quinta-feira, 8 de maio de 2014

Eduardo Campos jogará a toalha?

Por Fernando Castilho

Acaba de sair uma nova pesquisa de opinião sobre os candidatos à Presidência da República.

Segundo a Pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta terça-feira, 29, a presidenta Dilma Rousseff perdeu seis pontos porcentuais nas intenções de voto para presidente entre fevereiro e abril. Clique aqui para ter acesso à pesquisa.


No cenário que mede a intenção de voto estimulada (os nomes são apresentados aos entrevistados) apenas com os três principais nomes da disputa, a Presidenta aparece com 37% da preferência do eleitorado, abaixo dos 43,7% obtidos em fevereiro. O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), tem 21,6% das intenções de voto, frente a 17% no início deste ano. O ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), soma 11,8%, variação positiva de pouco menos de dois pontos porcentuais em relação a fevereiro, portanto, dentro da margem de erro do levantamento. Brancos e nulos chegam em 20% e o porcentual dos que não sabem ou não responderam atingiu a 9,6%.

Foram entrevistadas 2.002 pessoas, entre os dias 21 e 25 de abril. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-00086-2014.

Não foi divulgado se a metodologia da pesquisa incluiu o cartão circular ou o cartão com os nomes dos candidatos em ordem alfabética, como fez o Instituto Sensus.

De qualquer forma, há uma percepção real da queda de votos de Dilma depois do bombardeio midiático sem tréguas que vem sofrendo. Não vamos nos enganar. E é lógico que, com toda a grande mídia atuando em favor do PSDB, Aécio tinha mesmo que subir.

Parece que agora fica claro que há uma possibilidade real de 2º turno, verificada principalmente quando se inclui no cenário os nanicos que, somados aos 2 principais oposicionistas, totalizam 34,1% contra 36,5%. A diferença de 2,4% é praticamente igual à margem de erro da pesquisa.

Mas Dilma venceria num eventual segundo turno. Ela teria 39,2% das intenções de voto, contra Aécio, com 29,3%.

Isto posto, há que se analisar o novo contexto.

E nele, o maior protagonista torna-se Eduardo Campos, que assume papel estratégico na campanha dos dois primeiros colocados.

Fica evidente que, a Campos restam 2 alternativas: ou joga a toalha, passando a bola à Marina Silva, como cabeça de chapa do PSB, o que duvido muito devido ao seu perfil, ou deixa de repetir tudo o que Aécio fala, parecendo até um genérico deste, e parte para a ofensiva contra o tucano. Se não mudar seu discurso, não vai conseguir impedir o avanço do concorrente.

Se fizer isso, o que veremos vai ser uma briga de foice no escuro pra ver quem vai com a Presidenta para o 2º turno. E Dilma, lógico, enquanto isso, subirá.

Mas o fato é que Campos realmente está numa sinuca de bico. Precisa criticar Dilma. Precisa criticar Aécio. Sem propostas que o diferenciem dos dois polos, o que lhe sobra?
Ainda por cima carrega o peso da estreita vigilância que lhe impõe Marina. Para 2014 não dá mais.

O melhor, portanto ao pessebista talvez seja começar a pensar em seu futuro político, tentando fugir do ostracismo em que será colocado se a vitória de Dilma acontecer.

Para isso, mesmo que a contragosto, talvez tenha que ensaiar uma reaproximação com a Presidenta, repassando parte de seus votos e tempo na TV para ela, para ao menos tentar garantir em 2015 algum tipo de participação de seu partido no próximo Governo.

Poderá também, aguardar um possível 2º turno, e apoiar o tucano, esperando alguma benesse deste num futuro governo. Mas Marina aceitará?

Quanto a Aécio, continua sem propostas. Aqui e ali tem falado em medidas impopulares, o que lhe limita muito o horizonte. A criação de factoides, escândalos e todo tipo de notícia ruim contra o Governo tem limites que ultrapassam o bom senso de muita gente que acompanha a grande mídia. Tem hora que enche.

Fica evidente também àquele leitor de jornais mais dado ao raciocínio, que há uma blindagem ao PSDB.

E mesmo a quem não lê tanto jornal, mas sente na pele, por exemplo, a falta de água em vários municípios do Estado de São Paulo, que alguma coisa está errada. Fora a CPI do propinoduto...

Em Minas Gerais o o PSDB já está tendo também problemas, principalmente com relação aos 100 mil contratados sem concurso público, por obra de Aécio quando Governador, que agora estão perdendo seus empregos.

No Paraná é evidente que o Estado sobrevive há anos sem Governador. Beto Richa é uma piada.

A percepção do eleitor quanto aos tucanos não é boa.

E quanto à Dilma?
Volto a dizer que a festa de abertura da Copa do Mundo será um divisor de águas. Se sucesso, Dilma sobe. Se fracasso, cairá. Resta saber o desempenho da Seleção.

De qualquer forma, com relação ao, até recentemente, mutismo do Governo, parece que a Presidenta resolveu deixar de esperar pela sua Secretaria de Comunicação Social, e resolveu ela mesma começar a falar.


É o que pode lhe iniciar um processo de recuperação dos pontos perdidos.

transparenciapolítica.org

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