Por Fernando Castilho
Formado pelo Senai
em Inspeção de Qualidade, começou sua vida política como
sindicalista na época da ditadura militar, atuando como militante do
Partido Comunista do Brasil (PC do B).
Em 1991, após a
redemocratização, tornou-se secretário-geral do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Paulo. Depois, se tornou presidente da
instituição e, mais adiante, presidente da Força Sindical,
organização que lhe rendeu o apelido pelo qual é conhecido:
Paulinho da Força.
Que beleza.
Mas a Força
Sindical sempre se caracterizou com uma espécie de genérico da CUT,
porém sem seu princípio ativo, que era jamais se deixar cooptar por
forças conservadoras. É uma espécie de central sindical coxinha.
Não mexe com o patrão.
Vimos a Força se
aliar com Maluf, Pitta, Covas, Alckmin, Serra, enfim, tudo aquilo que
jamais seria bom para o trabalhador.
Vimos a Força não
apoiar greves, deixando para a CUT o sacrifício, e depois usufruindo
das conquistas. Uma central pelega.
Paulinho sempre foi
oportunista, não medindo até onde poderia ir seu caráter, para
estar sempre onde o poder está.
Foi assim que se
elegeu deputado.
E uma vez dentro do
Congresso Nacional, flertou sistematicamente com o capital, em
detrimento dos trabalhadores.
Abandonou o
histórico PDT de Leonel Brizola, fundando seu próprio partido
político, o SDD, Solidariedade, nome que nos remete ao Solidarność,
de Lech Walesa, que lutava contra o governo comunista da Polônia.
Pois é, esse mesmo
cidadão, que diz lutar pelos avanços da classe trabalhadora,
comparece num palanque no 1º de maio, dia dos trabalhadores,
juntamente com Aécio Neves, conhecido por suas recentes declarações
em que defende a redução do salário mínimo e outras medidas
impopulares, fazendo política eleitoreira da pior espécie, com
grosserias e verborragia de quinta categoria.
''Todos os anos,
nós convidamos todos os candidatos a presidente para o palco. Neste
ano, só teve coragem o Aécio, que não mandou representante. Veio
ele mesmo. Quer dizer, a Dilma também veio, mais feia que o diabo"
(em alusão a um ator caracterizado com a Presidenta). E anunciou.
"Vocês viram a banana que jogaram no Daniel Alves? Quem merece
uma banana é ela. Quem aí sabe fazer o gesto da banana? Vamos dar
uma banana para a Dilma.''
"O governo que
deveria dar o exemplo está atolado na corrupção. Se fizer o que a
presidente Dilma falou ontem, quem vai parar na Papuda é ela."
Mas quem deveria ir
para a Papuda é ele.
A Justiça Federal, em 9 de março de 2011, condenou o deputado federal Paulinho da Força,
ainda no PDT, por improbidade administrativa e irregularidades no uso
de dinheiro público do Programa Banco da Terra, conforme noticiou "O Estado de S.Paulo". A sentença contra Paulinho o obriga a
pagar multa de cerca de R$ 1 milhão. O deputado ainda pode recorrer
da decisão.
Na audiência de
Graça Foster na Câmara, Fernando Francischini de seu partido, o
SDD-PR disse que Paulinho da Força tinha R$ 298 mil em ações da
Petrobras em 2008 e que, hoje, elas valem menos de R$ 60 mil. Porém,
em sua declaração de rendimentos não consta esse dado, o que, se a
Receita Federal e a Procuradoria Geral da União tiverem culhões,
haverão de investigar.
Quem é Paulinho da Força para falar assim contra Dilma? Enquanto a presidenta estava no cárcere sendo torturada, onde estava Paulinho? Um militante (?) do PCdoB mais incógnito impossível.
Quem é Paulinho da Força para falar assim contra Dilma? Enquanto a presidenta estava no cárcere sendo torturada, onde estava Paulinho? Um militante (?) do PCdoB mais incógnito impossível.
Sobre Aécio,
sinceramente, fosse ele seu avô, ou tivesse 1% de seu DNA, teria
condenado essa atitude de Paulinho. Perdeu a oportunidade de sair de
lá com uma imagem de estadista. Até por que, tenho certeza que com
essa atitude sairia bem na foto das manchetes dos jornalões, seus
cupinchas.
Mas Aécio está
longe disso. É incapaz disso. Não tem a mesma fineza política de
Tancredo. Faz a política mais rampeira possível. Não lhe haveria
escala negativa suficiente em um hipotético caratômetro.
Eduardo Campos
chegou mais tarde. Mas deve ter sido informado da baixaria. Preferiu
não tocar no assunto, fingindo-se de morto. Perdeu uma grande
oportunidade de mostrar a tal nova política, tão a gosto da Rede
Sustentabilidade.
Mas e as pessoas
presentes?
A maior parte
certamente estava lá pelas apresentações musicais. Sempre foi
assim no 1º de maio da Força Sindical. Essa central sindical nunca
politizou ninguém.
Alguns devem ter
prestado alguma atenção aos discursos, e devem ter saído pensando:
''Ué, esses caras estão contra a mulher que botou comida na mesa
dos meus parentes lá no Nordeste?''
''Tô fora!''
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