Após
assistir à sabatina Uol/Folha, SBT e Jovem Pan, ao candidato Aécio
Neves, aquilo que era desconfiança agora é certeza: O PSDB não tem
candidato para vencer a eleição presidencial de outubro.
Já
havia percebido em uma outra declaração, em uma ou outra atitude de
Aécio uma fraqueza muito grande. Mas na sabatina isso se tornou
muito evidente.
Em
primeiro lugar com relação ao Programa Mais Médicos.
Sempre
foi conhecida sua posição contrária. Inquirido sobre como iria
proceder se eleito, surpreendeu ao dizer que vai aprimorar o
programa, equiparando (sic) os salários dos médicos cubanos aos dos
demais, oferecer cursos, etc..
O
jornalista Kennedy Alencar do SBT lembrou ao senador de que há 11
mil médicos cubanos no país. Como seria possível essa equiparação?
O
candidato passou a dizer que o Brasil financia (sic) o governo de
Cuba e que isso é inadmissível.
Ao
ser lembrado de que há um contrato com a OPAS, Organização
Pan-americana de Saúde, Aécio disse que iria rever o contrato, ao
que Josias de Souza do Uol, indagou de que forma isso se daria. O
senador ficou devendo a resposta.
Não
conhece o programa em profundidade. É sua obrigação conhecê-lo
para poder criticá-lo.
Sobre
o sentido da frase proferida no jantar com empresários ''não
hesitarei em adotar medidas impopulares'', o senador negou o quanto
pôde tê-la dito, até admitir no final. Mas procurou escamotear o
que seriam essas medidas. Não respondeu.
Se
vai adotar medidas que venham a comprometer a economia doméstica do
cidadão mais pobre, é necessário que fale a verdade e não a
escamoteie.
Afirmou
que hoje em dia os conceitos conservador e progressista, direita e
esquerda são muito abstratos. Que se se levar em conta o ganho
financeiro das empresas, o governo FHC seria de esquerda e o de
Dilma, de direita. Foi aplaudido pela claque, inteiramente de seu
partido.
Sem
comentários, desta vez.
Aécio
afirmou ainda, num deslize, dando pontos para o adversário, que o
desempenho do governo Lula foi bom somente porque o governo FHC havia
preparado terreno para isso.
Esqueceu-se
de dizer que o país havia quebrado por três vezes, indo parar com
píres na mão às portas do FMI, cuja dívida Lula pagou.
Respondendo
se seu governo, por tudo que se fala, e pelo fato dele sempre levar
FHC a tiracolo, seria uma volta ao passado, disse que quer discutir o
presente para construir o futuro.
Fazendo
de seu governo uma cópia do de FHC?
Josias
de Souza perguntou a Aécio se a famosa frase ''Muito mais gente já
desembarcou e o governo ainda não percebeu. Vão sugar um pouco
mais. E eu digo para eles: façam isso mesmo, suguem mais um
pouquinho e depois venham para o nosso lado", não seria uma
falta de recato (já pensou um senador-candidato a presidente ter de
ouvir isso?), ao que o senador muito sem graça respondeu que às
vezes a gente fala (sic) as coisas sem pensar, mas depois pensa que
não deveria ter dito aquilo daquela forma.
Vai
ser sempre assim? Vai falar ou fazer as coisas sem pensar, e depois
de um puxão de orelhas vai se desculpar?
Sobre
se o episódio do mensalão não se equipara ao da compra de votos
que foi arquivado sem investigação pelo Procurador Geraldo
Brindeiro, Aécio respondeu que não se pode comparar uma coisa com
outra. Foi tudo investigado e não aconteceu nada. Josias de Souza
argumentou que há provas, inclusive uma fita gravada. Aécio disse
que na época era congressista e que pode afirmar com toda certeza de
nada houve.
Apesar
das provas, Senador?
Sobre
privatizações, Aécio pisou na bola mais uma vez ao dizer que
ninguém imaginaria hoje alguém comprar um avião da Embraer se esta
pertencesse ao governo do PT. Falou rindo. Mas em contradição disse
que vai estatizar empresas que foram privatizadas.
Parece
bipolar. Elogia as privatizações mas quer estatizar...
Por
fim, disse que hoje a Petrobrás frequenta mais as páginas policiais
que as de economia.
Não
tem página policial nenhuma sendo frequentada pela Petrobrás. A
mídia e a oposição brigaram por uma CPI que foi instalada. Como
não há nada que se esconder,e muito mais, podem aparecer negociatas
dos tempos de FHC, perderam o interesse.
Olha,
foram muitas outras opiniões desconexas que não me lembro de citar
agora.
Durante
praticamente toda a sabatina, cujo objetivo era conhecer suas
propostas de governo, seus projetos para o Brasil, Aécio insistiu em
criticar o governo Dilma, recorrendo inúmeras vezes a ilações e
mentiras, por exemplo quando afirmou que os recursos à saúde no
governo FHC eram maiores que os do governo dela.
A
lição que se tira é que, ao contrário de José Serra, de quem, a
gente pode até discordar por postura política, mas nunca pela sua
capacidade de debatedor, nota-se em Aécio Neves apenas um
aventureiro sem preparo nenhum, querendo ser presidente.
Isso
é estranho, se pensarmos que o senador foi governador de Minas
Gerais por duas ocasiões. Deveria ter aprendido alguma coisa. Não
aprendeu.
Foi
uma pena a sabatina ter ocorrido apenas uma semana antes do episódio
da construção do aeroporto em terras de seu tio.
Gostaria
de vê-lo tentando explicar o inexplicável.
Viria
o típico ''eu posso explicar, não é isso que você está vendo!''
Risos
de Serra.
Agora
é só esperar os debates na televisão. Veremos como se sai.
Se
não melhorar o nível, e muito, será engolido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário