Por Fernando Castilho
Zé Dirceu tal qual
Rocambole, personagem de vários romances de folhetim de Ponson du
Terrail, é autor de mil e uma peripécias. Zé Rocambole Dirceu se mete nas mais variadas aventuras, mas sempre se sai bem, esperto e liso como sabonete.
A primeira começa
quando em 1967, conhecido pelo codinome de "Daniel",
presidiu a União Estadual de Estudantes (UEE), firmando-se como
líder estudantil.
Rocambole - Ponson du Terrail |
Em 1969 o MR8 e a
ALN seqüestraram o embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke
Elbrick. Os revolucionários exigiram a libertação de uma lista de
prisioneiros políticos, entre eles José Dirceu.
Os presos trocados
pelo embaixador, deportados do Brasil, seguiram para o México. De lá
seguiram para Cuba e Paris. Dirceu foi para Cuba. Durante o exílio,
trabalhou, recebeu treinamento militar, estudou na ilha.
Essa foi a primeira
peripécia.
Retornou ao Brasil
em 1971, vivendo clandestinamente em São Paulo e em algumas cidades
do Nordeste. Em 1975, em Cuba, alterou sua aparência através de uma
cirurgia plástica e retornou ao Brasil, com o nome falso de "Carlos
Henrique Gouveia de Mello", instalando-se na cidade de Cruzeiro
do Oeste, no Paraná.
Mas que peripécia
ousada, não?
Em 1979, com a
anistia, retornou a Cuba, desfez a cirurgia plástica e, em dezembro
de 1979, voltou definitivamente para o Brasil, onde passou a
participar das atividades políticas em curso, que deram origem ao
PT.
Caramba! Mais uma!
Após um período
de tempo sem peripécias, em que viveu uma vida que pode ser
considerada ''normal'', tendo sido eleito deputado federal, e
presidente do Partido dos Trabalhadores, torna-se Ministro Chefe da
Casa Civil do Governo Lula.
Devido às
denúncias do deputado Roberto Jefferson em 2005, demite-se e retoma
seu mandato de deputado federal.
Cassado por falta
de decoro parlamentar, teve seu nome incluído na lista de 40 pessoas
denunciadas pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de
Souza, ao Supremo Tribunal Federal (STF), cujo Presidente é o
Ministro Joaquim Barbosa, indicado por Lula.
Zé Dirceu foi
condenado em 2012 por corrupção ativa e formação de quadrilha no
processo conhecido como Mensalão do PT.
É aí que retoma
suas ''peripécias''.
Zé Dirceu |
Zé Dirceu foi
condenado embora haja absoluta ausência de provas.
A Ministra do STF
chegou a afirmar que não havia provas cabais contra ele, mas que a
literatura jurídica assim lhe permitia.
O Ministro Joaquim
Barbosa utilizou-se (erroneamente) da chamada ''Teoria do Dominio do
Fato'' pela qual, se um crime foi realizado por uma quadrilha sob as
vistas de seu chefe, certamente ele deveria ter conhecimento.
Certamente mais uma
''peripécia'' de Dirceu.
Após terem sido
levantados os sigilos, bancário, de telefone, de e-mails, e não ter
sido encontrada nenhuma anormalidade, JB afirmou que este fato
demonstra o quanto a quadrilha era organizada. Não deixou pistas
(nem provas).
Mais uma do Zé.
Esse Zé é mais liso que sabonete...
Por fim, Dirceu foi
para a Papuda, em regime semi-aberto.
Como lhe garante a
Constituição, foi em busca de emprego.
Conseguiu um
trabalho de gerente de um hotel em Brasília.
Rocambole - Ponson du Terrail |
A mídia (sempre
ela) indignada com o salário que Dirceu iria receber (cerca de 20
mil reais, uma afronta!) decidiu investigar o hotel. Descobriu que o
proprietário não era aquele que ofereceu o emprego a Dirceu, mas
sim alguém lá do Panamá.
Grande falta do Zé.
E mais uma de suas
''peripécias''. Essa foi bem rocambolesca.
Zé desistiu.
Resolveu trabalhar na biblioteca da prisão.
Depois, um
escritório de advocacia ofereceu-lhe um trabalho com salário de
2100 reais.
Mas a Folha decidiu
que ele usava um celular na cadeia!
Barbosa ficou muito
bravo com o ''fato'' e decidiu não dar mais oportunidade de trabalho
ao Zé.
Zé escorregou que
nem sabonete de novo. Se ''livrou do trabalho''.
Constatado que não
houve indícios de uso de celular, a Folha resolveu ir por outro
caminho: Zé Dirceu tinha regalias que nenhum outro preso tinha na
Papuda: Ele comera uma feijoada!
Então uma comissão
de 5 parlamentares da Comissão de Direitos Humanos resolve fazer uma
vistoria em sua cela e constata que Dirceu não tem regalias. A
feijoada fora feita com os ingredientes comprados na vendinha da
prisão, direito que todos tem.
Êita Zé. Dá nó
em pingo d'água, não?
Joaquim Barbosa não
consegue mais esconder sua irritação, e decide sozinho que Dirceu
tem que cumprir um sexto da pena em regime fechado para que possa ter
direito ao semi-aberto.
Outra ''peripécia''
do Zé.
Vai ficando preso
na boa, sem trabalhar, só lendo seus livros, organizando a
biblioteca da prisão e varrendo o pátio.
Espertinho, não?
Um verdadeiro
Rocambole.
Charge por Pataxó
Nenhum comentário:
Postar um comentário