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Candidatos à presidência |
Começava
o ano de 2014.
Os
principais partidos protagonistas das eleições presidenciais eram
assim definidos pela percepção da maioria dos que acompanham a
política brasileira:
PT
– centro esquerda ou esquerda
PSDB
– centro direita
PMDB
– centro ou centro direita
PSB
– centro esquerda (apesar do nome ''socialista'')
DEM
– direita
PSOL
– esquerda
PRTB
– direita
PSC
– direita
PV
– centro
Rede
Sustentabilidade (quase partido) – setores à esquerda, setores
apolíticos e setores à direita
Pois
bem, chegando a campanha ao final, tendo o segundo turno marcado para
o próximo dia 26, é impressionante como o espectro de alguns
partidos mudou em apenas alguns meses. (continue lendo...)
O
PSDB, que na sua sigla ostenta ''Social Democracia'', por vergonha de
se definir como sendo de direita, na verdade, devido à sua política
neoliberal, sempre esteve desse lado no espectro.
Agora,
na reta final, aproveitando-se do anti-petismo de grande parte da
população, mostra sua real face, exposta principalmente no último
debate da Band, quando Aécio Neves fez suas estrepolias, mentindo
desavergonhadamente e revelando seu lado cínico e irônico.
Pataxó |
Aécio,
uma vez no governo (se vencer), respaldado pela maioria dos votos do
brasileiros, há de se revelar por completo. Ao aplicar o
neoliberalismo na economia, terá que reduzir ou até extinguir os
programas sociais, deixar de reajustar o salário mínimo acima da
inflação e aumentar o desemprego. Isso não são suposições. Em
economia, redução do estado e programas sociais são inversamente
proporcionais. Aumentando um, diminui o outro.
O
PMDB continua como sempre foi: centro ou centro direita, fisiológico.
Caso Dilma vença, continuará ao seu lado, querendo cada vez mais
ministérios. Caso Aécio vença, passará para o lado dele, onde
será bem-vindo, pois hoje nenhum partido consegue governar sem a
legenda de Michel Temer.
DEM,
PRTB, e PSC se mantém como linha auxiliar do PSDB.
O
PV acaba de se definir por Aécio, descaracterizando -se por
completo, já que os tucanos e a direita em geral não são a melhor
garantia de políticas ambientais. Não é mais Partido Verde, mas
apenas um partido nanico qualquer. Manchou a sigla.
O
PSOL mantém-se coerente. Porém, embora tenha obtido 1,6 milhão de
votos, há algo de sonhático no partido, que o impede de crescer.
Dentro de um sistema capitalista, uma agremiação de esquerda não
tem como ser socialista na total acepção da palavra.
O
PSB é certamente o partido que promoveu uma guinada de 180º na sua
trajetória. O partido que ostenta o termo ''socialista'' na sigla
e, que por isso mesmo estaria teoricamente à esquerda, acaba de
apoiar Aécio e, definitivamente agora é direita. Houve um racha,
seu presidente Roberto Amaral, Luíza Erundina e outros expoentes
recusaram-se a acompanhar o partido na opção pelo tucano, mas a
tendência é haver uma certa acomodação depois. Numa eventual
vitória do tucano, deverá negociar cargos e participar do governo.
A
Rede rachou mais que o PSB. Definitivamente Marina Silva cometeu um
erro histórico ao não ter se dedicado à consolidação de seu
partido. Hoje há quem, como Marina, apóie Aécio, há quem não
apóie nenhum dos dois e há também quem opte por Dilma. Vai ser
muito difícil ou impossível consertar todo esse estrago. O
blogueiro não acredita que Marina tenha credibilidade para
protagonizar isso, uma vez que sua reputação sai praticamente
destruída do episódio.
Resta
analisar o PT, que por ter feito aliança com o PMDB, é tido como
centro-esquerda.
Os
programas sociais (e eles são muitos), só saíram do papel e foram
aprovados por causa dessa aliança. Sem ela, o partido não
conseguiria nada, e talvez tivesse sido defenestrado já em 2006.
O
fato é que, nunca na história deste país, a preocupação com a
população mais pobre e o combate à desigualdade foram tão
elasticamente levados à efeito.
Mas
ainda há muito mais a ser feito.
Hoje
sabemos que esta eleição é a mais difícil de ser vencida pelo
partido, uma vez que a mídia entrou de vez na campanha. Seguramente
Dilma Rousseff, se vencer, haverá de levar a cabo um projeto de
democratização da mídia.
Além
disso, fator determinante para reduzir muito a corrupção, será a
eliminação do financiamento privado de campanha. Para isso
acontecer, uma reforma política é urgente. Dilma terá que fazê-la.
Há
ainda mais para o segundo mandato.
A
participação dos movimento sociais haverá de ser fundamental para
que projetos que beneficiarão as camadas mais pobres da população
sejam postos em prática.
A
reforma agrária terá que ser mais célere, assim como a demarcação
de terras indígenas.
De
qualquer forma, redefinidas as posições partidárias neste final de
ano, só resta ao blogueiro reconhecer que o Partido dos
Trabalhadores ainda é a grande força de esquerda transformadora
deste país.
Era assim |
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