornais informando a quantas ia a manifestação em suas cidades.
Mas
não deu.
O
Datafolha em 15 de março afirmou que havia na Avenida Paulista 210
mil pessoas, enquanto a Polícia Militar estimou em 1 milhão.
Desta
vez, o instituto cravou em 100 mil o número de manifestantes, ao
passo que a PM afirmou que havia 275 mil.
Algo
está bem errado aí, não?
Bem,
o certo é que os protestos diminuíram e tendem a murchar aos
poucos.
O
Governo parece que comemorou o fato.
Mas
há motivos?
Até
agora, desde que tomou posse, a presidenta Dilma praticamente só
adotou três medidas acertadas em meio à várias outras polêmicas:
a nomeação de Renato Janine Ribeiro para o MEC, de Edinho Silva
para a Secretaria de Comunicação Social e a escolha do vice, Michel
Temer como articulador político do Governo. Só.
Porém,
nenhum dos três teve tempo ainda para mostrar a que vieram.
Então,
não há fato novo positivo para que o Planalto se sinta novamente
com boa saúde política para enfrentar a mídia, a oposição e os
vários movimentos da direita que apareceram na esteira dos
protestos.
Na
semana passada a PL-4330 que trata da terceirização de
atividades-fim foi aprovada pela Câmara.
Não
há ainda por parte da população trabalhadora, consciência plena
das consequências dessa lei para o seu futuro.
A
mídia, a quem caberia esclarecer o povo, não o faz, uma vez que
também tem interesse em terceirizar.
Então,
percebam, há um grande espaço vazio aí que pode e deve ser ocupado
por Dilma. Cabe à Secom e mesmo à presidenta ir aos órgãos de
mídia explicar em linhas gerais, do que o projeto trata.
Que
vá às rádios, às TV's, aos jornais, dê entrevistas coletivas,
faça o enfrentamento, dê nome aos bois, ou ratos que se fingem
amigos dos trabalhadores, como o Paulinho Pelego, explique que quem
se beneficia são somente os empresários e demonstre que está do
lado dos trabalhadores, como seu partido. O dia 15 de abril, quando haverá um ato nacional contra o PL-4330 seria uma data perfeita. Se alguém bater panelas
serão os patrões.
O
Governo tem a obrigação de não ficar aguardando que o Senado
aprove o projeto.
Se
for aprovado o PL vai para Dilma para que ela assine ou vete.
Provavelmente ela o vetará, mas o Congresso tem o poder de derrubar
o veto.
Imaginem
o desgaste político disso.
Mas
se Dilma, o PT e a CUT tomarem a frente, há tempo e esperança de
que, ao ser pressionado, o Senado não o aprove.
Daí
sim, haverá dividendos creditados à presidenta progressista que não
deixou que a CLT fosse rasgada e que os trabalhadores perdessem seus
direitos.
E
Eduardo Cunha e Renan Calheiros, Aécio Neves, FHC e a mídia
perceberiam que quem manda no país é a presidenta reeleita por 54
milhões de votos.
E
o terceiro turno poderá acabar, com as pessoas AceitandoDilmaVez.
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