sábado, 30 de maio de 2015

Loucura! Loucura! Esta semana foi uma loucura!

Por Fernando Castilho


Marin recebendo o colar do Ministério Público do Estado de São Paulo
Não poderia haver uma semana mais nonsense do esta que se finda.

Confirmando a Lei de Murphy, quase tudo que poderia acontecer, aconteceu.

Vamos lá:
Os marchadores do Movimento Brasil Livre, tendo que cumprir mais de mil quilômetros em um mês, teriam que caminhar cerca de 8 horas por dia, mas não foi o que fizeram.

Com uma logística de 5 carros e um ônibus, andavam um pouco a pé, principalmente nas entradas e saídas de cidades e em seguida embarcavam nos veículos confortáveis à sua disposição. E a Polícia Rodoviária tranquilamente permitiu que trafegassem pelos acostamentos.

Numa dessas poucas caminhadas, seu líder, o Kim Kataguiri e mais uma seguidora foram atropelados por um carro conduzido por um bêbado.

O nonsense está no fato de Kim e o MBL serem a favor de que motoristas dirijam embriagados (!).

O rapaz foi socorrido pelo SAMU, do Governo Federal, outra incongruência, uma vez que ele é contrário ao Estado e suas políticas públicas.

Ao chegarem à Brasília, os marchadores que esperavam serem recebidos por milhares de pessoas, ficaram solitários pelos gramados. O jeito foi Kim fazer selfies com Bolsonaro e Feliciano. Oh tristeza...





Loucura! Loucura! O avião em que viajavam Luciano Huck, Angélica, três filhos, duas babás e tripulantes teve de fazer um pouso forçado.

No noticiário da Globo as babás chamavam-se Babás, pois nome próprio não têm.

Huck e Angélica, mesmo ricos, tiveram que experimentar o SAMU e o SUS para serem atendidos. E que atendimento Vip, não? Não faltou nem a caríssima tomografia em seus exames.

Aguardemos que eles façam pelo menos o elogio do Sistema Único de Saúde, tão necessário quanto mal visto pelos mais abastados.




Na Câmara Federal, o presidente Eduardo Cunha colocou em pauta o tal do distritão, sistema adotado na avançada democracia do Afganistão. Pela primeira vez desde que assumiu a presidência da casa, já se sentindo o grande mandatário do país, foi acachapantemente derrotado.

Mas Cunha não se fez de logrado e ainda apresentou o projeto de Reforma Política cujo item mais polêmico é aquele que autoriza o financiamento privado de campanhas eleitorais. Desafiando a lógica da Câmara que é majoritariamente constituída por deputados que mamam nas gordas tetas das empreiteiras, Cunha foi derrotado.

Interessante notar que PT, PcdoB, PDT e Psol, por terem militância se postaram contrariamente ao financiamento privado. A contradição vem do PPS, um mero genérico do PSDB que também votou contra. Vá entender...

Mas não parou por aí! Já no dia seguinte Eduardo Cunha voltou à carga e reapresentou o mesmo projeto com outra maquiagem. E então vimos 71 deputados simplesmente mudarem de ideia de um dia para o outro. Quanta grana rolou em 24 horas talvez nunca consigamos descobrir. Mas parece lógico que Cunha, um portfólio ambulante de muitas empresas, não iria desistir assim tão facilmente.

Resta saber se o STF que recebeu representação dos partidos derrotados, vai melar a votação pelo fato de que um mesmo projeto não pode ser reapresentado na mesma legislatura.

Dígno de nota também é o PSDB de Aécio Neves que diz que luta contra a corrupção votar pelo financiamento privado, a maior fonte de corrupção do país. Não tem militância, precisa de grana.




Por fim, mais surpresa na semana. E que surpresa!
José Maria Marin, o todo poderoso dirigente do futebol brasileiro e mundial, foi preso.
Mas quem é Marin?

Ouvi falar dele ainda muito jovem. Meu pai conhecia o pai dele em Santo Amaro, zona sul de são Paulo. Marin enriquecera e largara seu progenitor à míngua. Meu pai foi um dos que o ajudou.

Partiu desse crápula, na época deputado estadual pela ARENA, partido que dava sustentação ao regime militar, a sugestão ao delegado Feury para que o jornalista Vladimir Herzog, barbaramente torturado e assassinado nos porões da ditadura, fosse preso em 1975.

Marin substituiu Paulo Maluf por 10 meses no governo do Estado em 1982. Foi o bastante para ele comprar um apartamento avaliado em cerca de um milhão de dólares, muito dinheiro para a época.

Mais tarde, já como vice-presidente da CBF, Marin em de 2012, durante a premiação após o jogo final da Copa São Paulo de Futebol Junior, embolsou disfarçadamente uma medalha que seria entregue ao jogador corintiano Mateus. O ato foi flagrado pelas câmeras da Band e exibido ao vivo, em rede nacional. Ladrão de galinhas.

E agora está preso na Suíça, acompanhado de outros seis executivos da FIFA, em investigação liderada pelo FBI. Del Nero, o presidente da CBF tratou de voltar rapidinho antes que também fosse preso por lá.

Cabe aqui um comentário. Para o FBI crimes não prescrevem quando o criminoso atinge mais que 70 anos como no Brasil. Por isso é que temos um Maluf impune. E outros malfeitores do mensalão tucano fazendo hora para chegarem aos 70 anos e se tornarem inimputáveis.

Outro comentário. As investigações tem que chegar também à Rede Globo que, juntamente com Ricardo Teixeira, Marin e Del Nero, sempre mandou no futebol brasileiro.

Em março deste ano José Maria Marin recebeu (!) o Colar do Mérito Institucional do Ministério Público do Estado de são Paulo. O tão admirado Ministério Público, sempre empenhado em elevar a Justiça deste país.

Bem, a semana ainda não terminou. O que mais falta acontecer?


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