Se
o golpe se concretizar, qual será o futuro de Dilma e de Temer? Qual
dos dois, em função de atitudes e comportamentos que adotaram no
passado, será agraciado por dias felizes e qual dos dois enfrentará
o inferno de ter que conviver com sua consciência até o fim de seus
dias? A borra revela.
Tudo
indica que, apesar da fantástica e incrivelmente didática defesa
que o ministro da AGU, José Eduardo Cardozo fez da presidenta Dilma
no Senado, ela deverá ser afastada do governo pois, para a maioria
dos senadores o que menos importa é se ela cometeu ou não crime de
responsabilidade.
A
verdade é que os partidos de direita querem e vão forçar sua volta
ao poder no Brasil.
Bem,
mas após o golpe o que poderá acontecer a Dilma? E a Temer?
Todos
sabem que Dilma Rousseff é uma pessoa com características muito
mais técnicas do que políticas. Durante sua passagem pelo
Ministério de Minas e Energia mostrou grande competência de gestão. E durante
seu exitoso primeiro governo, justamente a acusação que lhe faziam
era de que ela era ''gerentona'' e incapaz de compreender que às vezes
as coisas não andam devido à entraves que necessitam de negociação política.
Se
ela for mesmo derrubada podem haver dois caminhos a seguir.
-
Ela se aposenta, cansada da vida pública, dos xingamentos injustos
que recebeu durante a abertura da Copa do Mundo (que ela viabilizou
com galhardia), das acusações ridículas de crime de
responsabilidade e das traições várias ao longo de seus governos e
passa a cuidar melhor de sua mãe idosa e a se ocupar de seu neto.
-
Ela dá um tempo para descanso, para se recuperar das feridas mas não
resistirá a um dos vários convites que certamente receberá para
atuar em alguma secretaria tipo Ciência e Tecnologia de algum
governo progressista, por exemplo, Minas Gerais. Afinal, ela sai com
uma espécie de atestado de idoneidade conferido por ter sua
honestidade atravessado incólume todo este período.
Ademais,
Dilma é guerreira e não se entrega.
E
Temer?
Bem,
este pode ter um futuro realmente problemático e difícil de
analisar.
O
vice-presidente que esteve ao lado de Dilma em todos os programas
sociais, criados ou continuados por ela, vê-se agora pressionado pelo
consórcio golpista criado somente para derrubá-la e entregar o
poder aos seus.
O
consórcio, formado pela grande mídia, a oposição de Aécio e
Agripino, FIESP e setores do Judiciário já estão apresentando a
fatura.
No
início foi só o plano ''Uma ponte para o futuro'', que já pregava
uma guinada do governo à direita, sinalizando com a supressão de
direitos trabalhistas, privatizações e a suspensão ou mesmo
cancelamento de programas sociais.
Mas
diariamente lemos nos jornais (que parecem exultantes) pressões para
privatização do Ensino Médio e universitário, privatizações em massa de estatais, entrega do pré-sal à empresas americanas, saída do Brasil do Brics, revisão das demarcações de terras indígenas, revisão da lei que pune o trabalho escravo, aprovação da
terceirização, fim do reajuste automático do salário mínimo e
outras medidas terrivelmente impopulares. É a orgia descontrolada de quem ficou celibatário por 14 anos.
Seria
a volta do governo FHC com um upgrade. 2.0.
Por
enquanto, segundo o Vox Populi, cerca de 14% da população que era a
favor do impeachment de Dilma migrou para o outro lado e passou a se
posicionar contra o golpe. São os que já tiveram a percepção do
que está por vir.
Mas
quando o povo que ao longo de 14 anos viu sua vida ser melhorada,
descobrir que, de uma hora para outra poderá perder tudo que
conquistou, vai sair às ruas juntamente com os que já resistem
diariamente ao golpe.
Daí,
a coisa que já está feia vai se superlativizar e não há limites
para imaginar o que poderá acontecer.
Temer
terá que convocar as forças armadas às ruas e a repressão será
massiva e violenta.
Mas,
por ser ilegítimo e não ter apoio da população, o governo Temer
cairá.
Terá
então acabado de maneira dramática e talvez trágica a aventura do
ex-vice decorativo.
Cunha
também não assumiria pois seria defenestrado junto com Temer.
Porém,
sobre Cunha paira ainda hoje a possibilidade real de prisão.
O
STF pediu ao presidente da Câmara a aprovação do aumento de 70%
nos salários que Dilma havia negado. Cunha deixou o aumento para
depois do golpe. Portanto, após a votação do impeachment há a
possibilidade de ele enfim ser preso.
Com
a queda de Temer, assumiria o ministro do STF, Ricardo Lewandowski que teria a missão de
convocar eleições num prazo de 3 meses.
Mas
depois disso, a borra de café não revelou mais nada.
Todavia,
esta borra de café apareceu hoje mas amanhã vai ser outro dia. Hoje
você é quem manda falou tá falado...
Amanhã ela vai revelar que no
1° de maio, no dia do Trabalhador, a resistência ao golpe foi tão
grande, mas tão grande que assustou os golpistas.
Que
o Datafolha estimou o comparecimento em 10 mil pessoas mas a mídia
estrangeira falou em milhões pelo Brasil afora.
Que
o STF ao constatar tanta gente nas ruas, sentiu-se envergonhado e
encorajado afinal, com respaldo do povo, a acabar com a palhaçada e
cancelar o processo de impeachment por desrespeito à Constituição.
E
que Dilma fez um pronunciamento à Nação, desta vez sem paneleiros,
propondo união nacional para solução dos problemas do país, ao
lado de seu novo chefe da Casa Civil, Luís Inácio Lula da Silva.
Quem derá se o desfecho fosse assim..não acredito que o judiciário cederá a pressão popular. Mas amanhã vai ser outro dia e não leva flores para cova do inimigo.
ResponderExcluir