Por Ângelo Cavalcanti
Agora
ficou fácil! Todo idiota com um diplomazinho de curso superior se vê
no direito de atacar o Lula; e o ataca com uma ferocidade impiedosa
que vai do "analfabeto", "burro" a cretinices
similares. Todo bobão preconceituoso e cheio de ódios interiores e
que cursou "nas coxas" uma graduaçãozinha de quinta
categoria se vê na legitimidade de atacar pessoas mais simples e
que, pelas mais diversas razões não puderam estudar e mesmo seguir
seus estudos.
Não
raro, vemos por aí um "formado" esperneando em meio a uma
contenda com alguém mais simples: "Sabe com quem você está
falando?" ou "Ponha-se no seu lugar!" ou "Eu sou
parente do fulano de tal e você está ferrado!". São frases
que se inscrevem naquilo que a sociologia irá definir como "discurso
da ordem". E que "ordem" é essa? A do mandonismo, da
hierarquia social, das assimetrias sociais que deitam raízes na
predação sobre a vida indígena, negra ou popular. Na ordem social
e política, toda ela elitista e segregacionista, e que prega
direitos sem-fim aos brancos e bem-nascidos e deveres eternos e
somente deveres aos do "andar de baixo".
Fico impressionado com as reações de uns e outros com a possibilidade de efetiva igualdade nesse país. A grita vai da lacrimação pura e simples ao ordenamento de organizações paramilitares supostamente "defensoras" da pátria brasileira. E conforme atestamos, todas as armas são utilizadas. Da ofensa mais sútil e simbólica ao golpismo bananeiro e militar de novidade alguma.
Fico impressionado com as reações de uns e outros com a possibilidade de efetiva igualdade nesse país. A grita vai da lacrimação pura e simples ao ordenamento de organizações paramilitares supostamente "defensoras" da pátria brasileira. E conforme atestamos, todas as armas são utilizadas. Da ofensa mais sútil e simbólica ao golpismo bananeiro e militar de novidade alguma.
Nem
vou mais dizer pra essa gente preguiçosa, alienada ou cheia de
privilégios descabidos estudar porque já não se trata mais disso.
Não estudam e jamais irão estudar. Aliás, odeiam o estudo porque
estudar é se pôr diante da história, dos seus protagonistas, do
feito e do não-feito, de erros, acertos e possibilidades e mais do
que isso, estudar é se permitir a rupturas internas, ao
aperfeiçoamento de olhares, perspectivas e de maneira livre,
autônoma, desapegada e profunda o que, conforme bem sabemos, essa
gente nunca e jamais irá fazer.
Mas,
vamos lá... O regime militar que rompeu com um ordenamento
democrático frágil, delicado, contudo, promissor foi uma ampla
tragédia social; uma aberração econômica que aprofundou
endividamentos e nossa muito definidora dependência e sob a
perspectiva dos direitos humanos... Melhor nem comentar.
Aliás,
o vão democrático, o amplo hiato para o aperfeiçoamento da nossa
brejeira democracia, as fissuras comportamentais criadas e
sofisticadamente desenvolvidas nos comportamentos individuais e
coletivos do país por meio da ideologia de governo, da propaganda
oficial e pelo alinhamento das instituições nacionais à batuta dos
generais é que permite, ainda hoje permite, que cretinismos e
patuscadas como esses movimentos "sem pé e sem cabeça"
aconteçam pelas ruas do Brasil.
O
"Fora Dilma" é o fluxo derradeiro da ampla fissura
democrática e que, como tinha que ser, reage por estar sendo vedada,
eternamente vedada. É o último esperneio de 1964. A análise de
Luís Nassif a esse respeito é bastante pertinente quando afirma que
o "monstro se recolhe com suas panelas" e a vida nacional
se reencontra.
Espero
que a democracia seja aprofundada, que o governo federal continue
tributando ricos, que amplie e garanta os direitos dos trabalhadores,
que renuncie imediatamente a esse ajuste fiscal neoliberal,
neocolonial e profundamente dependentista e que o tamanho dessa
democracia se achegue, por fim, na fundamental lógica da
distribuição das rendas, ou seja, democracia sem distribuição de
rendas é uma piada de péssimo gosto.
E
aos pedantes que se sentem melhor do que o Lula, do que o seu
Francisco ou do que a dona Maria Rita pelo simples fato de possuírem
um diploma de curso "superior" e que de superior não tem
absolutamente nada digo que essa é uma das maiores corrupções
éticas e morais que tornam o nosso cotidiano estratificado um campo
muito minado.
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir