Sabotador |
O
camarote de José Serra andava meio parado, esquecido, não frequentado.
Embora tenha sido eleito senador, menos por seus méritos e mais por
causa do anti-petismo que ronda o Estado de São Paulo, rejeitando até Eduardo Suplicy, político nota 10, Serra tem ultimamente perdido
seu protagonismo dentro do PSDB para o neotroglodita Aécio Neves e o
neopolítico mineiro, Geraldo Alckmin.
Para
agregar algum valor ao camarote, o tucano confessou a um grupo de
neotucanos, que fez uma coisa pesada: sabotou o projeto do trem-bala
brasileiro.
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O
fato teria acontecido quando ele era governador de São Paulo e Dilma
Rousseff, ministra de minas e energia do governo Lula.
Não
se sabe se Serra jogou para uma plateia de impeachloides, ávidos por
ouvir críticas ao PT (afinal, se as pessoas vão ao seu camarote por causa da champanhe francesa, é champanhe francesa que você tem que servir), ou se ele, a exemplo de FHC, já está
demonstrando sintomas de senilidade.
O
tucano afirmou que pediu a Luciano Coutinho, então presidente do
BNDES que incluísse no estudo de viabilidade técnica, a inclusão
de Campinas na rota do trem, sabendo que isso atrasaria
substancialmente o projeto.
Por
que Serra teria feito isso? Segundo ele porque o projeto é uma
loucura.
Para
os tucanos, acostumados a pensar pequeno, todo grande projeto é uma
loucura.
Fosse
Serra presidente, não teríamos tido a Copa do Mundo, a transposição
do Rio São Francisco, a usina de Belo Monte (estaríamos fadados a
sofrer blecaute como nos tempos de FHC), a ponte sobre o Rio Negro, a
exploração do pré-sal, etc., etc.. A Petrobrás já estaria nas
mãos de um felissíssimo dono.
Os
tucanos nunca quiseram que o Brasil se tornasse um grande país.
Administram como prefeitos de cidadezinhas do interior. Preferem
construir coretos em praças. Coretos que saem bem caros...
Mas
não pensem que não fazendo obras, renunciam a seu apetite voraz por
propinas e doações para campanhas. O metrô de São Paulo é um
exemplo disso. Não sai do papel, não avança, mas mesmo assim as
empreiteiras faturam muito e dão polpudas percentagens aos tucanos
de alta plumagem, como ele próprio, Robson Marinho, conselheiro do
TCE de São Paulo e demais. Reparem que as propinas da Alstom e da
Siemens se deram mais por altíssimo custo de reformas de trens do
que expansão da rede. Outro exemplo é a despoluição do Tietê que
atravessa governos tucanos já há 20 anos, enchendo o bolso de
empreiteiros e de políticos.
Serra,
se falou a verdade, revelou que acha que só ele sabe o que é bom
para o país, a ponto de privar-nos de nosso trem-bala. É como Deus.
Depois
dessa revelação, fico imaginando quantas e quantas vezes e há
quanto tempo os tucanos vêm sabotando os governos do PT. Sabotando o
país. Sabotando o povo brasileiro.
A
sabotagem aos interesses de uma nação, em qualquer país civilizado
do mundo, é crime de traição e tem que ser investigado e punido.
Alô alô, Ministério Público!
Serra
criticou ainda o modo petista de governar. Disse que o partido não
sabe eleger prioridades.
Ora,
justamente o partido que tirou 36 milhões de brasileiros da linha de
pobreza, que, mesmo em meio a uma crise econômica mundial, reduziu o
desemprego a números nunca vistos na história, aumentou o salário
mínimo e segurou a inflação dentro da meta? O que teria feito o
PSDB? Já tivemos dois governos federais tucanos. Sabemos que sempre
que houve crise, a corda rebentou no lado dos mais fracos.
O
tucano chamou o PT de partido bolchevique sem utopia. Está claro que
ele quis agradar a plateia composta de impeachloides. Só faltou usar
o termo ''bolivariano''. Faz parte do enredo para o ato do golpe.
Sobre
corrupção, o tucano se disse abismado. FHC está envergonhado,
Aécio está espumando de raiva, Aloysio Nunes comparece a passeatas
pedindo a volta da ditadura. Que santos, não?
Disse
que a corrupção se transformou em método de governo. Ele bem sabe
que corrupção como método de governo faz parte do modo tucano de
governar. Em cada prefeitura ou estado governado pelo PSDB, as obras,
geralmente viadutos, pontezinhas e alargamentos de avenidas (nada de
obras grandiosas), não são contratadas pela sua importância ou
necessidade, mas sim porque a empreiteira sugere.
Por
fim, a última frase, confissão de mais um crime: "Se vocês
olharem aqui a gestão mais recente (do PT), da Marta Suplicy na
Prefeitura, qual foi a obra mais importante? Os túneis dos Jardins,
que devem custar em dinheiro atual R$ 1,5 bilhão, que, aliás, eu
não paguei. Alguém aqui pode se horrorizar, mas nós demos calote
nessa dívida."
Ele
fez uma coisa pesada. Agregou ou não agregou valor ao camarote?
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