Foto: Athit Perawongmetha/Reuters |
Desta
vez, por um daqueles milagres da vida, ou por um descuido de Otávio
Frias Filho, o jornal nos contou que, devido à prisão de diretores
de empreiteiras que têm contratos com a Petrobras em três estados
brasileiros, o prejuízo das obras paralisadas já soma 5 bilhões de
reais, e as demissões de empregados nos vários setores já
contabiliza 7000 pessoas.
Ponto
para a Folha.
Meio
ponto na verdade, pois não observamos aquele mesmo tom de revolta
que sempre acompanha um vazamento dos depoentes beneficiados pelo
instituto da delação premiada, invariavelmente contra a presidenta
Dilma, o PT e a própria Petrobras.
Se
se estima que o montante desviado durante décadas da Petrobras seja de 10 bi, em três
meses, metade disso já se torna prejuízo para a companhia e para o
país.
Em
14 de novembro do ano passado, portanto há mais de três meses
atrás, os diretores das empreiteiras que executam obras da Petrobras
foram presos.
Ponto
para o juiz Sérgio Moro.
Meio
ponto na verdade, pois há quatro consequências diretas de seu ato.
-
Os depoimentos que tem, por força de Lei, que ser tomados em sigilo
de justiça, vão sendo, numa operação cirúrgica, dissecados,
separados, e só depois de filtrados, liberados ilegalmente para a
imprensa que, numa operação concatenada os divulga segundo seus
próprios interesses.
Invariavelmente
nunca atingem a oposição, que sabemos estar envolvida até o
pescoço.
Quem
está vazando as informações? O próprio Moro?
-
Três meses são um período muito longo, mas é conveniente arrastar
o processo para que Dilma, o PT e a Petrobras fiquem de cabeça para
baixo com tubos presos às suas artérias para que os vampiros possam
lentamente ir sugando-lhes o sangue.
A
ameaça de impeachment aparece somente para exercer a devida pressão
psicológica que talvez esteja impedindo a presidenta de chutar a
porta.
-
Como ninguém suporta ficar três meses preso, interrogado todos os
dias, tendo que responder sempre às mesmas perguntas, é óbvio que
após essa tortura psicológica, os empresários acabarão por falar
aquilo que o juiz, a oposição e a mídia querem ouvir, embora
tenham que provar depois. Mas a prova talvez não importe. Não
importou no julgamento do mensalão. Naquela ocasião, a dita opinião
pública, manipulada pela opinião publicada, não cobrou as provas
contra Dirceu e companhia, e também não cobrará agora.
-
Por fim, o artigo da Folha. Que ninguém duvide da necessidade da
punição dos empresários. Porém, o impedimento das empreiteiras em
concluir obras importantíssimas para o país, pune o próprio país,
na medida em que gera prejuízos bilionários e desemprega milhares
de pessoas que nada tem a ver com as ilegalidades cometidas.
E
isso tende a crescer muito mais, pois faz parte do plano de
enfraquecer a empresa para depois vendê-la a preços módicos,
incluindo aí a joia da coroa, o Pré-Sal.
Agora
fala-se do escândalo do HSBC.
O
jornalista Fernando Rodrigues é o encarregado pelo ICIJ (Consórcio
Internacional de Jornalistas Investigativos) de divulgar, segundo o
seu juízo, quem são as pessoas envolvidas nessa operação de envio
de dinheiro para a Suiça, através do banco. São cerca de 8 mil
pessoas que enviaram 20 bilhões de reais, mas Rodrigues prefere
divulgar os nomes dos envolvidos na Lava Jato, numa atitude que não
beneficia o país e o combate à corrupção.
Por
esse motivo, o jornalista Amaury Ribeiro Jr., autor de ''A Privataria
Tucana'', inconformado pelo fato de Rodrigues estar a serviço do
UOL, divulgando segundo os interesses do portal, deixou o ICIJ.
Vamos
punir as empreiteiras e reduzir drasticamente a corrupção?
Ora,
suspendam-nas da participação em próximas licitações, mas
deixem-nas concluir os contratos em andamento.
Proíbam
o financiamento empresarial de campanhas eleitorais, que é a causa
maior da corrupção.
O
juiz Moro não fala disso.
A
mídia não quer isso.
A
oposição se arrepia ao ouvir falar disso.
Continuemos
a ser hipócritas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário