Estão te roubando e gritando ''pega ladrão'' |
O
Estado, por ser também o maior centro consumidor do Brasil, tem
influência decisiva no cálculo da inflação, que deverá, com
muito esforço do Governo Federal, terminar o mês dentro do limite
da meta de 6,5%.
Esse
índice de inflação, embora inferior ao praticado nos dois governos
de FHC, tem sido usado e abusado por Aécio Neves como sendo a
espinha dorsal de sua campanha, ou mesmo a única proposta que tem
para o Brasil. O homem só fala em reduzir a inflação para 3%, como
se isso pudesse feito por decreto de um presidente.
Para
que possa reduzir a inflação à metade da atual, o tucano precisa
colocar em prática o neoliberalismo na economia. (continue lendo...)
Forçosamente,
por serem inversamente proporcionais, a redução da inflação e o
chamado Estado mínimo, significam desemprego, fim do reajuste do
salário mínimo, privatizações e redução drástica dos
programas sociais.
Ou
seja, as camadas mais desfavorecidas da população pagarão para que
os preços subam menos para aqueles que consomem mais, a classe média
e os ricos.
Aécio
esconde, porém, um fato.
O
que o Estado de São Paulo, governado há 20 anos por seu partido, o
PSDB, influência maior no índice de inflação, tem feito para
reduzí-lo?
Geraldo
Alckmin, recém reeleito governador, implantou no Estado as maiores
taxas de pedágio do país, e uma das maiores do mundo.
Todos
sabemos que os alimentos e outros bens de consumo dependem
fundamentalmente do transporte rodoviário para chegar ao consumidor
final.
As
altas taxas de pedágio fazem com que haja um encarecimento do preço
final dos produtos. Isso gera inflação.
O
governador tucano na questão da falta de água, embora a mídia
insista em culpar São Pedro, peca por omissão, e das mais
criminosas.
Em
2004, quando se deu a renovação da outorga (Portaria DAEE 1213/04)
a Sabesp assumiu compromissos, que se tivessem sido cumpridos, a
crise não teria tomado as proporções que tomou. Um dos artigos diz
que a companhia deveria elaborar, em 12 meses, um Plano de
Contingência para ações durante situações de emergência, mas
que nunca saiu do papel.
leia matéria completa sobre o assunto aqui
São
Paulo neste ano perderá o Sistema Cantareira e talvez o Alto Tietê,
dois crimes ambientais a que talvez nunca seja responsabilizado pela
população que o avaliou.
Mas
é óbvio que além do paulista hoje conviver com uma situação
insustentável de racionamento de água, há que se lembrar a
indiscutível influência desse descaso no aumento do índice da
inflação.
Paulista quis mudar sem mudar |
A
água na indústria é fundamental para a produção, seja no
resfriamento de processos, seja na lavagem de peças ou máquinas,
seja como participante mesmo da linha produtiva.
Sabemos
também que hoje vários pequenos estabelecimentos comerciais estão
tendo que reduzir seu horário de funcionamento em virtude da falta
de água. Estabelecimentos maiores como supermercados, shoppings
centers e outros já não conseguem mais atender a população com
qualidade.
Os
serviços também já estão sofrendo redução de qualidade com esse
choque.
Com
a falta de água, haverá prejuízos que acabarão por ser repassados
ao consumidor na forma de aumento de preços, o que eleva em muito o
índice de inflação.
Além
disso, deverá haver desemprego, uma vez que as primeiras medidas dos
patrões frente à uma situação de crise é a demissão de
funcionários e enxugamento da máquina.
Vivemos
então uma situação em que o candidato do partido de oposição,
reclama da inflação e esconde que o PSDB é talvez o maior
responsável por ela.
Estão nos roubando e gritando ''pega ladrão!''
Paradoxal?
Não,
apenas cínico.
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