Kátia Abreu, miss motoserra |
Gilberto
Maringoni, no Facebook:
PARA
GARANTIR UNIÃO NACIONAL, DILMA NOMEIA MINISTÉRIO DE AÉCIO.
Maringoni tem razão. Os nomes que estão
vazando à imprensa como sendo os novos titulares do Ministério da
Fazenda e do Ministério da Agricultura, realmente nos dão a
impressão de que estamos diante de um governo Aécio Neves.
Se Armínio Fraga já não
fosse o preferido do tucano, Joaquim Levy, um economista ultra
conservador, que estudou
em Chicago, trabalhou para o FMI, tem passagem pelo governo FHC, é
crítico do papel do BNDES, do controle de preços da atual gestão,
do “tentáculo monopolista” da Petrobras e já referendou a tese
dita liberal pela independência do Banco Central,
entraria como uma luva em seu ministério.
Joaquim Levy, discúpulo de Milton Friedman |
Já Kátia Abreu, líder
do agronegócio que toma terras de índios, os mata, desmata grandes
áreas, utiliza sementes transgênicas e contamina alimentos com
agrotóxicos é uma contradição quase que ao nível de Marina Silva
quando afirmou que nunca foi contrária aos trangênicos.
Só
para se ter uma ideia do que se passa pela cabeça dessa senhora, em
entrevista à revista Veja a senadora, fazendo críticas às
políticas para o agronegócio dos ministérios do Trabalho,
Desenvolvimento Agrário e Meio Ambiente do governo Lula, fez um
desafio aos ministros:
''Quero fazer um desafio
aos ministros: administrar uma fazenda de qualquer tamanho em uma
nova fronteira agrícola e aplicar as leis trabalhistas, ambientais e
agrárias completas na propriedade...Se depois de três anos eles
conseguirem manter o emprego e a renda nessa propriedade, fazemos uma
vaquinha, compramos a terra para eles e damos o braço a torcer,
reconhecendo que estavam certos.''
Escravajista? Sim.
As indicações, ainda
não confirmadas, já causaram indignação entre os blogueiros
progressistas, que coçam suas cabeças, tentando encontrar uma
explicação que possa tornar coerente a escolha de Dilma.
O PT abertamente condena
as escolhas, fato este que ainda pode causar uma reviravolta,
esperamos...
A direita se assanha em
desmoralizar a presidenta, dizendo que Aécio no fim, era quem tinha
razão...
E este humilde blogueiro defenderá Dilma Rousseff até o fim, sempre que ela for defensável. Neste caso, sinto muito, sua atitude não encontra defesa possível.
Com certeza Dilma teve lá
suas razões para essas escolhas.
Algumas possíveis:
1 – Tentar acalmar o
mercado.
Para tanto, não seria
necessário um remédio tão forte. Há vários economistas
heterodoxos de respeito que poderiam se encaixar bem no Ministério
da Fazenda. Luíz Gonzaga Belluzzo por exemplo.
2 – Ao nomear Kátia
Abreu, tenta retirar de seu governo a pecha de bolivarianista.
Essa senhora há 3 meses
atrás, publicou na Folha um artigo em que classificava o governo de
Dilma como sendo bolivarianista, o equivalente, para os
impeachloides, de comunista.
3 – Fortalecer a
coligação com o PMDB.
Eduardo Cunha, amparado
pela mídia e por setores da direita, vem pleiteando o posto de
presidente do Congresso. O governo é contra, motivo pelo qual, pode
estar negociando engolir Kátia ao mesmo tempo em que ganha força
para repudiar Cunha.
Alguns simploriamente
encaram as indicações como sendo meramente simbólicas, que no
final, a petista é quem dará as cartas. Menos, menos...
Certamente haverão
retrocessos políticos tanto na área econômica, quanto na área
agrícola.
Ao colocar em seu governo
pessoas notoriamente de direita, Dilma compra uma briga com a
esquerda.
Na
manhã de sábado, dia 22, cerca de 2 mil jovens dos movimentos
sociais do campo ocuparam a Fazenda Pompilho, com 2 mil hectares de
cultivo de milho transgênico à beira da BR 158, que liga a cidade
de Palmeira das Missões à região oeste de Santa Catarina.
É
só o começo. Certamente não parará por aí. Outras manifestações
haverão de ocorrer.
E
isso será muito bom. Todos as cerca de 15 mil pessoas que se
organizaram pela reforma política e em defesa de Dilma Rousseff,
agora tem outro motivo para sair às ruas.
Só
com pressão popular, será possível demover Dilma de sua ideia.
E essa pressão popular poderá vir a ser o grande fator indutor da união das esquerdas e sua mobilização para participar junto aos movimentos sociais, no sentido de dar ao governo uma cara mais à esquerda.
Mas, uma vez pressionada, não será fácil depois, para Dilma substituir qualquer um dos dois. Certamente sairão
atirando. Pelo menos esse é o modus operandi de Kátia.
Será
que precisava dessa lambança?
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