O
Bolsa-família foi criado em janeiro de 2004 pelo presidente Lula.
De
lá para cá, cerca de 30 milhões de pessoas saíram da linha de
miséria ou pobreza, passando a compor uma nova classe social, agora
capaz de consumir e dar sua contribuição ao crescimento econômico
do país.
Calcula-se
que ainda há cerca de 13 milhões de pessoas vivendo em condições
de miséria no país. Muito ainda terá que ser feito.
Passaram-se
10 anos. Estamos na 3ª eleição presidencial após o lançamento do
programa.
Porém,
o que observamos?
Com
exceção de Lula, e depois, de Dilma Rousseff, os partidos de
oposição ainda não perceberam a força desse contingente.
Em
2006, Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (PSOL) e Cristóvão
Buarque (PDT) não deram bola para essas pessoas, que ainda eram em
número reduzido, habituados a pensar que a maioria do povo
brasileiro não passa de lumpen, não tem consciência política, não
vota...
Em
2010, José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) ignoraram solenemente os
novos não-pobres, já numerosos. Perderam a eleição por isso.
Agora
em 2014, Aécio Neves (PSDB) errou muito ao anunciar medidas
impopulares, caso vencesse as eleições. Prometeu transformar o
bolsa-família em lei, mas isso foi interpretado como um canto de
sereia. Mais falso, impossível. Aécio já está fora da disputa.
Marina
Silva (PSB), comete o mesmo erro. Ignora esse verdadeiro exército
que vai fazer a diferença.
Marina
anuncia um programa de governo mais neoliberal até que o do tucano.
Não fala sobre a continuidade dos programas sociais. Aliás, Eduardo
Gianetti, talvez seu futuro ministro da fazenda, já afirmou que num
primeiro momento o governo de Marina vai ter que colocar os programas
em segundo plano, para arrumar a casa (?).
Mas
alguém perguntará: será que o povão entende o que significa isso?
O
povão não é formado em economia, mas tem uma percepção meio
intuitiva de que a coisa não será boa pra ele. Não é bobo.
Dona
Maria tem um filho no Pronatec. Antes, devido às dificuldades em
prosseguir nos estudos, estava parado, fazendo bicos. Agora estuda
para ser técnico em impressão offset.
Seu
João tem uma filha na faculdade, por conta do Prouni. Está cursando
Farmácia.
José
e Raimunda até recentemente tinham que se deslocar de onde moram, um
pequeno lugarejo, para a cidade média mais próxima, para serem
atendidos em um hospital, onde marcariam consulta para dali a 3
meses. Com o Mais Médicos, são atendidos perto de sua casa, sem
marcação de consultas.
A
família de Joaquim foi contemplada com uma casa com aquecimento
solar, fruto do programa Minha Casa Minha Vida. É lá que criarão
os filhos.
A
família de Sebastião está feliz. Agora tem energia elétrica em
casa, advinda do programa Luz para Todos. Já compraram geladeira e
televisão.
Auricéia,
menina de 17 anos, está toda faceira, pois aproveitou o programa
Brasil Sorridente, deu uma geral nos dentes, e agora exibe um bonito
sorriso. Sua auto-estima aumentou muito.
Há
alguns anos atrás, seu Paulo morria de medo de perder seu emprego,
afinal, já havia sido cortado várias vezes, ocasionando meses de
procura e de sofrimento. Agora, com uma situação de pleno emprego,
consegue planejar sua vida, comprou sua casa, comprou seu primeiro
carro zero quilômetro, e agora quer viajar para a Disney. Tudo pago
em prestações. Dá para planejar.
Todas
essas pessoas (os personagens são todos fictícios, mas na realidade
existem aos milhões), além de beneficiadas por programas que antes
de 2002 não existiam, agora ajudam a movimentar a roda da economia.
Foram promovidas.
Reconhecerão
a importância da manutenção dos programas sociais, para que mais e
mais brasileiros sejam beneficiados, e que um dia a pobreza seja
erradicada no Brasil.
Apesar
de Dilma estar com 39% das intenções de voto, segundo a última
pesquisa Ibope, 44% dos eleitores acham que ela vencerá. Isso não é
à toa.
Historicamente,
os levantamentos dos institutos de pesquisa ''esquentam'' os
candidatos preferidos da mídia e das elites, para, conforme o dia
das eleições se aproxima, ir aos poucos ''esfriando-os''. Foi por
isso que deu Lula mais uma vez em 2006 e Dilma em 2010. Sem falar em
Fernando Haddad, eleito prefeito de São Paulo, em 2012.
Além
disso, nos dias que antecedem o pleito, bate a paúra na população
pobre. O medo de perder tudo aquilo que conquistou pelos próximos 4
anos. Não largará o certo pelo duvidoso.
Novamente
os partidos de oposição ao PT e a grande mídia insistem em cometer
o mesmo erro, de falar somente à classe média e rica. Afinal,
pensam eles, somos nós os formadores de opinião, e somos nós os
donos históricos e de direito deste país.
Ledo
engano.
Levarão
mais uma fubecada.
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