Pancadômetro do Bom dia Brasil |
O
blogueiro assistiu aos vídeos das entrevistas dos candidatos a
presidente do Brasil nas próximas eleições, Dilma Rousseff e Aécio
Neves ao Bom dia Brasil da Rede Globo.
Assistiu
também a conversa amena dos jornalistas do programa com Marina
Silva.
Após
isso, foi inevitável se inventar o pancadômetro, um método
estatístico científico destinado a medir, numa escala de 0 a 10, as
pancadas que os jornalistas Míriam Leitão, Ana Paula Araújo e
Chico Pinheiro deram nos candidatos entrevistados.
Mas
é sério que o blogueiro assistiu Marina com olhos de quem gostaria
de ouvir propostas diferentes, inovadoras, já que ela diz
representar a nova política, afinal, não é afeito a desqualificação pura e simples de quem quer que seja.
Mas
não foi o que viu.
O
blogueiro não conseguiu descobrir se o grande número de bobagens
que a candidata disse, aconteceram por desconhecimento de causa,
despreparo, ou malandragem de quem quer a todo custo vencer as
eleições.
Ao
telespectador dos programas matinais, seu discurso, por ter sido
ininteligível, pode bem ter servido, mas para quem teve o interesse
de se informar sobre o que ela pensa, a impressão que deve ter
ficado na mente é realmente muito decepcionante.
O
blogueiro pinçou, não fora de contexto, algumas de suas afirmações
constantes na transcrição da entrevista.
Ao
mesmo tempo, procurou questionar a candidata como acha que os
entrevistadores deveriam tê-lo feito. Mas não fizeram...
"Nós
vamos fazer com que o Brasil volte a crescer. Uma boa parte do
capital que o Brasil precisa não é tangível, é intangível. É
confiança, credibilidade, respeito a contrato, criar um ambiente que
favoreça os investidores a voltar a investir no Brasil. Isso só
será possível com um governo que tenha legitimidade e que, de
antemão, estabeleça o seguinte: nós não vamos nos aventurar em
política econômica, não vamos inventar a roda"
Míriam
Leitão: Respeito a contrato? Há contratos sendo
desrespeitados? Cite alguns, candidata.
''Criar
um ambiente que favoreça os investidores a voltar a investir no
Brasil.''
Míriam
Leitão: Candidata, a senhora não acha que ultimamente
várias empresas tem investido no Brasil? Tais como: GE, Cisco, IBM,
Siemens, 3M, a francesa Schlumberger e as americanas Halliburton e
Baker Hughes. Além disso, marcas de automóveis de luxo como BMW,
Mercedes e Audi não acharam interessante investir no Brasil?
''Isso
só será possível com um governo que tenha legitimidade.''
Chico
Pinheiro: Candidata, a senhora considera que o atual
governo não foi eleito democraticamente? Não tem legitimidade?
"Agora
nós temos o nosso país com baixa credibilidade, pouco investimento,
juros altos que favorecem o baixo investimento".
Míriam
Leitão: Candidata, a senhora não acha que, se o Banco
Central ganhar independência, como quer seu programa de governo, os
juros podem ficar sem controle e subir ainda mais?
Marina
também propôs a criação de um "conselho de responsabilidade
fiscal", novo órgão que teria independência para verificar as
contas do governo e dar mais transparência aos gastos públicos, de
modo a evitar a "ineficiência" e o "desperdício".
Ana
Paula Araújo: Candidata, a senhora não considera que
existe o Portal da Transparência da Controladoria Geral da União, onde se pode consultar todos os
gastos e investimentos do Governo Federal? E que possui credibilidade
por ser fiscalizado diariamente por nós, da mídia, e pela oposição?
Míriam
Leitão, a esta altura, gaguejando muito, quase tendo uma síncope:
Can-candidata, a se-senhora não acha que o Tribunal de Contas da
União já é responsável por fiscalizar os gastos do governo?
Míriam Leitão, após a síncope |
Segundo
Marina, o papel do conselho vai ser complementar ao do TCU, para
evitar o que ela chamou de "contas criativas" do governo e
gastos desnecessários.
Míriam
Leitão: Can-can-candi-candidata, como assim, e o Portal da
Transparência?
Ana
Paula Araújo: A senhora já pesquisou no Portal sobre as ''contas
criativas''? Se achou, por que não as denunciou?
Questionada
sobre a inflação, Marina disse que manterá a meta em 4,5% ao ano,
e não uma diminuição deste patamar, como havia proposto Eduardo
Campos, que era o candidato do PSB até agosto, quando morreu num
acidente aéreo. Indagada sobre o que faria com os preços regulados
pelo governo, como energia e gasolina, a candidata disse que Dilma
deveria resolver a questão (sic).
Míriam
Leitão, após ter tomado um calmante: Candidata, como fará para
reduzir a inflação a 4,5% Por decreto? Ou cortando programas
sociais? Pois a conta não fecha se não adotar medidas impopulares.
Chico
Pinheiro: Mas é pra Dilma resolver a questão? Não é a senhora
que será eleita presidente?
Segundo
ela, a presidente está “manipulando os preços administrados para
ter bons resultados no que concerne a inflação – e mesmo assim
ela está alta – para ganhar dividendos políticos”.
Míriam
Leitão: Mas a senhora não acha que essa é a obrigação da
presidenta? Não acha que ela tem que administrar para poupar o bolso
do trabalhador? Que deverá liberar o gargalo aos poucos, a partir do
ano que vem?
Para
ela, a eventual atualização das regras dos trabalhadores
terceirizados buscaria "manter os direitos já conquistados e
ampliar aqueles que os trabalhadores ainda precisam conquistar".
Marina foi enfática ao afirmar que a atualização se daria apenas
para as atividades meio que, segundo ela, ainda não dá "segurança
jurídica" aos empregados e aos empregadores, diferentemente do
que propõe o texto em tramitação no parlamento.
Chico
Pinheiro, nervoso: Candidata, a lei existe e está aí para ser
cumprida. A ''segurança jurídica'' existe, e a senhora, como
presidente, não poderá interferir com o poder judiciário.
Ao
ser questionada sobre se pretende mexer nas regras da Consolidação
das Leis Trabalhistas (CLT), Marina Silva disse que não fará
reformas na legislação trabalhista, mas apenas tentará buscar uma
"atualização" para que direitos possam "ser
criados".
Ana
Paula Araújo: Candidata, que direitos podem ''ser criados''? Como
assim? Quais? A senhora pode citar algum?
"Nós
achamos que há um processo complexo em relação a CLT e que se você
vai mexer em tudo isso cria um problema de insegurança para os
trabalhadores que a duras penas conquistaram esse direito. Nós não
vamos mexer na CLT", enfatizou.
Chico
Pinheiro, já desesperado: Mas vai mexer ou não? Acabou de dizer
que sim, mas antes disse que não?!
"O
que enfraquece os bancos é pegar o dinheiro do BNDES e dar para meia
dúzia de empresários; uma parte deles falida, alguns que deram,
enfim, um sumiço em bilhões de reais do nosso dinheiro... Esses
sim, nós vamos parar com o mau uso".
Míriam
Leitão: A senhora poderia citar quem são essa meia dúzia de
empresários falida? Acusação sem fundamento é grave. A senhora
consultou o Portal da Transparência?
"Há
necessidade de incentivos para que a indústria e o emprego possam
ser protegidos. Isso aconteceu em 2008 naquele momento de
fragilidade. O problema é que a continuação do remédio mesmo
quando o paciente já deveria ir se preparando para ter autonomia
cria situação de dependência", afirmou.
Míriam
Leitão, após o efeito do calmante ter passado, e a ponto de surtar:
Ma-mas candidata, co-como é que é? Situação de dependência?
Mas se Lula e Dilma não tivessem dado incentivos, além de desonerar
produtos de impostos, o Brasil não teria resistido à crise
internacional, não? E a indústria, mesmo assim, não está nos seus
melhores dias. Retirar o remédio não mataria o paciente?
Marina
disse que vai enviar, no primeiro mês de governo, uma proposta de
reforma tributária que busque justiça, transparência e
simplificação no pagamento. Na questão trabalhista, disse que não
vai eliminar direitos e benefícios, mas que vai ampliar a
formalidade no mercado de trabalho.
Ana
Paula Araújo, já irritada: Mas candidata, já está no Congresso
um Projeto de Reforma Tributária, desde 28 de fevereiro de 2008! A
senhora não sabe disso?
Na
questão dos grãos transgênicos, Marina disse que sempre defendeu
um “modelo de coexistência”, com culturas modificadas
geneticamente e naturais.
Chico
Pinheiro, agora perdendo a estribeira, à beira de um ataque de
nervos, assim como o blogueiro: Bem, candidata, isso é o que se
pode chamar de mentira por conveniência do momento. A senhora sempre
foi contra os transgênicos, no que estava muito certa. Temos muitos
vídeos sobre isso no nosso acervo.
Marina
também comentou sobre o fato de ter chorado ao falar sobre Lula após
uma recente entrevista. Ela negou tratar-se de fragilidade e sim que
é uma pessoa “sensível”. Atribuiu o episódio ao “pesar” de
suas filhas, que se vestiam de vermelho quando crianças por simpatia
ao PT e que agora não têm mais orgulho do partido.
Chuck
Norris apareceu de repente no estúdio e, irritado, chutou as câmeras
e acabou com a entrevista.
Se
houver segundo turno, será vantajoso para Dilma, que Marina tenha o
mesmo tempo que ela na TV.
Marina Silva, mãe das menininhas que se vestiam de vermelho |
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