Maquiavel dizia que, uma vez no poder o governante tem a obrigação de se manter nele a todo custo, não importa o que tenha que fazer para isso.
Será que é exatamente isto que estamos assistindo neste momento?
O
poder. Ah, o poder.
Por
que as pessoas querem o poder? Disputam tanto o poder?
Para
ter mais poder.
Não
se contentam em ser vereadores. Querem ser prefeitos. Depois
deputados, senadores, presidentes.
Se
formados em Direito, querem ser juízes em Curitiba e mais tarde, quem sabe,
ministros do Supremo.
Maquiavel
dizia que, uma vez no poder o governante tem a obrigação de se
manter nele a todo custo, não importa o que tenha que fazer para
isso.
Não
nos iludamos, todos aqueles que lutam pelo poder só estão
interessados em aumentá-lo.
Há
diferenças? Sim.
Há
os que buscam melhoria da vida das pessoas para consequentemente
terem votos e aumentar o seu poder. É o caso de Lula e Dilma,
principalmente.
Na
outra mão, há os que querem o poder e, uma vez investidos dele,
farão alguma coisa pelo povo para tentarem se perpetuar ou galgar
postos mais altos. Caso de FHC, Aécio, Serra, etc..
Mas
vale uma reflexão. Uma vez alcançado o poder máximo, o de
presidente, o que fazer após o término do mandato?
Ficou
claro na entrevista da jornalista Mírian Dutra, mãe do filho não
reconhecido de Fernando Henrique Cardoso, que tudo o que ele queria a
qualquer custo naqueles anos em que conviveram, era a presidência da
República e que faria qualquer coisa para atingir seu objetivo.
Ao
ser comunicado que seria pai de um filho fora do casamento, FHC, que
se candidataria à reeleição, temeroso de que seus planos ruiriam
devido ao escândalo, exigiu que Mírian abortasse pela 3ª vez, com
o que ela não consentiu.
FHC
então conseguiu que a Rede Globo a mantivesse congelada na Europa,
longe dos olhos da população, com um bom salário mas sem precisar
trabalhar.
Além
disso, enviava dinheiro através de uma empresa, numa operação
irregular pois ainda se encontrava na presidência.
Até
este ponto, FHC cumpre à risca o recomendado por Maquiavel, do qual
certamente é leitor.
Mas
a reflexão agora é: o que pretende um homem aos 84 anos de vida,
após ter alcançado sua maior ambição?
Não
seria natural, restando-lhe alguns anos pela frente, reconhecer seus
erros e aguardar o longo desenrolar de um processo, já que nada
levará para o túmulo? Uma espécie de confissão de seus pecados
antes de chegar sua hora?
Ou
ele se considera imortal só por fazer parte da Academia?
Não,
ainda há um derradeiro poder a ser, não conquistado, mas mantido: o
de homem de reputação ilibada, coisa em que ainda muita gente
acredita por falta de informação. E que a mídia trata de
preservar.
Outro
seguidor de Maquiavel, tão ou mais ferrenho que FHC é José Serra.
Só
assim poderíamos explicar sua obstinação em se eleger prefeito de
São Paulo, ficar somente dois anos e depois se candidatar ao governo
do Estado.
Só
assim entenderemos sua disputa com faca nos dentes, mesmo dentro de
seu partido, para se eleger presidente, mesmo que tenha antes da
disputa, que ficar 4 anos no Senado.
Mas
Serra, mesmo no Senado não perdeu a oportunidade de ganhar mais
poder, fama e talvez muito dinheiro ao apresentar um odioso projeto
que retira da Petrobras a exclusividade na exploração do pré-sal,
a maior riqueza do Brasil.
Se
o projeto for aprovado, o que infelizmente parece que será, empresas
como a Shell, Chevron e British Petroleum, integrantes das chamadas
Sete Irmãs, poderão retirar suas fatias do nosso petróleo. Um
crime.
A
alegação é de uma simploriedade incrível: nós não temos
condições de exploração devido à corrupção da Petrobras que
debilitou a companhia. Ponto.
Uma
enorme falácia, como bem demonstrou o senador Roberto Requião, na
tribuna do Senado.
Todas
as Sete irmãs estão igualmente debilitadas porque o momento mundial
é desfavorável.
O
preço do barril vem sendo mantido artificialmente em 30 dólares
pelos americanos justamente para que eles possam comprar o pré-sal
em baixa em baixa.
Mas
é uma situação que não pode ser mantida por muito tempo, daí o
açodamento com que o projeto vem sendo imposto.
Como
a Petrobras realizou enormes investimentos justamente para poder
explorar o pré-sal, se a entrega aos estrangeiros se concretizar, o
baque será profundo e talvez percamos a companhia que atravessou por
décadas lutas históricas.
E
a mídia é cúmplice porque não toca no assunto. Quase ninguém
está sabendo.
Serra
também não é novo. Tem 73 anos.
Pergunto:
o que move um homem de 73 anos a entregar um patrimônio brasileiro
aos americanos?
O
que ele levará para o túmulo? Reconhecimento?
Será
reconhecido como estadista?
O
terceiro personagem é o juiz Sérgio Moro.
Joaquim
Barbosa conseguiu todos os holofotes para si, atingiu o ápice, pelo
menos para aqueles que se contentaram com a manipulação midiática,
e depois saiu de cena. Fato raro. Maquiavel não gostou.
Moro
segue a escola de Barbosa com um olho também em Maquiavel.
Vai
tentar prender o máximo de petistas que puder e de quebra, se der,
prenderá também Lula, impedindo-o de disputar a presidência em
2018.
Isso
poderá representar a derrota do partido e a volta dos tucanos ao
poder.
Neste
ponto, vale destacar que um grande grupo, inspirado por Maquiavel,
trabalha arduamente para sua volta ao poder, não importando os meios
para isso.
Tucanos,
demos, o STF, o TSE, a PF, o MPF e a grande mídia trabalham
sincronizados.
A
PF vaza depoimentos para a mídia, que os divulga sem provas. Moro,
baseado nas notícias da mídia, prende os citados, se forem do PT.
Os do PSDB como Aécio Neves não vêm ao caso.
Não,
não há luz no fim do túnel, a menos que uma grande mobilização
comece a acontecer agora.
Mas
parece que não temos força para isso.
Ainda
mais por haver indícios de tenebrosas transações que podem ter
colocado na mesma mesa, governo e oposição em torno do pré-sal.
Dá
calafrios só de pensar o que pode estar sendo negociado, mas é
claro que um eventual na perseguição de Dilma e Lula seria bastante
interessante neste momento, não?
Bem
ao gosto de Maquiavel. Mais,
não falo.
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