Roberto Amaral, resignado |
Quando,
logo após a morte de Eduardo Campos, Marina Silva procurou o PSB
para se colocar como alternativa à cabeça da chapa para disputar o
posto maior da República, o novo presidente do partido socialista,
Roberto Amaral, teve que engolí-la a contragosto.
O
episódio lembrou muito Guerra nas Estrelas quando o menino que mais
tarde viria a ser Darth Vader foi apresentado ao conselho de Jedis,
sob o olhar contrariado do mestre Yoda, alguém se lembra?
Dispensável esta metáfora? (continue lendo...)
Pois
bem, ao longo de toda a campanha assistimos a transformação de
Marina Silva em alguém muito diferente daquela que se apresentava
como a ''nova política''.
A
candidata, chamada às falas por Silas Malafaia, teve que retirar de
seu programa os avanços em relação às políticas LGBT.
Seu
programa de governo na área econômica, não teve sua participação.
Está na cara.
Marina
foi usada por economistas neoliberais e Neca Setúbal, que não
hesitaram em infiltrar seus projetos no plano, ousando até em
defender a independência do Banco Central.
Um
programa claramente de direita. E Marina se viu na impossibilidade de
renegar seu próprio programa. Teve que se adaptar à nova situação.
Roberto
Amaral teve que ouvir uma reprimenda e um alerta do Prof. Moniz Bandeira acerca do erro em insistir com a candidatura de Marina.
Prof. Moniz Bandeira |
Espremido
entre seus pares que, por motivos puramente eleitoreiros e nada
republicanos, se aproximavam cada vez mais dos tucanos, Roberto
Amaral aguentou, por fidelidade ao partido, até onde deu.
Encerradas
as apurações do primeiro turno, o PSB apressou-se em definir sua
posição por Aécio Neves.
O
quase partido de Marina, a Rede Sustentabilidade, passou a defender o
voto em branco, nulo ou em Aécio, alguém entendeu? Tudo, menos
Dilma Rousseff.
Racha
na Rede, pois ainda há por lá quem mantenha posições de esquerda.
Racha
no PSB, pois expoentes do partido como a senadora Lídice da Mata,
(BA), o
senador Antonio Carlos Valadares (SE), Bruno da Mata (Secretário da
Juventude), Joilson Cardoso (secretário sindical) e Kátia Born
(AL), resolveram apoiar Dilma Rousseff.
A
deputada Luíza Erundina (SP) foi contrária ao apoio ao tucano, mas
não declarou seu voto.
Roberto Amaral e Luíza Erundina |
Marina
Silva correu atrás de Aécio Neves para apresentar-lhe suas
condições para o apoio. O tucano se escondeu o quanto pode,
forçando a ex-senadora a adiar sua decisão.
As
condições eram: desmatamento zero (um absurdo sem tamanho devido à
sua impossibilidade. Aécio até que poderia ter aceito essa),
demarcação de terras indígenas (isso já vem sendo feito no
governo Dilma, embora lentamente), fim da reeleição (que o tucano
defende somente para 2022) e cancelamento da proposta de redução da
maioridade penal.
Aécio
aceitou quase tudo, claro, tranquilo. Menos a condição que envolve
a redução da maioridade penal. Leia aqui
E
é aí que o bicho pega. Somente por isso, Marina TINHA que recusar o
apoio ao tucano. Esse é um divisor de águas, típico projeto da
direita mais feroz que existe no país.
Mas
Marina aceitou. E pior, afirmou que sua decisão é ''inteiramente
coerente'' com a renovação da política que ela defende.
Em
junho, apenas 4 meses atrás (!), a ex-senadora havia afirmado que
não subiria num palanque tucano em ''hipótese alguma''.
Há
um racha na Rede. E a responsável é a sua guru, Marina. Talvez o
partido nunca mais se viabilize. Culpa da Dil..., digo da Marina!
O
presidente do PSB, numa carta dura, onde lembra a liderança de
Miguel Arraes, decide apoiar Dilma Rousseff. Critica o PSB por ter
esquecido seu programa socialista, apoiando um candidato da direita.
Nas próximas eleições à presidência do partido, Roberto Amaral
deverá ser defenestrado pela gangue liderada por Márcio França e
Beto Albuquerque.
Marina
Silva é falsa, sem coerência, uma pessoa sem caráter, e traidora.
Roberto
Amaral é verdadeiro, coerente, tem caráter e não traiu seus
princípios.
Quanta
diferença...
Os
que votam em branco ou anulam seu voto por serem contrários à velha
política, já têm um exemplo de dignidade a ser seguido.
Sigam
o exemplo de Roberto Amaral!
A nova direita |
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