sábado, 28 de junho de 2014

Pede pra sair, Alckmin! Parte 8: obras inacabadas

Por Fernando Castilho


A despoluição do Rio Tietê

O Tietê, com seus 1.150 km de extensão, é o maior rio do estado de São Paulo. Mas, na região metropolitana, é um dos mais poluídos e está completamente morto. O que causou tanto estrago foi a expansão desordenada da cidade e o consequente despejo de esgotos residenciais e industriais diretamente no rio.

Segundo a Sabesp, o Projeto Tietê teve início em 1992, com a assinatura de um contrato de empréstimo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). De lá para cá, foram muitos outros contratos de empréstimo, e nada resolvido.


Durante a primeira etapa do programa, que se estendeu até 2000, foram construídos três estações de tratamento de água (que se somaram às duas já existentes), além de tubulações para a coleta e o transporte de dejetos.

Entre 2002 e 2009, na segunda etapa do projeto, houve um aumento da rede de coletores (tubos que recolhem o esgoto) e interceptores (tubulações que ficam na margem dos rios e impedem que o lixo seja despejado nele). Hoje, a região metropolitana tem 84% do esgoto coletado e, desses, 70% é tratado.

Atualmente a Sabesp executa a terceira etapa do Projeto Tietê com obras destinadas a elevar os índices de cobertura com coleta e tratamento dos esgotos. A meta é passar dos atuais 84% na coleta para 87%, e o tratamento de 70% para 84%. Leia mais aqui

Os projetos de despoluição e desassoreamento do rio Tietê não terão resultados satisfatórios e definitivos se as principais causas da deterioração de suas águas, no passado e no presente, não forem combatidas. O primeiro fator é a falta de saneamento básico universalizado, e o outro o assoreamento, ambos causados pela “ação humana”, adverte o geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos, ex-diretor do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo e autor de vários livros sobre o tema. matéria completa aqui

A qualidade das águas responde diretamente à qualidade do sistema de saneamento básico, competência da Sabesp com irresponsabilidades do DAEE”, diz.

O que falta são políticas públicas bem direcionadas, estratégia bem montada. Não com o objetivo primeiro de despoluir o Tietê, mas de dotar a região metropolitana de um sistema de saneamento básico de primeiro mundo”, analisa. “Não acredito que uma mágica vá nos dar um rio despoluído antes de dotarmos a Região Metropolitana de um sistema de saneamento de primeiro mundo.”

Uma cidade isoladamente não consegue resolver o problema, tem de ser uma articulação metropolitana”, diz Álvaro Rodrigues dos Santos. Para ele, as divergências entre tantas cidades com orientações e projetos políticos diferentes dificultam, mas cabe ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) resolvê-las. “Aí é que tem que valer a vontade política do governador. Se ele está com essa vontade política de resolver o problema do saneamento básico, como governador deve reunir os prefeitos envolvidos, dar um tapa na mesa e colocar para funcionar. E jogar isso para a sociedade dar sustentação. Isso é vontade política.”

Até 2015, o investimento chegará a US$ 3,6 bilhões, nas chamadas primeira (1992-1998), segunda (2000-2008) e terceira fases.

O fato é que o projeto já se estende por 22 anos sem solução.
Falta vontade política ao governador?

Na opinião deste blogueiro, falta a Alckmin vontade de governar, sempre faltou. Mas é lógico que uma obra que se estenda por tanto tempo, e que já consumiu tanto dinheiro, ainda pode consumir muito mais. E isso pode ser particularmente interessante às empreiteiras que executam o serviço, e que podem alimentar campanhas políticas indefinidamente.
E é você, paulista que sofre as consequências.



O rodoanel

O Rodoanel Mário Covas (SP-21), é uma autoestrada de aproximadamente 180 quilômetros, duas pistas e seis faixas de rodagem que está sendo construída em torno do centro da Região Metropolitana de São Paulo, com a finalidade de aliviar o intenso tráfego de caminhões oriundos do interior do estado e das diversas regiões do país e que hoje cruzam as duas vias urbanas marginais da cidade (Pinheiros e Tietê) teve início em 1998 na gestão Mário Covas. Logicamente, também esta não é obra de Alckmin. 
Lembrem-se, ele governa sem obras.


Lá se vão 16 anos de obras.

Os cidadãos estão recebendo um novo equipamento urbano a um custo declarado de R$ 8 bilhões, mas que ao que parece, ultrapassará os 10 bilhões até o final, e que representa um corte profundo no tecido vivo da grande cidade. Mas não têm tido condições de se pronunciar conscientemente se desejam esse tipo de bens e serviços, se estão de acordo com os danos que isto causará e, sobretudo, se estão dispostos a pagar o preço que tal empreendimento acarretará. Falta transparência nas informações que vêm a público. 
Forma duvidosa de democracia, esta.

E os problemas ambientais são inúmeros.
O trecho norte do Rodoanel com 44 km de extensão liga as rodovias Ayrton Senna, Dutra, Fernão Dias e Bandeirantes. A via passa pelos municípios de São Paulo, Guarulhos e Arujá e margeia o Parque Estadual da Serra da Cantareira.

A serra é considerada a maior floresta em área urbana do mundo e foi tombada pelo Condephaat, Conpresp e Iphan, órgãos de preservação estadual, municipal e nacional, respectivamente. Área de proteção, a Cantareira reúne diversas espécies da mata atlântica e possui dezenas de nascentes, além de abrigar o principal sistema de abastecimento de água da capital.

As mais de 50 entidades ambientalistas que criticam a obra dizem que o trecho norte altera a paisagem da região e provocará impacto sobre o ecossistema. Treze parques situados às margens da Serra da Cantareira também são diretamente atingidos pela obra.
Os moradores e ambientalistas afirmam que o Eia-Rima foi feito a “toque de caixa”, sem uma análise cuidadosa da área impactada, e não analisou outras possibilidades de traçado.

Recursos do Governo Federal (PAC) e do Estado de São Paulo estão financiando o empreendimento.

Porém, denúncias de superfaturamento na construção do trecho sul do Rodoanel apontam prejuízo de R$ 184,4 milhões aos cofres públicos. Segundo relatório de técnicos do TCU (Tribunal de Contas da União), a obra teve a compra de itens com valor, em média, 30% acima dos preços usados como referência no orçamento.
O Estado nega as denúncias.

A auditoria, realizada entre maio e julho de 2008, também aponta alterações no projeto básico. Para reduzir os custos, ainda segundo o TCU, as empresas contratadas alteraram métodos construtivos com redução no número de vigas usadas em pontes, substituição de estacas metálicas por pré-moldadas e troca de areia por brita em muros de contenção, por exemplo.

Assim, usaram menos material na construção, mas receberam o mesmo dinheiro, segundo o documento. 
Mais aqui

A título de comparação, incluímos aqui uma tabela com dados interessantes.

Obra
Prazo
Extensão
Custo em bilhões R$
Rodoanel
17 a 18 anos
180 km
8 a 10
Despoluição do Tietê
33 anos
250 km
Até agora 3,6
Transposição do Rio São Francisco
8 anos
700 km
8,5

Por si só a tabela mostra de forma inequívoca a diferença entre as gestões estadual e federal

Bem, com este post encerramos a série ''Alckmin, pede pra sair!''
Creio que ficou demonstrado ao longo de pesquisa sobre 8 temas de vital importância para a população do Estado de São Paulo, que temos um governador inoperante há 15 anos no poder, e que pretende ficar mais 4 anos.
Nesse período, o povo de São Paulo acostumou-se à maneira peculiar de governar de Alckmin, não realizando novos projetos, deixando as coisas como estão, não se preocupando com o futuro de uma população que só cresce dia a dia, sendo omisso naquilo que mais atinge a população de renda mais baixa.

É preciso mudar, mostrar que há outro jeito de tratar as grandes questões dos paulistas, com seriedade, ideias novas, ousadia, e, principalmente, honestidade.





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