Em 2013, durante os protestos chamados de ''jornadas de junho'', a Rede globo admitiu seu apoio à ditadura no Brasil, ao mesmo tempo que reconheceu seu erro.
Tendo
sido formado em 1962, a partir da Rádio Globo e do acordo ilegal com
o grupo Time-Life, que lhe rendeu um capital de, impensáveis para a
época, 6 milhões de dólares para fazer o que quisesse, o embrião
do conglomerado que viria a ser no futuro, conseguiu, mamando nas
tetas dos militares que golpearam o sistema político do Brasil em
1964, passar ileso por todas as contestações judiciais.
O
documentário britânico ''Muito além do Cidadão Kane'' ilustra
muito bem o fato.
Dali
em diante bastou seu apoio decisivo ao regime para que pudesse
crescer de maneira meteórica.
Embora
a censura mais dura a partir de 1968 com o AI-5 rendesse certa
redução de tiragem do jornal O Globo, uma vez que era obrigado a
publicar receitas de bolo e notícias sem importância, as concessões
de televisões Brasil afora só faziam crescer.
Foi
um período áureo para a Rede, não nos enganemos.
Tanto
é que às vésperas da queda do regime, a TV do jornalista Roberto
Marinho praticamente não cobriu o grande ato pelas Diretas Já em
1984, limitando-se a ''informar'' que aquela aglomeração de pessoas
era comemoração do aniversário de São Paulo.
Mas
o regime militar acabou e a Globo teve que se adaptar aos novos
tempos.
Sem
problemas.
Porém,
havia um risco real para ela em 1989.
Um
metalúrgico poderia subir ao poder e sabe lá Deus o que faria com a
emissora?
A
Globo investiu o quanto pôde em Fernando Collor, para que este
chegasse à presidência.
Não
hesitou em editar trechos de um debate entre o candidato alagoano e
Lula, para levantar um às alturas e rebaixar outro. Um verdadeiro
escândalo.
Mas
Lula em 2002 venceu as eleições.
E
o PT já vai para 16 anos no poder, com a ameaça de mais 4 em 2018.
E mais 4 em 2022!
Mas
para a Rede Globo isso não seria problema nenhum, pois o grupo nunca
faturou tanto.
Até
uma sonegação de cerca de um bilhão de reais rola há muito tempo
na Receita Federal sem previsão de desfecho.
E
os três irmãos Marinho são os homens mais ricos do país. Bom
demais. Obrigado PT.
Mas
é fato também que a rede vem perdendo audiência ano a ano. A
internet cresceu demais, e as pessoas preferem passar muitas horas
nas redes sociais.
Os
carros-chefe do jornalismo da emissora, Jornal Nacional e Jornal da
Globo, estão perdendo cada vez mais audiência, devido
principalmente à falta de credibilidade, além da parcialidade com
que tratam as questões políticas do país. Afinal, o povo não é
bobo e vem querendo desde há algum tempo que a Rede Globo vá
abaixo.
Ano
|
Média
geral Ibope em pontos
|
2000
|
23,5
|
2001
|
20
|
2002
|
21,4
|
2003
|
21
|
2004
|
21,7
|
2005
|
21
|
2006
|
21,4
|
2007
|
18,7
|
2008
|
17,4
|
2009
|
17,4
|
2010
|
16,5
|
2011
|
16,3
|
2012
|
14,7
|
2013
|
14,4
|
2014
|
13,5
|
E
ontem o Jornal Nacional bateu em 20 pontos de audiência. Em franca
queda, portanto.
Parece
que muita gente está despertando para o poder nefasto da emissora.
Há até um ato de protesto marcado para 21 de abril. Aguardemos.
O
governo cortou as verbas publicitárias na Rede, ao mesmo tempo que
acena para a confecção de uma Lei de Meios que regularia e
democratizaria a mídia.
Já
é sabido que a Globo também mantém muito dinheiro em paraísos
fiscais. Um deles pode ser a Suíça e o veículo, o banco HSBC. Por
enquanto, porém, só foi demonstrado que a viúva de Roberto
Marinho, dona Lily é depositaria de uma conta. Vamos aguardar.
Outro
inimigo da Globo que parece não ser poderoso são os blogs de
esquerda. Se não fossem, Ali Kamel, diretor geral de jornalismo não
teria se preocupado em processar Miguel do Rosário do blog O
Cafezinho e Luís Nassif do GGN, além de outros.
Ficou
claro, desde a campanha presidencial que a Rede Globo não queria
Dilma reeleita. Investiu o quanto pôde em Aécio Neves, mas não
deu.
Tendo
que engolir a derrota, passou a apostar suas fichas nas manifestações
pelo impeachment da Presidenta.
Como
isso também não parece viável, a ordem dos irmãos Marinho parece
ser a de destruir o PT a qualquer custo. E o Petrolão serve como uma
luva neste momento.
Mas,
e se vier a volta do regime militar?
Para
a Globo, melhor ainda.
Verbas
publicitárias de volta, adeus processo de sonegação, adeus Lei de
Meios, mais dinheiro para mandar para o exterior, ''empréstimos'' do
BNDES e, la crème de la crème, o fim dos blogs de esquerda.
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