domingo, 1 de março de 2015

A fênix renascerá das cinzas?

Por Fernando Castilho

Não vai haver golpe.

Pelo menos na modalidade que conhecemos mais de perto, aquela de 1964.

Não serão os militares a assumir o poder.

Porém, acho que já estamos bem grandinhos, bem crescidinhos para percebermos que o governo Dilma já acabou, ou marcha a passos largos para acabar nas próximas semanas.

E ao que tudo indica, quem está por trás desse triste fim é a própria presidenta.

Encastelada, observa os peões da oposição se movimentando em todos os setores, desde o Legislativo ao Judiciário, passando pelo Ministério Público, a Polícia Civil, a grande mídia, e agora, o PMDB de Michel Temer.

Por incrível que pareça, quem menos força faz pela queda de Dilma é o PSDB, que anda saidinho, feliz da vida, fazendo gracinhas no Facebook (FHC) ou negando o impeachment (Aécio).

O PMDB, apesar de ter pedido em reunião com Lula a reabertura de diálogo com o PT, dando a impressão que é contra o impeachment de Dilma, tem demonstrado na prática que sonha com a vaga. Perceba os movimentos de seu peão principal, Michel Temer, que vem adotando uma postura de quase presidente.

E se alguém acha ingenuamente que impeachloides ao saber que no caso de impedimento da presidenta, não assume Aécio Neves mas sim, Michel Temer, desistirão da empreitada, está muito enganado. Vai com Temer mesmo. Esse pessoal não quer é o PT. O resto pode.

No ato em Defesa da Petrobras na ABI, Lula afirmou em alto e bom som: ''Nossa querida Dilma tem que levantar a cabeça e dizer: eu ganhei as eleições.'' ''Quero paz e democracia, mas também sabemos brigar.''

Bastou isso para que os generais de pijama do clube militar o chamassem de agitador.

Na ABI houve um primeiro confronto entre militantes petistas e a gente paga por alguém, para tentar transformar o ato destinado a defender a maior companhia do país numa briga de torcidas. O resultado todo mundo sabe. A grande mídia deu destaque aos petistas batendo na ''turma do bem''. Essa foi a amostra do que vem pela frente.

Uma greve política de caminhoneiros pretende desabastecer o país, tática usada no Chile de Allende em 1973 e na Venezuela de Maduro. Apesar do acordo feito com o governo, a categoria, que não é a dos motoristas, mas sim a de seus patrões, mantém a greve que já gerou uma morte. A primeira motivada por uma situação de confronto inexorável que temos pela frente.

Pelas redes sociais está sendo convocada a ''onda vermelha contra o golpe!'' para 13 de março. Ou essa onda vira um tsunami de grandes proporções, onde nenhum ''militante'' pago pela direita se atreva a querer surfar, ou haverá confronto e, possivelmente feridos e até mortos.


E desta vez, em 15 de março não serão meia dúzia de impeachloides que desfilarão seu ódio pelas avenidas, podem estar certos.

De qualquer forma, vemos como extremamente estratégica a semana que se inicia, para que o Estado de Direito seja preservado.

É a última oportunidade que Dilma e seus ministros têm para tentar virar o jogo. Se não for agora, podem estar certos que o governo mudará de mãos.

Torço para que o mutismo da presidenta se deva à posse de informações sigilosas que serão divulgadas nos próximos dias. Algo que comprometa sobremaneira a oposição e a própria mídia. Só assim se desarmará o golpe branco.

A fênix renascerá das cinzas?

O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que teve que reforçar sua segurança pessoal (aliás, acho que Lula também deveria fazê-lo), ficou de divulgar nomes da Operação Lava Jato na sexta-feira passada, mas não o fez. Haveria algum nome da oposição na lista? Ele ainda a divulgará?

Há também a lista de 8 mil brasileiros que têm contas em paraísos fiscais pelo HSBC. A CPI sobre o caso deverá ser instalada, apesar dos senadores tucanos não terem sido signatários dela. Porém, uma CPI não produz resultados imediatos...

Neste momento, é preciso que estejamos preparados preparados para o pior, se é que queremos que o Brasil avance no combate à desigualdade e mantenha os programas sociais, fruto de uma luta árdua que não pode sofrer retrocesso.

Que os movimentos sociais, os sindicatos, a OAB e todos aqueles que se identificam com esta luta, estejam atentos.

Isso, em Português claro, significa disposição à luta, altruísmo e o mesmo espirito daqueles que combateram a ditadura.

Afinal, de que lado estamos?







2 comentários:

  1. eu só não concordo que o governo Dilma já acabou
    um governo que mal completou o 2° mês não pode ter esse tipo de avaliação tão pessimista e definitivo

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    1. Quando eu disse que o governo Dilma acabou, queria dizer que, mesmo que não haja impeachment, mesmo que os ânimos se acalmem, talvez após a divulgação dos nomes de políticos da Petrobras, a mídia e a oposição vão fazer com que esse governo se arraste durante 4 anos sem a possibilidade de realizar nada. Eduardo Cunha está aí para dar uma mãozinha nisso. Pode acreditar, Dilma já está encapsulada, e torceremos para que 2018 chegue bem rapidinho.

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