Gráfico Folha de São Paulo |
Com um cinismo e dissimulação atrozes, as
manchetes procuravam chamar a atenção dos leitores, de que a
menina dos olhos dos governos Lula e Dilma, o combate à miséria e à
desigualdade, estava também, assim como a economia, sofrendo de
conjuntivite aguda.
Não
que a mídia esteja preocupada com as 371158 almas (apenas 0,18% da população do país, e 1% das pessoas que deixaram a linha de míséria!)
que teriam deixado suas vidas de pobres para mergulhar de novo na
miséria, apesar de estarem recebendo o bolsa-família.
Longe
disso, pois se preocupação de fato com pobreza e miséria houvesse,
a mídia teria que, a partir de 2005, quando Lula logrou êxito ao
iniciar o processo de redução da desigualdade, de cara, tirando
quase 4 milhões de pessoas da miséria absoluta, divulgar ano a ano
o sucesso dos programas sociais. Aliás, a mídia deveria ter
reconhecido que Lula estava cumprindo o prometido em sua campanha de
2002, quando afirmou que não descansaria até que todos no país
tivessem no mínimo 3 refeições por dia.
Longe disso, pois se preocupação houvesse, os jornais teriam publicado em primeira página o relatório da ONU que tirou o Brasil de seu mapa da fome.Como bem demonstra em seu gráfico, o amigo Roberto Romaro, a hipocrisia é tanta, que a mídia não usou desta vez o seu famoso ''mas''. Tivesse usado, ela publicaria ''miséria aumenta ligeiramente, mas pobreza diminui consideravelmente no mesmo período''.
Roberto Romaro |
É
sabido que, apesar dos programas sociais, ainda há no país cerca de
13 milhões de miseráveis que necessitam ser atendidos. Embora boa
parte desse número possa corresponder ao lumpezinato, que talvez
precise de uma atenção específica, ainda há um contingente que
justifica o prosseguimento e talvez até a ampliação dos programas
sociais, bandeira de Dilma durante a campanha à reeleição.
Mas
o que se observa pelo gráfico da Folha, que abrange desde o ano de
1992 (anos Collor), é que esse aumento de miseráveis tão
alardeado, representa na verdade um número muito pequeno de pessoas.
O
que chama mais a atenção, e talvez nisso o O Globo tenha cometido
ato falho ao divulgar, é que essas pessoas que passaram a ser
miseráveis, vivem na região Sudeste do Brasil, e mais da metade
delas, em São Paulo, justamente onde se espera que as pessoas vivam
em condições melhores. Será que governos estaduais não estão
fazendo a sua parte?
Ato falho do O Globo |
Apesar
de ser detentor de uma classe média e rica pujante, o Estado de São
Paulo só faz aumentar a desigualdade social. Explica-se talvez pelas
recentes demonstrações de preconceito, intolerância e desprezo
demonstrados contra os pobres...
Mas
o maior tiro no pé que a mídia deu, principalmente a Folha, pelo
gráfico mais abrangente, ao publicar essa matéria, tenha sido
realmente mostrar, a evolução da queda da desigualdade social ao
longo de 21 anos. Isso é inédito, uma vez que o êxito dos
programas sociais sempre fora escondido dos leitores, acostumados a
críticas preconceituosas ao Bolsa-família.
Então
é verdade? A redução da desigualdade é um fato?
Parabéns
por finalmente mostrarem isso aos leitores!
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