Podemos em análise dar um desconto à fala contida de Dilma, afinal ela é a presidenta de todos os brasileiros e precisa ter bastante cuidado com o que diz, enquanto Lula não tem cargo nenhum e ainda pode falar da maneira que bem entender.
Dilma na internet |
Sobre
o que eu esperava desta iniciativa já escrevi no texto
Dilma no 1° de maio: na TV ou na Internet?
O
discurso foi dividido em 3 curtas partes.
Como
sempre, Dilma foi técnica, precisa e fria.
Esquentou
um pouco, porém, ao criticar a terceirização e a redução da
maioridade penal.
Nada
além disso.
A
emoção, que este blogueiro gostaria de ver estampada em seu rosto,
em seu olhar, e decodificada em sua voz, que ela deve estar guardando
para si, não veio...
Atingiu
o trabalhador, o povo?
O
panelaço não existiu, uma vez que o discurso ficou diluído, à
medida que blogueiros e internautas iam compartilhando. Não existiu
aquele momento certo.
A
oposição apressou-se em dizer que Dilma não foi a TV por medo dos
paneloides.
O
deputado Carlos Sampaio (PSDB) gostaria muito de ver mais um motivo
para impeachment, mas desta vez se conteve, afinal de contas, ele e o
senador Aloysio Nunes (PSDB) andam dando farto material para o site
Sensacionalista.
Mas
a emoção que Dilma não demonstrou, Lula esbanjou em seu discurso.
No
evento da CUT, Lula teve a coragem de criticar duramente as revistas
Época e Veja.
"Vejo
nas revistas brasileiras, que são um lixo, as insinuações. Eles
querem pegar o Lula, mas me chama para a briga que eu gosto".
"Quero
dizer aqui, na frente das crianças: pega 10 jornalistas da Veja, da
Época, e enfia um dentro do outro que não dá nem 10% da minha
honestidade".
Lula
conclamou a população e os movimentos sociais a combaterem a
direita conservadora.
Podemos
em análise dar um desconto à Dilma, afinal ela é a presidenta de
todos os brasileiros e precisa ter bastante cuidado com o que diz,
enquanto Lula não tem cargo nenhum e ainda pode falar da maneira que
bem entender.
Mas
nem 8 nem 80.
Dilma
poderia sim ter usado mais a emoção e tratado com mais ênfase os
assuntos que afligem seu governo.
Nem
uma palavra sobre o massacre dos professores no Paraná, apesar de ter alfinetado (de leve) Beto Richa: ''temos
que nos acostumar às vozes das ruas, aos pleitos dos trabalhadores,
reconhecer como legítimas as reivindicações de todos os segmentos
sociais da população (…) sem violência e sem repressão''. ''Para
isso, nada mehor que o diálogo franco e transparente entre governo e
a sociedade''.
A
oportunidade era perfeita inclusive para cobrar da oposição uma
postura sobre o fato. Poderia ter desancado Aécio. Não o fez.
Este,
por sua vez, fez discurso junto ao Paulinho pelego da Força, no
evento da Força Sindical. Deixou o Paraná passar batido.
As
pessoas precisam ver a presidenta como a comandante do país. Nesse
sentido, bater um pouco mais em Eduardo Cunha e na oposição só lhe
faria bem.
Infelizmente
não é a maneira de ser de Dilma.
Já
deveria ter me acostumado a isso.
Mas
para quem vem de um Lula, fica bem difícil...
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