sábado, 24 de maio de 2014

A pesquisa Ibope nas entrelinhas

Por Fernando Castilho


Pesquisa Ibope acaba de sair do forno.

Dilma Rousseff subiu 3 pontos em relação à pesquisa de abril, indo para 40%, o que lhe dá vitória no 1° turno.

Mas pera lá! Aécio e Campos também subiram! Aécio, de 14 para 20% e Campos, de 6 para 11.

Os números são parecidos com os da Datafolha de abril, com a diferença da subida mais expressiva de Aécio, de 16% para 20%.




Logo após a pesquisa Datafolha, publiquei neste blog um comentário indagando no título: Eduardo Campos jogará a toalha? Leia aqui. 

Imaginei na época que, dada a queda de Dilma e o avanço de Aécio, não haveria muito espaço para o peessebista. E ainda acho.

Vejam, que após quase um mês entre uma pesquisa e outra, Campos, apesar de abandonar a política de boa vizinhança com Aécio, partindo para a briga (ma non troppo) com o tucano, praticamente estacionou.

O que o homem pretende?

A sinuca é de bico. Não pode bater pra valer em Dilma e nem em Aécio, pois não sabe ainda se vai apoiar um dos dois num possível 2° turno.

Mas se houver 2º turno, quem falará mais alto será Marina Silva, cuja Rede Sustentabilidade vem tentando sustentar Eduardo Campos. E como em 2010, quando defendeu uma posição de independência em relação à Dilma e Serra, se mantiver a coerência, Marina não apoiará ninguém.

Mas também já não terá ingerência nas decisões de Campos, pois certamente o casamento terá fim.

A meu ver fica clara a intenção do ex-governador de Pernambuco prosseguir na disputa apenas para saber quantos eleitores ele consegue ter no Brasil como um todo.

Procura uma aferição que lhe possibilitará decidir se tem emvergadura para 2018. Só isso.

Por isso, redistas, desistam da inversão de chapa. Sem chance.

Sobre Aécio, qual o fôlego?

Vejam que, apesar de ter tempo integral para a campanha, ao contrário de Dilma, e com a mídia totalmente a seu lado, Aécio não capitalizou essa vantagem para a pesquisa.

Embora pelo Datafolha obtivesse 16% e agora, pelo Ibope, 20%, era de se esperar um avanço maior.

Percebam que Dilma também subiu. Ele não tirou votos da Presidenta. Seu incremento nas intenções assim como também o de Dilma, veio de brancos e nulos.

O tucano agora começa a perder o fôlego. Terá chegado ao seu máximo patamar possível?

Sem propostas para a melhoria das condições de vida do povo, como vai subir?

Seu único fermento é a grande mídia, que diariamente dá bofetadas em Dilma.
O leitor que é contrário ao Governo já se decidiu. Para o indeciso, a overdose de ataques da imprensa pode provocar ojeriza ao candidato tucano. Já tem gente estranhando por que a imprensa após ter durante mais de um mês explorado o caso Pasadena, defendendo uma CPI, de repente, deixou de falar sobre o assunto.

Além disso, Aécio tem errado e muito.

Defender medidas impopulares soa ao povo como ruído inaceitável.

Afirmar que o salário mínimo está muito alto e que é preciso restringir o consumo, o que pode levar o país à recessão, também não são medidas que agradem os empresários que, dizem lhe dar apoio.

Abílio Diniz, presidente do Conselho de Administração da BRF, Luíza Trajano, dona dos Magazines Luíza e Benjamin Steinbruch, sócio do Grupo Vicunha, da CSN e do Banco Fibra tem preferido elogiar o Governo de Dilma Rousseff.

Falar que vai acabar com Programa Mais Médicos, que tem apoio de 84% da população é estupidez.

Até FHC disse que Aécio Neves está embriagado com o próprio discurso!

Dizer que vai melhorar programas sociais como o Bolsa Família é também pura burrice. Primeiro porque o povão não acredita. Segundo, porque até outro dia ele era crítico ferrenho do Programa.


E Dilma? Bem, subiu um pouco depois que começou a falar. Depois que começou a se manifestar na imprensa. E sobretudo depois do vídeo do PT que foi retirado do ar após pedido do PSDB à Justiça eleitoral.

Mas logo virá o horário eleitoral, e ela terá quase metade do tempo na TV.

De qualquer forma, os três candidatos subiram.

As coisas certamente vão esquentar logo após a Copa do Mundo. Todos na expectativa se vai ser um sucesso ou um fracasso.

É isso que vai ditar os números das próximas pesquisas.







Nenhum comentário:

Postar um comentário