sexta-feira, 2 de maio de 2014

Paulo Pelego tem seu dia de glória

Por Fernando Castilho

Ói pra mim, ói!

Quem é Paulinho da Força?
Formado pelo Senai em Inspeção de Qualidade, começou sua vida política como sindicalista na época da ditadura militar, atuando como militante do Partido Comunista do Brasil (PC do B).

Em 1991, após a redemocratização, tornou-se secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Depois, se tornou presidente da instituição e, mais adiante, presidente da Força Sindical, organização que lhe rendeu o apelido pelo qual é conhecido: Paulinho da Força.
Que beleza.

Mas a Força Sindical sempre se caracterizou com uma espécie de genérico da CUT, porém sem seu princípio ativo, que era jamais se deixar cooptar por forças conservadoras. É uma espécie de central sindical coxinha. Não mexe com o patrão.

Vimos a Força se aliar com Maluf, Pitta, Covas, Alckmin, Serra, enfim, tudo aquilo que jamais seria bom para o trabalhador.

Vimos a Força não apoiar greves, deixando para a CUT o sacrifício, e depois usufruindo das conquistas. Uma central pelega.

Paulinho sempre foi oportunista, não medindo até onde poderia ir seu caráter, para estar sempre onde o poder está.

Foi assim que se elegeu deputado.

E uma vez dentro do Congresso Nacional, flertou sistematicamente com o capital, em detrimento dos trabalhadores.

Abandonou o histórico PDT de Leonel Brizola, fundando seu próprio partido político, o SDD, Solidariedade, nome que nos remete ao Solidarność, de Lech Walesa, que lutava contra o governo comunista da Polônia.

Pois é, esse mesmo cidadão, que diz lutar pelos avanços da classe trabalhadora, comparece num palanque no 1º de maio, dia dos trabalhadores, juntamente com Aécio Neves, conhecido por suas recentes declarações em que defende a redução do salário mínimo e outras medidas impopulares, fazendo política eleitoreira da pior espécie, com grosserias e verborragia de quinta categoria.

''Todos os anos, nós convidamos todos os candidatos a presidente para o palco. Neste ano, só teve coragem o Aécio, que não mandou representante. Veio ele mesmo. Quer dizer, a Dilma também veio, mais feia que o diabo" (em alusão a um ator caracterizado com a Presidenta). E anunciou. "Vocês viram a banana que jogaram no Daniel Alves? Quem merece uma banana é ela. Quem aí sabe fazer o gesto da banana? Vamos dar uma banana para a Dilma.''
"O governo que deveria dar o exemplo está atolado na corrupção. Se fizer o que a presidente Dilma falou ontem, quem vai parar na Papuda é ela."

Mas quem deveria ir para a Papuda é ele.

A Justiça Federal, em 9 de março de 2011, condenou o deputado federal Paulinho da Força, ainda no PDT, por improbidade administrativa e irregularidades no uso de dinheiro público do Programa Banco da Terra, conforme noticiou "O Estado de S.Paulo". A sentença contra Paulinho o obriga a pagar multa de cerca de R$ 1 milhão. O deputado ainda pode recorrer da decisão.

Na audiência de Graça Foster na Câmara, Fernando Francischini de seu partido, o SDD-PR disse que Paulinho da Força tinha R$ 298 mil em ações da Petrobras em 2008 e que, hoje, elas valem menos de R$ 60 mil. Porém, em sua declaração de rendimentos não consta esse dado, o que, se a Receita Federal e a Procuradoria Geral da União tiverem culhões, haverão de investigar.

Quem é Paulinho da Força para falar assim contra Dilma? Enquanto a presidenta estava no cárcere sendo torturada, onde estava Paulinho? Um militante (?) do PCdoB mais incógnito impossível.

Sobre Aécio, sinceramente, fosse ele seu avô, ou tivesse 1% de seu DNA, teria condenado essa atitude de Paulinho. Perdeu a oportunidade de sair de lá com uma imagem de estadista. Até por que, tenho certeza que com essa atitude sairia bem na foto das manchetes dos jornalões, seus cupinchas.

Mas Aécio está longe disso. É incapaz disso. Não tem a mesma fineza política de Tancredo. Faz a política mais rampeira possível. Não lhe haveria escala negativa suficiente em um hipotético caratômetro.

Eduardo Campos chegou mais tarde. Mas deve ter sido informado da baixaria. Preferiu não tocar no assunto, fingindo-se de morto. Perdeu uma grande oportunidade de mostrar a tal nova política, tão a gosto da Rede Sustentabilidade.

Mas e as pessoas presentes?

A maior parte certamente estava lá pelas apresentações musicais. Sempre foi assim no 1º de maio da Força Sindical. Essa central sindical nunca politizou ninguém.

Alguns devem ter prestado alguma atenção aos discursos, e devem ter saído pensando: ''Ué, esses caras estão contra a mulher que botou comida na mesa dos meus parentes lá no Nordeste?''

''Tô fora!''






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