segunda-feira, 9 de novembro de 2015

2018, o ano que começou em 2014

Por Fernando Castilho




A eleição para presidente do Brasil em 2018 talvez seja a que começou mais cedo em toda a História.

Serão quatro anos de disputa eleitoral ferrenha. O primeiro já está se encerrando e deu bem a ideia do que esperamos para os próximos.


Ainda em 2014, ao saírem os resultados das urnas, a revista Veja anunciou que Dilma deveria sofrer processo de impeachment.

Aécio Neves, inconformado há mais de um ano, tenta ainda o golpe sobre a presidente, já que não há meios legais de destituí-la.

Mas enquanto Dilma vai resistindo mesmo que sangrando, a movimentação para sua sucessão já começou faz tempo.

Aécio, com sua falta de habilidade política, conduz o PSDB, partido que tinha nomes como Mário Covas, Sérgio Motta e Brésser Pereira, para o lado da direita mais reacionária, burra e fascista do país.

Os tucanos agora se perfilam, levados pelo senador Aloízio Nunes e pelo deputado Carlos Sampaio, ao lado do revoltadão e vendedor de camisetas online. Aquele mesmo que age junto aos patrões dos caminhoneiros para paralisar e desabastecer o Brasil. Gente da pior espécie.

Percebendo isso e, sobretudo conhecendo as pretensões de Aécio quanto a 2018, Geraldo Alckmin vai aos poucos se afastando do senador, do golpe e do impeachment, ao mesmo tempo que ensaia uma aproximação com o PSB que poderá lhe dar a legenda para concorrer.

Para ele o impeachment ou o golpe não são negócio, uma vez que o cenário ficaria muito conturbado devido à possível convulsão social que se seguiria. É melhor que Dilma continue até o fim, de preferência sangrando, como quer Aloízio Nunes.

Porém, ao fim de tantos anos como governador de São Paulo, Alckmin viu acumularem-se os problemas sem que esboçasse qualquer iniciativa de resolvê-los. Agora tanta coisa está estourando, como a crise da água, truculência da PM, Metrô colapsando, que torna-se inevitável adotar medidas muito impopulares. Além disso, o fechamento de escolas certamente vai reduzir sua popularidade.

O senador José Serra é outro que desembarca do golpismo de Aécio pelos mesmos motivos de Alckmin. Dizem que conversa reservadamente com o PMDB que pode lhe ceder a legenda em 2018, caso Michel Temer, ele próprio não queira concorrer. Uma possibilidade estratégica seria uma chapa Serra-Temer.

Não nos esqueçamos que Serra tem na Folha de São Paulo um importante aliado midiático que de vez em quando detona Aécio como no caso do aeroporto de Cláudio e como agora no caso das viagens de celebridades em aviões oficiais.

Marina Silva também deverá tentar mais uma vez. Para isso é fundamental que seu partido, a Rede, continue a cooptar importantes nomes na política para seu crescimento.

O senador Randolfe Rodrigues (ex-PSOL) e o deputado Alessandro Molon (ex-PT) serão importantes aliados de Marina em suas bases, deverão conter um pouco a postulante em seus exageros de contradições na oratória, além de posicioná-la mais à esquerda no espectro político, já que a direita estará dividida entre Aécio, Alckmin, Serra, possivelmente Bolsonaro e os nanicos de sempre.

A novidade deverá ser mesmo Bolsonaro. Uma pessoa que renega a Democracia e exalta a ditadura deverá concorrer democraticamente à presidência. Mais incoerência, impossível. Mas ele tem uma legião de fãs e deverá fazer algum sucesso.

Mas se a direita estará superdividida, resta saber quem será o candidato do PT que dividirá a preferência da esquerda.

Lula deu entrevista ao SBT onde deixou claro que se preciso for, entrará na disputa. Acho que preciso será e ele demonstrou que está preparadíssimo e com muita disposição para percorrer novamente o país como sempre fez.

A alternativa que o PT esperava seria o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, mas, faltando menos de um ano para as eleições municipais, seu índice de rejeição é muito grande, embora possa ser revertido. Necessitaria talvez de mais dois anos à frente do executivo municipal para tentar reverter o quadro e se projetar pelo país. Tarefa muito difícil.

E Ciro Gomes? Depois que foi para o PDT, Ciro não tem escondido seu desejo de concorrer, porém acho que com Lula na disputa, bom pra ele seria compor a chapa como vice.

A mídia já percebeu que não adianta mais bater em Dilma. Podem ver que a perseguição arrefeceu.

Agora é contra Lula, ainda mais depois da entrevista.

Tentam atacá-lo em todas as frentes.

Lula afirmou que não tem medo de ser preso.

Pode ser que não seja mesmo, mas a estratégia da mídia agora é tentar mostrar que sua família é uma quadrilha.

Assim, todo aquele ódio que a imprensa disseminou durante anos, principalmente após as jornadas de junho de 2013, pela presidente Dilma, vai agora sendo dirigido a Lula.

Durante os próximos 1059 dias que restam até as eleições de 2018 veremos Lula, seus filhos, as noras, a esposa, o cachorro, o papagaio nas páginas dos jornais, não tenham dúvidas. 

A menos que eles se cansem de publicar direitos de respostas todos os dias.




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