Não vai haver golpe.
Pelo
menos na modalidade que conhecemos mais de perto, aquela de 1964.
Não
serão os militares a assumir o poder.
Porém,
acho que já estamos bem grandinhos, bem crescidinhos para
percebermos que o governo Dilma já acabou, ou marcha a passos largos
para acabar nas próximas semanas.
E
ao que tudo indica, quem está por trás desse triste fim é a
própria presidenta.
Encastelada,
observa os peões da oposição se movimentando em todos os setores,
desde o Legislativo ao Judiciário, passando pelo Ministério
Público, a Polícia Civil, a grande mídia, e agora, o PMDB de
Michel Temer.
Por
incrível que pareça, quem menos força faz pela queda de Dilma é o
PSDB, que anda saidinho, feliz da vida, fazendo gracinhas no Facebook
(FHC) ou negando o impeachment (Aécio).
O
PMDB, apesar de ter pedido em reunião com Lula a reabertura de
diálogo com o PT, dando a impressão que é contra o impeachment de
Dilma, tem demonstrado na prática que sonha com a vaga. Perceba os
movimentos de seu peão principal, Michel Temer, que vem adotando uma
postura de quase presidente.
E
se alguém acha ingenuamente que impeachloides ao saber que no caso
de impedimento da presidenta, não assume Aécio Neves mas sim,
Michel Temer, desistirão da empreitada, está muito enganado. Vai
com Temer mesmo. Esse pessoal não quer é o PT. O resto pode.
No
ato em Defesa da Petrobras na ABI, Lula afirmou em alto e bom som:
''Nossa querida Dilma tem que levantar a cabeça e dizer: eu ganhei
as eleições.'' ''Quero paz e democracia, mas também sabemos
brigar.''
Bastou isso para que os generais de pijama do clube militar o chamassem de agitador.
Na
ABI houve um primeiro confronto entre militantes petistas e a gente
paga por alguém, para tentar transformar o ato destinado a defender
a maior companhia do país numa briga de torcidas. O resultado todo
mundo sabe. A grande mídia deu destaque aos petistas batendo na
''turma do bem''. Essa foi a amostra do que vem pela frente.
Uma
greve política de caminhoneiros pretende desabastecer o país,
tática usada no Chile de Allende em 1973 e na Venezuela de Maduro.
Apesar do acordo feito com o governo, a categoria, que não é a dos
motoristas, mas sim a de seus patrões, mantém a greve que já gerou
uma morte. A primeira motivada por uma situação de confronto
inexorável que temos pela frente.
Pelas
redes sociais está sendo convocada a ''onda vermelha contra o
golpe!'' para 13 de março. Ou essa onda vira um tsunami de grandes
proporções, onde nenhum ''militante'' pago pela direita se atreva a
querer surfar, ou haverá confronto e, possivelmente feridos e até
mortos.
E
desta vez, em 15 de março não serão meia dúzia de impeachloides
que desfilarão seu ódio pelas avenidas, podem estar certos.
De
qualquer forma, vemos como extremamente estratégica a semana que se
inicia, para que o Estado de Direito seja preservado.
É
a última oportunidade que Dilma e seus ministros têm para tentar
virar o jogo. Se não for agora, podem estar certos que o governo
mudará de mãos.
Torço
para que o mutismo da presidenta se deva à posse de informações
sigilosas que serão divulgadas nos próximos dias. Algo que
comprometa sobremaneira a oposição e a própria mídia. Só assim
se desarmará o golpe branco.
A fênix renascerá das cinzas?
O
Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que teve que reforçar
sua segurança pessoal (aliás, acho que Lula também deveria
fazê-lo), ficou de divulgar nomes da Operação Lava Jato na
sexta-feira passada, mas não o fez. Haveria algum nome da oposição
na lista? Ele ainda a divulgará?
Há
também a lista de 8 mil brasileiros que têm contas em paraísos
fiscais pelo HSBC. A CPI sobre o caso deverá ser instalada, apesar
dos senadores tucanos não terem sido signatários dela. Porém, uma
CPI não produz resultados imediatos...
Neste
momento, é preciso que estejamos preparados preparados para o pior,
se é que queremos que o Brasil avance no combate à desigualdade e
mantenha os programas sociais, fruto de uma luta árdua que não pode
sofrer retrocesso.
Que os movimentos sociais, os sindicatos, a OAB e todos aqueles que se identificam com esta luta, estejam atentos.
Isso,
em Português claro, significa disposição à luta, altruísmo e o
mesmo espirito daqueles que combateram a ditadura.
Afinal,
de que lado estamos?
eu só não concordo que o governo Dilma já acabou
ResponderExcluirum governo que mal completou o 2° mês não pode ter esse tipo de avaliação tão pessimista e definitivo
Quando eu disse que o governo Dilma acabou, queria dizer que, mesmo que não haja impeachment, mesmo que os ânimos se acalmem, talvez após a divulgação dos nomes de políticos da Petrobras, a mídia e a oposição vão fazer com que esse governo se arraste durante 4 anos sem a possibilidade de realizar nada. Eduardo Cunha está aí para dar uma mãozinha nisso. Pode acreditar, Dilma já está encapsulada, e torceremos para que 2018 chegue bem rapidinho.
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