Qualquer semelhança não é mera coincidência |
As
demonstrações do crescimento do fascismo em São Paulo são de
meter medo em qualquer um que preze os valores democráticos
conquistados a tão duras penas.
Basta
alguém sair às ruas de camisa vermelha, para ser molestado pelos
manifestantes. E só não será linchado porque ainda há
policiamento. Até quando?
À
princípio imaginado como passageiro, parece que o fenômeno não
para de crescer, pelo menos na maior cidade do Brasil, insuflado
diariamente pela grande mídia que não cessa de tentar implicar
somente governistas, sejam eles petistas ou não, no escândalo de
corrupção da Petrobrás, ao mesmo tempo que protege os tucanos,
igualmente ou mais envolvidos.
Há
chance de volta da ditadura?
O
blogueiro pensa que não, uma vez que as Forças Armadas se
pronunciam contra o golpe. Além disso, a democracia, ainda que
jovem, tem se constituído em porto seguro para investimentos
externos ou internos, desenvolvimento de negócios, instituições
fortes, etc.. Não acho que a estrutura que se montou no país nesses
anos após a queda do regime deseje a instabilidade política e
econômica novamente.
Para
a própria mídia, a volta do regime militar, por significar censura,
não é nada interessante, pois falta de assunto não vende jornal.
Além
disso, a própria oposição depende do regime democrático. Como vão
disputar eleições, usar caixa dois, fazer lobby, receber propinas,
etc, com os militares no poder? Percebam que tudo isso mudaria de
mãos, e eles mesmos ficariam a ver navios.
Mas,
e o impeachment?
Nesse
sim, tanto a mídia, quanto a oposição, quanto o mercado financeiro
estão investindo. Tá na cara. Oportunidade para Bolsonaros que sobem armados em carros de som, Lobobões e tantos outros. Esse seria o verdadeiro golpe a se
temer.
Mas
há chance para o impeachment?
A
depender do resto do país, acredito que não, uma vez que Dilma
Rousseff recebeu a maioria dos votos, e em que pese muitos
considerarem quase empate técnico, devemos lembrar que a diferença
de votos foi de 3,5 milhões, quase o equivalente à população do
Uruguai.
As
manifestações pelo impeachment praticamente acontecem só em São
Paulo. No sábado cerca de 10 mil pessoas (uns dizem menos, outros,
mais) saíram às ruas. Mas em outras capitais não foram mais que
poucas centenas.
A
manifestação pela reforma política foi bem mais numerosa, com
cerca de 15 mil pessoas.
Há
a preocupação pelo fato de que o ministro do TSE, Gilmar Mendes
será o responsável pela aprovação ou não das contas de Dilma.
Notadamente contrário a tudo o que o governo ou o PT façam ou
digam, é quase certo que ele achará alguma coisa em que possa se
amparar para a rejeição das contas. Se isso acontecer, há sim
risco de impeachment.
Mas
o mais alarmante e triste realmente, é o comportamento psicótico
dos impeachloides do tucanistão, ou como poderia vir a ser chamado, caso fosse separado da União, Fascismolândia. A intolerância e o ódio que vêm sendo
implantados há anos por colunistas raivosos de jornais, revistas, TV
e rádio, interferem na capacidade de análise e reflexão, como se
fossem uma espécie de programação à que eles não conseguem
resistir. Percebam, pelos vídeos, que se comportam quase que como
zumbis, olhos estalados, expressão raivosa...
É
necessário, mais do que nunca, uma resposta dos partidos
progressistas. Uma resposta não de confronto, mas de busca de
diálogo, de apaziguamento, de desarmamento.
O
governo, por sua vez, tem que pautar mudanças já, e não estou
falando somente em reforma política ou lei de meios, que são um
pouco abstratas para essa gente, mas de respostas que a população
entenda como mudanças reais, como atitudes concretas e inovadoras
com relação à saúde e educação, a segurança e a falta d'água,
por exemplo.
Tudo
rápido.
Certo
que tudo isso é mais obrigação do governo do estado do que do
governo federal, mas não é hora de virar as costas a isso.
Embora recursos orçamentários já estejam comprometidos, há a possibilidade de remanejamentos e realocações, que não apenas sinalizariam que Dilma está disposta ao diálogo, como já afirmou, mas que está realmente preocupada com essas áreas.
Embora recursos orçamentários já estejam comprometidos, há a possibilidade de remanejamentos e realocações, que não apenas sinalizariam que Dilma está disposta ao diálogo, como já afirmou, mas que está realmente preocupada com essas áreas.
Além
disso, a Secom tem que se mexer! Não é admissível tanta falta de
comunicação do governo. Todo santo dia a mídia bate sem resposta
alguma. Se Dilma não aproveita uma entrevista coletiva durante a
reunião do G20, ninguém mais fala em nome do governo.
Impressionante!
E a oposição? Fora Geraldo Alckmin, que está enxergando uma oportunidade de se distinguir de Aécio Neves, visando 2018, investe no golpe, como se caso ele acontecesse, ela assumisse o governo. Quem assumiria seria o vice de Dilma. Michel Temer, do PMDB. O que Aécio lucraria?
E a oposição? Fora Geraldo Alckmin, que está enxergando uma oportunidade de se distinguir de Aécio Neves, visando 2018, investe no golpe, como se caso ele acontecesse, ela assumisse o governo. Quem assumiria seria o vice de Dilma. Michel Temer, do PMDB. O que Aécio lucraria?
De qualquer forma, é preciso controlar essa panela de pressão.
Se
o crescimento do fascismo não for contido, há sim o risco de
conflitos, uma vez que quem apoiou Dilma também poderá sair às
ruas. E certamente sairá. E certamente sairemos.
Daí
então poderá ser tarde demais...
Qualquer coincidência não é mera semelhança |
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