A vencedora |
Dilma
venceu as eleições mais difíceis dos últimos 15 anos. 51,64%
contra 48,36% de Aécio.
Apenas
3,28% de diferença.
Os
institutos de pesquisa erraram?
À
exceção do Sensus que previu vitória do tucano, no entender do
blog, não.
Por
que a vitória da presidenta foi tão apertada?
Dilma
vinha num crescendo, e poderia ter vencido com diferença expressiva,
talvez de até 10 pontos, não fosse o debate da Globo com altíssima
audiência, que a mostrou hesitante e gaguejante ante a um Aécio
franco-atirador, descompromissado com a verdade e fluente.
Outro
fato que diminuiu a diferença foi o golpe baixo da Veja. Não tenham
dúvidas.
Mas
Dilma venceu.
O
que Dilma deve ter aprendido neste final de segundo turno? (continue a ler...)
Aécio
Neves cresceu muito em número de eleitores, e não podemos
subestimá-lo em 2018.
Não
importa se seu adversário será Lula ou qualquer outro. Serão 4
anos de campanha ininterrupta da mídia contra o governo.
Demos
a Dilma nosso voto de confiança, mas certamente temos que cobrar-lhe
algumas medidas urgentes, pra ontem.
E não é o que a maioria imagina. O que a presidenta prometeu em campanha, certamente há de cumprir, como fez até agora.
Diálogo
Em
seu discurso de posse, Dilma conclamou o povo ao diálogo, em atitude
conciliadora visando unir o país ao invés de dividí-lo.
É
PRECISO, e a presidenta já colocou este ítem como sua primeira
prioridade. O ódio ao PT, inflamado pela mídia, pela direita
raivosa tem que ser combatido com iniciativas concretas de
informação.
''A
minha disposição mais profunda é liderar da forma mais pacífica e
democrática este momento transformador. Estou disposta a abrir um
enorme espaço de diálogo com todos os setores da sociedade para
encontrar soluções mais rápidas para os nossos problemas.''
É isto que se espera de uma estadista.
Reforma
política
Ficou
absolutamente claro que o calcanhar de Aquiles do PT é a corrupção,
tenha o partido ou a presidenta cometido ou não. Isso ainda há de
render muito até 2018.
O
governo PRECISA concentrar esforços na Reforma Política. O
principal ítem que TEM que ser aprovado, embora não seja de
interesse dos outros partidos, é a proibição do financiamento
empresarial às campanhas. Esse é sempre o maior gerador de
corrupção nos governos, uma vez que a empresa faz uma doação à
campanha do candidato, e depois apresenta-lhe a fatura.
Também em seu discurso, de vitória, Dilma já se comprometeu com a Reforma Política.
Como
é de responsabilidade do Congresso, o governo precisa fazer gestões
junto a esse poder, para aprovar essa lei.
Secom
A
Secretaria de Comunicação da Presidência TEM que mudar sua linha
de atuação. Não é possível aceitar que uma revista receba verba
de publicidade do governo ao mesmo tempo que lhe aplica golpes como
fez a Veja e outros órgãos de imprensa.
Com
relação às emissoras de rádio e televisão, estas NÃO PODEM
continuar a fazer política partidária pois são objeto de concessão
do poder público. No fim, quem está pagando à Globo para que ela
sistematicamente fale mal do governo e omita do público suas
realizações, somos nós mesmos que pagamos impostos.
Além
disso, principalmente durante os debates, ficou claro que Aécio
Neves, um quadro muito fraco entre os fracos quadros do PSDB, com muitos calcanhares de Aquiles, aproveitou-se do fato de que a maioria da população
desconhece o limite da competência do governo federal, quanto à
saúde, educação e segurança pública.
É
inaceitável que somente através dos programas eleitorais de Dilma,
o povo tivesse conhecimento das obras de transposição do Rio São
Francisco, da Ferrovia Norte-Sul, da ponte sobre o Rio Negro e da
Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Que a mídia boicotou, já
sabemos, mas por que a Secom não tratou da divulgação dessas
obras?
É
inadmissível que o povo brasileiro ainda não saiba que a obra do
Porto de Muriel em Cuba está sendo executada por uma empreiteira
(empresa privada) que recebeu financiamento do BNDES, que está sendo
pago com juros. Está gerando empregos para os brasileiros. O governo
não está dando um porto para Cuba! A Secom falha feio no sentido de
informar melhor o povo.
Lei
de Meios
Essas
medidas que a Secom deveria implementar são apenas paliativos
enquanto uma lei que regule e democratize a mídia não vem.
Esta
lei tem que ser apresentada, discutida e aprovada pelo Congresso na
próxima gestão, sem o que, a mídia continuará a manipular a
opinião pública a seu bel prazer.
Não
se trata de atentado à liberdade de expressão, mas de garantir que
os espaços dados a todos os partidos e candidatos em geral, seja
democraticamente o mesmo.
Criminalização
da homofobia
Levy
Fidelix, o candidato que nos remete à triste lembrança de sua fala
num dos debates, NÃO PODE continuar a pregar impunemente a
homofobia. Nem ele nem ninguém. Os que tem poucos neurônios
entendem isso como um aval para sair espancando e matando
homossexuais. A pregação da homofobia tem que virar crime, além de
se tornar impedimento para que o candidato continue a disputar a
eleição. Depende do Congresso, mas o executivo tem que tomar a
iniciativa.
Criminalização
do fascismo
A
democracia foi uma conquista arrancada da ditadura à duras penas.
Muitos foram o que sofreram ou deram a vida para que hoje possamos
escolher nossos governantes.
Pois
bem, um candidato que prega a ditadura NÃO PODE disputar eleições
democráticas. Jair Bolsonaro teve votação por demais expressiva.
Seu crescimento é perigoso por fazer crescer o ódio numa população
que não viveu o regime ditatorial, principalmente os jovens.
Assistimos
este ano bizarras comemorações da ditadura, quando se completaram
50 anos do golpe. Pessoas saíram às ruas, e órgãos de imprensa
flertaram com sua volta, num claríssimo balão de ensaio para ver no
que dava. Felizmente, naquele mês de março, pouca gente aderiu.
Mas
o que vimos agora, às vésperas do segundo turno?
Gente
nas ruas, enrolada com bandeiras do Brasil, manifestando um ódio
irracional contra, segundo eles, a ditadura comunista que existe no
Brasil. Até FHC, Serra e Aloyzio, que pagaram um certo preço
naquela época, estavam entre os fascistas nas ruas, que diziam que,
se não podem ter a volta do regime militar, que se vote no Aécio,
mesmo.
A
pregação da ditadura TEM que ser criminalizada através de projeto
de lei a ser aprovado pelo Congresso.
Reforma
agrária
Está
sendo feita a toque lento demais. É necessário que se invista mais
nesse ítem.
Forças
Armadas
A
ditadura já acabou há 24 anos, mas os generais de pijama ainda
estão por aí, seja na caserna ou fora dela, pregando sua volta.
O
governo junto com o PT precisa investir na renovação da instituição
exército, investir na formação de quadros democráticos, sem essa
carranca de direita que ainda hoje ostentam.
Imposto sobre as grandes fortunas
Não é mais possível aceitar que, nos dias de hoje, as grandes fortunas paguem a mesma porcentagem em impostos, que o trabalhador assalariado que tem seu imposto descontado na fonte. É PRECISO que haja uma reforma nesse sentido. Além disso, é necessário aumentar a fiscalização e a punição aos sonegadores, os verdadeiros sangue-suga do país.
Participação
popular
Importante
para que se possa avançar mais nos projetos sociais, além de
diminuir as tensões e esclarecer melhor a população acerca dos
problemas e limites enfrentados pelo governo. Um governo só é
popular quando ouve as reivindicações do povo. O governo PRECISA retomar o diálogo mais próximo com os movimentos sociais.
Como
vemos, além do próprio programa de governo de Dilma para os
próximos quatro anos, há uma série de medidas imperiosas que, se
não forem implementadas, farão com que a disputa em 2018 seja ainda
mais encarniçada do que esta.
Com
o risco de que a oposição vença.
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