Era um menino de 4 ou 5 anos. Seu nome era Luís. Luisinho, era como chamávamos o filho mais velho de um velho amigo.
Numa
das ocasiões em que nos encontramos para um almoço de domingo, e
para jogarmos conversa fora, Luisinho pegou uma bola e chamou-me para
brincar com ele.
Ele
mesmo estabeleceu as regras, aceitas por mim.
Após
um chute fraquinho meu, o menino deixou a bola passar, e mesmo sem
querer, pois ele era um garoto, marquei um gol.
Luisinho
então, rápido como ele só, mudou a regra. O gol não valera, pois
eu teria que ter chutado de antes de uma risca, uma espécie de
rachadura que havia no piso. Ok, disse eu.
Era
sua vez de chutar. Fiz de conta que não consegui defender, e o gol
do Luisinho, para sua alegria, saiu.
Era
então novamente minha vez de chutar. Coloquei a bola antes da risca
que ele definiu, e chutei, também fraquinho. A bola passou por ele.
O menino fez uma cara de muchocho mas logo se recuperou. O gol não
valera pois eu só poderia chutar com a perna esquerda. Mudara
novamente a regra. (continue a ler)
Dilma
venceu as eleições de 2014 com uma votação considerada apertada,
de cerca de 3,4 milhões de votos, equivalentes à população do Rio
Grande do Norte e superiores à população do Uruguai.
Em
meio ao mimimi que se seguiu, quando eleitores da direita, através
das redes sociais, manifestaram todo o seu ódio, preconceito e
racismo contra nortistas, nordestinos e pretos, que, segundo eles,
seriam os responsáveis pela vitória de Dilma Rousseff, o PSDB vai
ao Tribunal Superior Eleitoral, na base do ''olha, não somos nós
que estamos duvidando da lisura das eleições, mas sabe como é, né,
tem muita gente falando no facebook e no twitter, então, né?
Sabe?''
Trata-se de um casuísmo, um factoide, apenas.
Se
o deputado Carlos Sampaio, proponente da petição, não se chamasse Carlos, eu diria que ele é
o Luisinho, agora já crescidinho.
O
PSDB age de maneira dissimulada, usando as pessoas que, inadvertida
ou advertidamente, tem compartilhado fakes nas redes sociais, que
mostram resultados parciais de urnas já com votos de Dilma, antes
mesmo de começarem as votações. Fakes que já foram desmentidos
até pelo site e-farsas. Mas, todos sabemos, uma mentira contada mil
vezes, para quem tem 2 neurônios, torna-se a mais absoluta verdade.
Quem quer acreditar, que acredite.
Os
tucanos jogam para a plateia, numa atitude irresponsável, que
intranquiliza o país, num momento em que os ânimos deveriam se
acalmar, dando lugar novamente à razão.
A
mídia e a oposição tem acusado o governo Dilma de estar
transformando o Brasil numa república bolivariana. Nada mais longe
da verdade, uma vez que todas as concessões que este governo fez à
classe média, aos banqueiros e aos ricos, para que pudesse ter a
governabilidade necessária para tocar os programas sociais, por si
só, já estabelecem uma distância enorme em relação ao governo de
Maduro na Venezuela.
Além disso, tivesse o Brasil seguido a Revolução Bolivariana, já teríamos há algum tempo a taxação sobre as grandes riquezas, a Lei de Meios, a Reforma Agrária...
O
que se percebe, então?
Carlos
Sampaio, com aval de Aécio, repete o que fez Henrique Capriles,
candidato derrotado ao governo da Venezuela, que contestou a lisura
do processo eleitoral e pediu recontagem dos votos.
Apesar
de ter exigido essa recontagem, Henrique Capriles deu ordens aos seus
apoiadores para não participarem do processo de auditoria e
prosseguiu a campanha contra Maduro, prometendo recorrer a instâncias
internacionais. Dissimulado como Carlos Sampaio.
Será
que é isso que o PSDB quer? Transformar o Brasil em uma República
Bolivariana?
O
blogueiro é favorável à recontagem dos votos, como ocorreu na
Venezuela, legitimando o processo eleitoral.
Precisamos nós mesmos, da esquerda, tirar essa nuvem de diante de nossos olhos. Precisamos confiar no processo eleitoral como um todo.
Com
a auditoria, poderia, talvez, ser revelado o por quê dos tucanos,
meia hora antes da contagem final dos votos, já comemorarem a
vitória, informados que foram por um vazamento do TSE. Dilma viraria
o jogo nos trinta minutos finais, decepcionando Aécio.
Que se recontem os votos.
Latuff |
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