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Passaram-se
somente quatro anos desde a campanha eleitoral de 2010, quando Marina
Silva, pelo Partido Verde, disputou as eleições presidenciais.
Passaram-se
somente alguns meses desde que Marina em reuniões com apoiadores da
Rede Sustentabilidade, os sonháticos, mantinha um discurso
inebriante, utópico, limpo, ético, onde a palavra-chave era, como o
próprio nome do ''partido'', sustentabilidade. Uma linda palavra,
que parecia que iria resolver todos os problemas do país.
A
grande maioria dos sonháticos integrava as fileiras da esquerda. Não
uma esquerda progressista no sentido do desenvolvimento puro e
simples, mas com responsabilidade e defesa do meio-ambiente, a praia
da ex-senadora.
Uma
parte já foi petista, como Marina. Outra parte, apartidária. Mas
todos anti-PT.
Com
a morte trágica (e ainda não esclarecida...) de Eduardo Campos,
Marina mudou.
Divulgou
um plano de governo, segundo Márcio Pochmann, em entrevista ao Blog da Cidadania, mais liberal que o do PSDB.
Divulgou
no plano, apoio às causas LGBT, mas 24 horas depois, pressionada por
Silas Malafaia (embora ela negue), mudou o texto, num retrocesso
vergonhoso.
Não
incluiu no plano o Pré-sal, mas depois em entrevistas, voltou atrás
dizendo que, embora não seja uma prioridade, vai continuar com a
exploração (!).
Retirou
do plano a implementação de usinas nucleares, como fonte de
energia.
Etc..
Agora apóia o agronegócio e os trangênicos. (e diz que sempre apoiou (?).
Incluiu
no plano de governo a autonomia ao Banco Central, que pode destroçar
a economia em poucos meses, se implementado. Nem Aécio ousou tanto.
Arrepios...
Os
coordenadores de sua campanha na área econômica são tucanos.
A
coordenadora mor é Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú, que deve
18 bilhões de reais em impostos.
Etc..
O
negócio é o seguinte:
Para
se eleger, Marina deixou-se ''lapidar'', moldar por modeladores do
mercado financeiro.
Como
a água que assume a forma do copo quando cheio, Marina agora assume
a forma do mercado financeiro. Agora é outro CNPJ, nas palavras de Neca.
Vendeu
a alma ao diabo.
Que
se dane, desde que possa atingir seu vaidoso objetivo.
Vaidosa,
mesmo, pois ao ler o que ela escreve, ao assistir suas entrevistas,
ao assistir suas falas nos debates, descobre-se um primarismo sem
igual. Um despreparo assustador.
Marina,
na verdade, se dá conta de que é simplória demais. No íntimo ela
sabe. Mas sempre fará pose para tentar disfarçar isso. Utiliza-se de frases, algumas bem elaboradas, e palavras de efeito, mas sem sentido. Mas não adianta, pois transparece a quem tem um mínimo de entendimento da conjuntura
histórico-social-econômica dos últimas décadas.
Para
Neca e outros, está ótimo assim.
Já
pensou se a criatura domada fosse fosse realmente capaz?
Vários
antigos apoiadores redistas de Marina debandaram. Mas muitos ficaram.
Estes
dizem que o PT não tem moral para criticar os apoios tucanos à
Dilma, pois também obteve apoio de Malufs, Sarneys e Collors.
Mas
é muito diferente, caras pálidas. Acordos de Dilma foram feitos sem
que se negociasse guinadas neoliberais ou posturas. Os programas
sociais, tão caros à população mais pobre, aprovados no
Congresso, estão aí para provar isso. Dilma recebe apoios espúrios,
mas vai passando seus projetos de interesse da população.
Temos
que lembrar que se Marina vencer as eleições, vai precisar
preencher cargos. Os redistas de primeira hora, alguns dos quais,
sabemos que tem neurônios, teimam, apesar de todas as contradições,
em manter seu apoio. Estarão sonhando com suas nomeações?
Alguns blogs estão dizendo que Marina Silva se assemelha a Collor e Jânio. Até certo ponto, sim. Com a diferença de que eles sempre foram eles mesmos. Não mudaram para ganhar as eleições. Marina sim.
Marina
deu uma guinada de 180°. Se recebeu dinheiro para mudar tanto assim
em tão pouco tempo, não se sabe, e este blogueiro jamais afirmará
isso.
Mas
lembrando que a corrupção não se dá apenas por dinheiro, mas
também por poder, está claro que Marina Silva se deixou levar pela
corrupção.
Uma
corrupção, no mínimo, de princípios.
Pataxó |
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