quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O PT é a esquerda do Brasil

Por Fernando Castilho

Charge: Pataxó pataxocartoons.blogspot.jp

Candidatos à presidência
Começava o ano de 2014.

Os principais partidos protagonistas das eleições presidenciais eram assim definidos pela percepção da maioria dos que acompanham a política brasileira:
PT – centro esquerda ou esquerda
PSDB – centro direita
PMDB – centro ou centro direita
PSB – centro esquerda (apesar do nome ''socialista'')
DEM – direita
PSOL – esquerda
PRTB – direita
PSC – direita
PV – centro
Rede Sustentabilidade (quase partido) – setores à esquerda, setores apolíticos e setores à direita

Pois bem, chegando a campanha ao final, tendo o segundo turno marcado para o próximo dia 26, é impressionante como o espectro de alguns partidos mudou em apenas alguns meses. (continue lendo...)


O PSDB, que na sua sigla ostenta ''Social Democracia'', por vergonha de se definir como sendo de direita, na verdade, devido à sua política neoliberal, sempre esteve desse lado no espectro.

Agora, na reta final, aproveitando-se do anti-petismo de grande parte da população, mostra sua real face, exposta principalmente no último debate da Band, quando Aécio Neves fez suas estrepolias, mentindo desavergonhadamente e revelando seu lado cínico e irônico.

Pataxó
Aécio, uma vez no governo (se vencer), respaldado pela maioria dos votos do brasileiros, há de se revelar por completo. Ao aplicar o neoliberalismo na economia, terá que reduzir ou até extinguir os programas sociais, deixar de reajustar o salário mínimo acima da inflação e aumentar o desemprego. Isso não são suposições. Em economia, redução do estado e programas sociais são inversamente proporcionais. Aumentando um, diminui o outro.

O PMDB continua como sempre foi: centro ou centro direita, fisiológico. Caso Dilma vença, continuará ao seu lado, querendo cada vez mais ministérios. Caso Aécio vença, passará para o lado dele, onde será bem-vindo, pois hoje nenhum partido consegue governar sem a legenda de Michel Temer.

DEM, PRTB, e PSC se mantém como linha auxiliar do PSDB.

O PV acaba de se definir por Aécio, descaracterizando -se por completo, já que os tucanos e a direita em geral não são a melhor garantia de políticas ambientais. Não é mais Partido Verde, mas apenas um partido nanico qualquer. Manchou a sigla.

O PSOL mantém-se coerente. Porém, embora tenha obtido 1,6 milhão de votos, há algo de sonhático no partido, que o impede de crescer. Dentro de um sistema capitalista, uma agremiação de esquerda não tem como ser socialista na total acepção da palavra.

O PSB é certamente o partido que promoveu uma guinada de 180º na sua trajetória. O partido que ostenta o termo ''socialista'' na sigla e, que por isso mesmo estaria teoricamente à esquerda, acaba de apoiar Aécio e, definitivamente agora é direita. Houve um racha, seu presidente Roberto Amaral, Luíza Erundina e outros expoentes recusaram-se a acompanhar o partido na opção pelo tucano, mas a tendência é haver uma certa acomodação depois. Numa eventual vitória do tucano, deverá negociar cargos e participar do governo.


A Rede rachou mais que o PSB. Definitivamente Marina Silva cometeu um erro histórico ao não ter se dedicado à consolidação de seu partido. Hoje há quem, como Marina, apóie Aécio, há quem não apóie nenhum dos dois e há também quem opte por Dilma. Vai ser muito difícil ou impossível consertar todo esse estrago. O blogueiro não acredita que Marina tenha credibilidade para protagonizar isso, uma vez que sua reputação sai praticamente destruída do episódio.

Resta analisar o PT, que por ter feito aliança com o PMDB, é tido como centro-esquerda.
Os programas sociais (e eles são muitos), só saíram do papel e foram aprovados por causa dessa aliança. Sem ela, o partido não conseguiria nada, e talvez tivesse sido defenestrado já em 2006.

O fato é que, nunca na história deste país, a preocupação com a população mais pobre e o combate à desigualdade foram tão elasticamente levados à efeito.

Mas ainda há muito mais a ser feito.
Hoje sabemos que esta eleição é a mais difícil de ser vencida pelo partido, uma vez que a mídia entrou de vez na campanha. Seguramente Dilma Rousseff, se vencer, haverá de levar a cabo um projeto de democratização da mídia.

Além disso, fator determinante para reduzir muito a corrupção, será a eliminação do financiamento privado de campanha. Para isso acontecer, uma reforma política é urgente. Dilma terá que fazê-la.

Há ainda mais para o segundo mandato.
A participação dos movimento sociais haverá de ser fundamental para que projetos que beneficiarão as camadas mais pobres da população sejam postos em prática.

A reforma agrária terá que ser mais célere, assim como a demarcação de terras indígenas.

De qualquer forma, redefinidas as posições partidárias neste final de ano, só resta ao blogueiro reconhecer que o Partido dos Trabalhadores ainda é a grande força de esquerda transformadora deste país.

Era assim




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