No início tudo pareceu mais uma das imoralidades cometidas por aquele que se julga o príncipe e que se acha no direito de posar como paladino da ética no país. Mas isso foi apenas uma linha daquelas que aparecem soltas numa blusa, e que ao puxarmos parece que não tem fim. Agora aparecem indícios gravíssimos de irregularidades que precisam ser apuradas.
Enfim
apareceu um ''tríplex'' para Fernando Henrique Cardoso. E que tríplex!
Vinha
evitando comentar sobre o assunto por duas razões.
Primeiro,
que assuntos sobre escapadelas conjugais são da alçada de revistas
de fofocas, mesmo que se trate de um ex-presidente. Revelam apenas a
falsa moralidade daqueles que veem falta de ética somente nos
outros.
Segundo,
que enquanto eram apenas ilações sem comprovação, não devíamos
pré-julgar como a mídia e muita gente vêm fazendo com Lula, só
pra citar o exemplo do momento.
Mas
agora há um fato novo e objetivo que nos faz parar um pouco para
pensar e avaliar o que diz a jornalista Miriam Dutra Schmidt, ex-
namorada de FHC.
Os
fatos públicos e notórios são os seguintes:
1
– FHC manteve antes de ser presidente, uma relação extra-conjugal
que durou 6 anos com Miriam. A jornalista trabalhava para a Rede
Globo.
2
– Miriam teve um filho de nome Tomás.
3
– FHC, sem o conhecimento de Miriam, encomendou dois exames de DNA
nos Estados Unidos para verificar se era realmente seu filho. Os
resultados deram negativo.
4
– Miriam manteve um contrato com a Rede Globo durante 30 anos,
vivendo na Europa, sem precisar trabalhar.
Após
os fatos, vamos ao que Miriam alega na matéria publicada pela Folha:
1
– A jornalista já teria feito dois abortos pagos por FHC antes do
nascimento de Tomás. FHC teria ficado enfurecido com a decisão de
Miriam em ter o filho.
2
– Miriam alega que recebia da Rede Globo US$4 mil e que teve um
corte de 40% em 2002. Isso por si só seria irregular a menos que
tivesse assinado um novo contrato.
3
– A jornalista conversou com seu cunhado, o falecido lobista,
Fernando Lemos que se encarregou de conversar com FHC e pedir-lhe
ajuda.
4
– FHC, ainda no cargo de presidente, teria conseguido, através de
uma empresa, a Brasif, um contrato com Miriam (que ela apresenta como
documento de prova) em que receberia US$3 mil mensais. Ela alega
ainda que FHC teria depositado US$100 mil em conta da Brasif no
exterior para que os pagamentos mensais fossem feitos.
Neste
ponto, interrompo as alegações de Miriam e analiso o que ela
afirma.
Se
enquanto presidente, FHC se utilizou de uma empresa para fazer
pagamentos a uma pessoa para atuar como funcionária fantasma dessa
empresa, terá cometido crime que precisa ser investigado.
No
contrato, aparece como contratante a Eurotrade Ltd., empresa da
Brasif, controladora dos "free shop" dos principais aeroportos brasileiros, com sede nas Ilhas Cayman. Já
ouviram falar das Ilhas Cayman? Por que volta e meia esse paraíso
fiscal reaparece ligado aos tucanos? Alô, alô, Polícia Federal!
O
dono da Brasif, Jonas Barcellos confirmou que tem realmente alguma
coisa nesse sentido mas que não sabe se havia um contrato. Pediu
alguns dias para responder.
Se
tudo for verdade, Barcellos certamente combinará a resposta a ser
dada à Folha.
É
exatamente neste ponto que a Polícia Federal, que sabemos que vem
atuando seletivamente no sentido de achar alguma coisa que possa
incriminar e prender Lula, deveria começar já a atuar.
Deveria
se preparar para uma investigação e uma possível quebra de sigilo
telefônico e de e-mail dos dois, se é que está empenhada em
combater a corrupção.
Tudo
poderia não passar de ilações feitas por uma pessoa magoada,
amargurada ou até mesmo com ciúmes por FHC ter se casado de novo
recentemente e ter presenteado a esposa com um apartamento de 900 mil
reais, mas convenhamos que, com 84 anos ele já não deve despertar
tanto ciúmes em alguém.
5
– Miriam também afirma que FHC deu um apartamento no valor de €
200 mil em Barcelona a Tomás, por intermédio de contas que FHC
mantém no estrangeiro, fato que o ex-presidente não nega. Porém,
faz a ressalva de que são contas declaradas legalmente.
Este
é outro dado que se constitui como novidade e que também deveria
ser investigado pela PF.
6
– Por último, e não menos grave, Miriam diz que queria ter
voltado ao Brasil, mas que o então senador, Antonio Carlos Magalhães
a teria convencido a continuar na Europa enquanto ele e seu filho,
Luís Eduardo (os dois já falecidos) cuidariam das coisas.
Isso
provavelmente incluiu sua permanência por 30 anos recebendo salário
da Rede Globo sem precisar trabalhar. Em se tratando de Globo, uma
mão lava a outra, a troca de favores com tucanos e DEM, os
pefelistas à época sempre existiu e continua existindo.
Esse
tráfico de influência também tinha que ser investigado pela PF.
Como
vemos, amigos, assim como o tríplex dos irmãos Marinho, acaba de
aparecer mais um novelo cuja linha, ser for puxada, poderá revelar
algo muito mal cheiroso no ninho tucano.
E
sempre tem a Globo no meio.
Quais serão os desdobramentos disso? Haverá investigação?
Ou bastarão alguns telefonemas para que o assunto saia da mídia?
Em tempo:
A Folha deu direito de resposta a FHC. Jamais deu direito de resposta a Lula no caso do tríplex do Guarujá e do sítio em Atibaia.
O repórter que entrevistou Miriam Dutra à certa altura lhe perguntou se havia alguém por trás de suas denúncias. Jamais um repórter da Folha fez a mesma pergunta à Lula.
Embora não concordasse com muitas ideias da dona Ruth Cardoso, até que me provem ao contrário, penso que era uma mulher com ideologia de esquerda, honesta e de respeito. Embora dormissem juntos, sou contra expô-la como se ela compactuasse com esse salafrário. www.acslogos.com
ResponderExcluirRespeite os mortos, cara.
ResponderExcluirD. Ruth não merece essa exposição ao lado desse ex.Ela foi uma mulher e profissional séria e respeitável!
ResponderExcluirJá ele merece seu investigado e punido de tudo for comprovado. Apesar de estarmos vendo, que nem tudo e todos têm o mesmo peso pra justiça e pra mídia, uma tendenciosidade vergonhosa! Tenho vergonha dessa pouca vergonha que está acabando com.nosso Brasil!