Alckmin elegeu a si próprio, um poste no governo do Estado de São Paulo.
Há
15 anos (!) no governo do mais rico e importante estado da
federação, Geraldo Alckmin se cansou. Mesmo
sem ter trabalhado. E nos cansou também.
São
15 anos de omissões graves.
São
Paulo só não estourou, por ainda ter certa gordura para
queimar. Afinal é o estado que concentra o maior número de indústrias, comércio e serviços do país. Mas já dá claros sinais de declínio.
O governo Alckmin é uma verdadeira força de atrito a impedir o tempo todo São Paulo de deslanchar em seu desenvolvimento. Essa força de atrito tem várias facetas.
Esta
série se propõe a analisar e opinar sobre 8 delas:
Distribuição
de água
Transportes
Segurança
Pública
Educação
Saúde
Habitação
Pedágios
Pedágios
Obras
inacabadas
Começaremos
pela 1º:
A DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
A Sabesp, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, acusa hoje ( 04/06), no sistema Cantareira, que abastece cerca de 8 milhões de pessoas (cerca de 20% da população) no Estado de São Paulo, volume de somente 5,3% de sua
capacidade. O volume morto, captação de água abaixo da cota normal
de captação, indecoroso e perigoso à saúde, devido à alta concentração de metais pesados, é de 15,1%.
A
Sabesp não investiu
um centavo sequer na construção de alternativas para captação de
água nesses 15 anos anos, apesar do crescimento demográfico da
população. Leia mais aqui Segundo analistas, a construção do sistema São
Lourenço, que traria água do interior do Estado até a Grande São
Paulo, já deveria estar concluída, mas nem saiu do papel.
Leia mais aqui
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Entre
2000 e 2010, o Estado de São Paulo aumentou sua população em 4,2
milhões de pessoas, (metade da população atendida pelo sistema Cantareira) atingindo 41,2 milhões de habitantes. Esse
número representa um quinto da população total do país e mais que
o dobro dos residentes em Minas Gerais, que ocupa a segunda posição
no Brasil. Leia mais aqui
Em
2004, quando se deu a renovação da outorga (Portaria DAEE 1213/04)
a Sabesp assumiu compromissos, que se tivessem sido cumpridos, a
crise não teria tomado as proporções que tomou. Um dos artigos diz
que a companhia deveria elaborar, em 12 meses, um Plano de
Contingência para ações durante situações de emergência, mas
que nunca saiu do papel:
ARTIGO
11° - A SABESP deverá elaborar, no prazo de 12 (doze) meses a partir
da
publicação
desta Portaria, em articulação com o DAEE, a ANA e os Comitês PCJ
e AT, um Plano de Contingência para ações durante situações de
emergência.
ARTIGO
12°- A SABESP fica obrigada a implantar, manter e operar as
estações de
monitoramento
contínuo dos níveis d’água das estações fluviométricas e
limnimétricas nos pontos de controle do Sistema Cantareira e
disponibilizar as informações em tempo real.
ARTIGO
4° -
A operação do Sistema Cantareira observará o limite de vazão de
retirada,
denominado “X”, obtido em função do estado do Sistema
Equivalente, segundo a tabela e correspondentes curvas mensais do
Anexo III desta Portaria.
Um
inquérito civil do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) aberto
esta semana vai apurar se houve erros de gestão da Sabesp. Há
suspeita de falhas na precaução contra as adversidades climáticas.
O contrato de outorga vence no próximo dia 5 de agosto e sua
renovação é vista com cautela por parte da Agência Nacional de
Águas (ANA).
A Sabesp preferiu
investir na Bolsa de Valores de São Paulo e de Nova Iorque. Ganhou
dinheiro mas não investiu naquilo que é sua razão de existir.
Não investiu 37% em obras mas investiu 150% em propaganda. Mas
propaganda pra que? A companhia corre o risco de que o consumidor passe a
utilizar água de outro fornecedor?
O
racionamento já está acontecendo, dia sim, outro não em várias
regiões, e também à noite.
Mas
o governador nega. Cinismo.
O diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, afirmou que ''nós vamos distribuir água com canequinha'', se uma crise ocorrer no próximo verão. Mais cinismo.
O
Ministério Público Federal em São Paulo recomendou o racionamento
imediato de água em quase metade da Região Metropolitana da
capital, que é abastecida pelo Sistema Cantareira.
O
governador, Geraldo Alckmin, do PSDB, e a Companhia de Saneamento
Básico de São Paulo têm dez dias para informar as providências
que serão tomadas.
O
Ministério Público afirma que há risco de o sistema entrar em
colapso e não descarta a adoção de medidas judiciais.
A
Sabesp, que responde pelo governo, descartou a adoção de
racionamento por considerar que a medida prejudicaria grande parte da
população.
É
um sense total, pois o racionamento já está sendo colocado em
prática.
Ainda, como se não bastasse, devido aos remanejamentos de rede, o reservatório do Alto Tietê também está com níveis muito baixos.
Ainda, como se não bastasse, devido aos remanejamentos de rede, o reservatório do Alto Tietê também está com níveis muito baixos.
A
blindagem por parte da mídia, que responsabiliza São Pedro pelo desastre, é tão grande, que há a certeza da impunidade do governador.
Mas
felizmente quem vota é o povo. E este está vendo (e sentindo) o
descaso do governador, que tenta desesperadamente, respaldado em seu alto índice nas pesquisas, garantir água até as eleições. Depois, certamente virá um recionamento como nunca se viu em São Paulo.
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