Por Fernando Castilho
Acaba
de sair uma nova pesquisa de opinião sobre os candidatos à
Presidência da República.
Segundo
a Pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta terça-feira, 29, a presidenta
Dilma Rousseff perdeu seis pontos porcentuais nas intenções de voto
para presidente entre fevereiro e abril. Clique aqui para ter acesso à pesquisa.
No
cenário que mede a intenção de voto estimulada (os nomes são
apresentados aos entrevistados) apenas com os três principais nomes
da disputa, a Presidenta aparece com 37% da preferência do
eleitorado, abaixo dos 43,7% obtidos em fevereiro. O presidente
nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), tem 21,6% das intenções
de voto, frente a 17% no início deste ano. O ex-governador de
Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), soma 11,8%, variação positiva de
pouco menos de dois pontos porcentuais em relação a fevereiro,
portanto, dentro da margem de erro do levantamento. Brancos e nulos
chegam em 20% e o porcentual dos que não sabem ou não responderam
atingiu a 9,6%.
Foram
entrevistadas 2.002 pessoas, entre os dias 21 e 25 de abril. A margem
de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. A
pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o
número BR-00086-2014.
Não
foi divulgado se a metodologia da pesquisa incluiu o cartão circular
ou o cartão com os nomes dos candidatos em ordem alfabética, como
fez o Instituto Sensus.
De
qualquer forma, há uma percepção real da queda de votos de Dilma
depois do bombardeio midiático sem tréguas que vem sofrendo. Não
vamos nos enganar. E é lógico que, com toda a grande mídia atuando
em favor do PSDB, Aécio tinha mesmo que subir.
Parece
que agora fica claro que há uma possibilidade real de 2º turno,
verificada principalmente quando se inclui no cenário os nanicos
que, somados aos 2 principais oposicionistas, totalizam 34,1% contra
36,5%. A diferença de 2,4% é praticamente igual à margem de erro
da pesquisa.
Mas
Dilma venceria num eventual segundo turno. Ela teria 39,2% das
intenções de voto, contra Aécio, com 29,3%.
Isto
posto, há que se analisar o novo contexto.
E
nele, o maior protagonista torna-se Eduardo Campos, que assume papel
estratégico na campanha dos dois primeiros colocados.
Fica
evidente que, a Campos restam 2 alternativas: ou joga a toalha,
passando a bola à Marina Silva, como cabeça de chapa do PSB, o que
duvido muito devido ao seu perfil, ou deixa de repetir tudo o que
Aécio fala, parecendo até um genérico deste, e parte para a
ofensiva contra o tucano. Se não mudar seu discurso, não vai
conseguir impedir o avanço do concorrente.
Se
fizer isso, o que veremos vai ser uma briga de foice no escuro pra
ver quem vai com a Presidenta para o 2º turno. E Dilma, lógico,
enquanto isso, subirá.
Mas
o fato é que Campos realmente está numa sinuca de bico. Precisa
criticar Dilma. Precisa criticar Aécio. Sem propostas que o
diferenciem dos dois polos, o que lhe sobra?
Ainda
por cima carrega o peso da estreita vigilância que lhe impõe
Marina. Para 2014 não dá mais.
O
melhor, portanto ao pessebista talvez seja começar a pensar em seu
futuro político, tentando fugir do ostracismo em que será colocado
se a vitória de Dilma acontecer.
Para
isso, mesmo que a contragosto, talvez tenha que ensaiar uma
reaproximação com a Presidenta, repassando parte de seus votos e
tempo na TV para ela, para ao menos tentar garantir em 2015 algum
tipo de participação de seu partido no próximo Governo.
Poderá
também, aguardar um possível 2º turno, e apoiar o tucano,
esperando alguma benesse deste num futuro governo. Mas Marina
aceitará?
Quanto
a Aécio, continua sem propostas. Aqui e ali tem falado em medidas
impopulares, o que lhe limita muito o horizonte. A criação de
factoides, escândalos e todo tipo de notícia ruim contra o Governo
tem limites que ultrapassam o bom senso de muita gente que acompanha
a grande mídia. Tem hora que enche.
Fica
evidente também àquele leitor de jornais mais dado ao raciocínio,
que há uma blindagem ao PSDB.
E
mesmo a quem não lê tanto jornal, mas sente na pele, por exemplo, a
falta de água em vários municípios do Estado de São Paulo, que
alguma coisa está errada. Fora a CPI do propinoduto...
Em
Minas Gerais o o PSDB já está tendo também problemas,
principalmente com relação aos 100 mil contratados sem concurso
público, por obra de Aécio quando Governador, que agora estão
perdendo seus empregos.
No
Paraná é evidente que o Estado sobrevive há anos sem Governador.
Beto Richa é uma piada.
A
percepção do eleitor quanto aos tucanos não é boa.
E
quanto à Dilma?
Volto
a dizer que a festa de abertura da Copa do Mundo será um divisor de
águas. Se sucesso, Dilma sobe. Se fracasso, cairá. Resta saber o
desempenho da Seleção.
De
qualquer forma, com relação ao, até recentemente, mutismo do
Governo, parece que a Presidenta resolveu deixar de esperar pela sua
Secretaria de Comunicação Social, e resolveu ela mesma começar a
falar.
É
o que pode lhe iniciar um processo de recuperação dos pontos
perdidos.
transparenciapolítica.org |
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