Por Fernando Castilho
Em
2003, quando Lula assumiu a Presidência do Brasil, levou junto com
ele, Antonio Palocci.
Ministro
da Fazenda por três anos, com uma gestão marcada pela
responsabilidade fiscal e por bons resultados na economia, Antonio
Palocci tornou-se um dos homens fortes do governo do ex-presidente
Lula, mas escândalos de corrupção acabaram por cortar os motores
da carreira ascendente do político.
Sem
entrar em detalhes sobre as acusações contra as quais se defende o
ex-ministro, até porque não há ainda veredictos, o fato concreto é
que, além de Lula, o nome forte do Governo até então era Palocci.
A
continuar em ascensão, poderia ser ele sucessor de Lula numa outra
disputa presidencial.
Por João Bosco |
O
próximo nome altamente qualificado à uma sucessão era o de José
Dirceu.
Dirceu
ocupou o principal posto da coordenação política do governo, sendo
tratado pela imprensa como o homem forte da administração federal,
a quem caberiam efetivamente as decisões, um super-ministro ou
"primeiro-ministro".
Sua
queda ocorreu com seu pedido de demissão em meio à crise política
que surgiu após denúncias de corrupção nos Correios e em outras
empresas estatais, vindas à tona após acusações do deputado
Roberto Jefferson. Reassumiu, então, seu mandato de deputado
federal.
Em
março de 2006, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de
Souza o denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção
ativa, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato.
Mais
um nome queimado e inviabilizado por todo o sempre.
Não
restando mais nomes fortes a indicar, e, talvez por receio de que a
mídia apontasse seus canhões mais potentes justamente para nomes
fortes, Lula resolveu indicar Dilma Rousseff para a disputa da
Presidência da República em 2010.
Dilma
havia sido Ministra de Minas e Energia de Lula, e, embora chefiando
uma pasta poderosa, era desconhecida do grande público.
A
mídia publicou seu perfil dando grande destaque ao fato de ela ter
sido guerrilheira durante a Ditadura.
Não
adiantou. Lula elegera um poste, como disseram.
Por Willian Medeiros |
Em
28 de outubro de 2012, um praticamente desconhecido da população
paulistana, (havia sido Ministro da Educação do Governo Dilma
Rousseff), derrotou, com o apoio decisivo de Lula, e contra todos os
prognósticos, José Serra (este, velho conhecido do povo) a disputa
pela Prefeitura de São Paulo.
Mais
um poste.
Mesmo
em meio aos ataques midiáticos diários da direita que temia perder
a administração da maior cidade da América Latina para o PT,
utilizando-se para isso, o expediente de noticiar dia sim, outro
também, qualquer notícia acerca do julgamento da Ação Penal 470,
apelidada de processo do mensalão, Fernando Haddad foi eleito com
3.387.720 votos, o que correspondeu a 55,57% dos votos válidos,
contra 2.708.768 do tucano, 44,43%.
A
vitória marcou o retorno do PT à Prefeitura da capital paulista
oito anos após Marta Suplicy deixar o comando da cidade.
Em
seu discurso de vitória, o petista disse que iria ''derrubar o muro
da vergonha que separa a cidade rica da cidade pobre''. "São
Paulo não é uma ilha, não é uma cidade murada, precisa fazer
parceria", disse, referindo-se principalmente ao governo
federal.
E
aí começaram seus problemas.
Se
esse homem conseguisse se sair bem à frente da Prefeitura, poderia
alçar vôo em direção ao Palácio dos Bandeirantes, acabando com a
longa hegemonia do PSDB. Mais que isso, poderia ele ser o candidato à
sucessão de Dilma em 2018!
Porque
convenhamos, para aquele ano, o PT só tem no momento o bom e velho
Lula mesmo, o que também não é pouco. Mas Lula não viverá para sempre.
O
plano traçado pela mídia e seus asseclas previa o bombardeio quase
que diário à ações que ele empreendesse no cumprimento do
prometido em seu discurso, ao mesmo tempo em que outros órgãos como
o Supremo Tribunal Federal, STF e o Tribunal de Contas do Município,
TCM, tratariam de engessá-lo, impedindo o desempenho de sua
administração.
Começou
com o reajuste do IPTU. A ideia de aumentar o pagamento para os
terrenos localizados em áreas mais nobres e baratear nas áreas mais
pobres desagradou a elite.
Joaquim
Barbosa acatou um pedido de cassação ao reajuste feito por Paulo
Skaf da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, FIESP,
ele próprio candidato a Governador do Estado.
Sem
o reajuste do IPTU, os investimentos em São Paulo ficam praticamente
inviabilizados.
Na
época Haddad desabafou: “Recebi um telefonema de um dono de muitos
meios de comunicação dizendo que não daria trégua à prefeitura e
que colocaria todos seus veículos contra o IPTU progressivo. Isso
não me foi contado. Isso foi dito.”
O
site Conversa Afiada logo descobriu de quem se tratava: de Johnny
Saad, dono da Band.
Haddad
tentou investir em mobilidade urbana.
Amparado
em pesquisas que davam conta de que a implantação de corredores de
ônibus faria com que o trânsito destes passasse a fluir mais
rapidamente, garantindo menor tempo de idas e vindas para a população
que se utiliza deste meio de transporte, (os pobres) passou a ser
duramente atacado pela mídia, que viu seu projeto prejudicar a vida
da minoria que só anda de carro.
E
o Tribunal de Contas do Município, TCM ilegalmente, (pois não tem
atribuição para isso) obrigou Haddad a interromper a ampliação
dos corredores.
Agora
a mais nova: a greve ilegal dos motoristas e cobradores.
Após
uma negociação bem-sucedida e encerrada com o Sindicato dos
Motoristas e Cobradores, eis que os ônibus foram paralisados por
bandidos em motos que arracaram as chaves do ônibus e mandaram
passageiros descer em qualquer lugar, ameaçando os motoristas,
muitos do quais queriam trabalhar.
Segundo
Haddad, a população não pode ser penalizada por uma paralisação
que pode ter tido origem em conflitos internos ao sindicato. “Já
foram dois dias. Ontem pareceu mais grave, mas, mesmo assim, ainda
hoje foi um dia de transtorno para a população, que não pode ser
penalizada no momento em que a prefeitura está honrando com todos
seus compromissos”, disse.
Mas
a origem é outra.
A
intenção é enfraquecer mais ainda Haddad, e por tabela o PT de
Dilma Roussef e de Alexandre Padilha.
E
vejam como tudo está bem orquestrado.
O
Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, acaba de declarar em
Ribeirão Preto que a paralisação criminosa dos ônibus de São
Paulo é um problema do Prefeito Municipal.
Ou
seja, ele não vai colocar a Polícia Militar a serviço do povo, o
maior interessado na normalização do transporte.
"Se
um policial vê que tem um ônibus atravessado numa avenida, ninguém
precisa pedir para ele agir, porque ele tem obrigação de ir lá
resolver aquilo", disse secretário municipal de Transportes.
E
se fosse o seu carro que ficasse atravessado na rua? A polícia não
interviria para que você o retirasse imediatamente?
Alckmin
tá de brincadeira, assim como no caso da inauguração do volume
morto da Cantareira.
E
mais um nome que tem potencial para crescer vai sendo
inviabilizado...
Joga
pedra no Haddad, joga b... no Haddad, ele é feito pra apanhar...
Porém,
há mais 3 anos e maio para Haddad. Ele vem obtendo vitórias em
áreas não exploradas com sucesso pela mídia, como na Operação
Braços Abertos, ou a criação do Conselho da Cidade, com mais de
uma centena de membros, à luz do que ocorre no Governo Federal, o
que é claramente a sinalização de um governo que quer ouvir a
sociedade politicamente organizada, a criação da CGM e de
mecanismos de gestão fiscalizatórios, a revisão do Plano Diretor,
etc..
A
mídia está explorando ao máximo essa paralisação nos
transportes, colhendo seus dividendos políticos, que aliados aos
protestos contra a Copa, podem desencadear um golpe antes das
eleições.
Já
que Aécio não sobe mesmo.
Ah,
se o racionamento de água em São Paulo fosse obra do PT...
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