Bernie Sanders, o candidato Socialista Democrata às prévias norte-americanas, dá uma lição ao Brasil, principalmente em Dilma, Lula, Aécio e aos que batem panelas.
A
grande novidade americana é Bernie Sanders.
Socialista
Democrata declarado, Sanders disputa com Hillary Clinton a indicação
do Partido Democrata nas prévias americanas.
Mas
em que contexto surge Sanders?
Quando
o muro de Berlim foi derrubado em 1989, o mundo todo comemorou.
Afinal o maior símbolo do comunismo havia sido derrubado pelas
pessoas que não mais suportavam viver sob aquele regime.
O
povo ficou feliz por ter recuperado sua liberdade, mas quem mais
ganhou foram as empresas que enfim, ganhavam um novo e enorme mercado
para aumentarem seus lucros e, claro, explorarem os novos
trabalhadores.
A
alegria do povo mais pobre não durou muito. Logo veio o desencanto
pois após a euforia inicial, desemprego e miséria inerentes ao
capitalismo deram o ar da graça. Mas claro, a mídia ocidental não
poderia divulgar isso.
Hoje,
quando 1% da população mundial detém 50% de toda a riqueza do
planeta, a desigualdade aumenta a níveis insuportáveis.
Mesmo
nos Estados Unidos, outrora uma nação conhecida pelo sonho que dera
certo, a pobreza e a miséria decorrentes principalmente do
desemprego, vem crescendo de forma alarmante.
É
neste cenário que surge Bernie Sanders, não um socialista
convertido recentemente, mas sim uma pessoa preocupada com a
desigualdade social desde que era estudante universitário na Chicago
de Milton Friedman, dos anos 60, em plena guerra fria.
O
discurso de Sanders atrai multidões porque ele defende
principalmente Educação e Saúde gratuitas. Muita gente desesperada
chora em seus discursos, tão grave é sua situação.
Além
disso, ele propõe limitar os juros de cartão de crédito e as
taxas cobradas pelos bancos. Os juros do cartão lá são de 30% ao
ano, bem abaixo dos nossos 400%. Mas não pedimos socialismo por
aqui, certo?
Outra
coisa que Sanders critica é o descaso americano com o meio-ambiente,
como se ele não fosse afetado com o que está por vir.
Hillary
Clinton pergunta de onde sairá o dinheiro. Sanders não se faz de
intimidado e afirma que o governo tem socorrido Wall Street durantes
anos em valores da ordem de trilhões de dólares. Então por que não
proporcionar Educação e Saúde gratuitos?
Além
disso, sabe-se que o orçamento americano com defesa é de longe o
maior do mundo, uma vez que os EUA fomentam guerras e revoluções em
toda a parte. Muito dinheiro poderia ser retirado daí.
Bernie
Sanders dá uma lição ao Brasil, principalmente em Dilma, Lula e
até mesmo em Aécio.
Enquanto
por lá, uma crise econômica resulta no desejo de mudar as coisas,
fazendo guinar o espectro ideológico da direita para a esquerda, no
Brasil, Dilma que é de esquerda flertou com o neoliberalismo.
Lula
ao tirar milhões de brasileiros da linha de pobreza, preocupou-se em
dar poder de consumo, mas negligenciou na formação de consciência
política do povo mais pobre. Por isso há tanto pobre de direita que
pede inclusive a volta da ditadura.
E
Aécio e a direita brasileira, na contra-mão total de Sanders,
continuaria a insistir na tese do neoliberalismo como faz o novo
presidente Macri da Argentina, que começa a se dar mal por aquelas
plagas.
Neoliberalismo
que não vem dando certo no mundo todo.
Para
a direita internacional, seria benéfica a vitória de Sanders.
Por
que?
Bem,
Marx afirmou que chegaria um dia em que a acumulação de riqueza e
poder na mão de uns poucos burgueses tornaria a situação do
proletariado insuportável a ponto de estourar a grande revolução.
Se
Hillary, ou pior, se Donald Trump vencer serão 4 anos de barril de
pólvora prestes a explodir, não nos enganemos, pois começarão a
acontecer conflitos e até mesmo confrontos que terão que ser
reprimidos pelo exército.
E
uma revolução a partir dos Estados Unidos tem um simbolismo
extremamente forte para o resto do mundo.
Por
este motivo, para a direita, e eu digo aqui, as grandes corporações,
seria estratégico Sanders vencer agora, o que serviria como um
amortecedor para se evitar conflitos futuros graves
Ou
seja, melhor entregar anéis agora do que os dedos mais tarde.
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