Por Fernando Castilho
Reproduzo
aqui uma síntese bem humorada, em forma de versos, dos problemas
enfrentados pelo Estado de São Paulo, tendo à frente Geraldo
Alckmin (PSDB)
Por José Luiz Teixeira
MASOQUISMO
À PAULISTA
Enquanto a USP desaparece, Alckmin cresce
Enquanto o trem descarrila, Alckmin puxa a fila
Enquanto a água de Cantareira some, Alckmin sobe
Enquanto nas ruas falta segurança, Alckmin avança
Enquanto a PM arrebenta, o voto em Alckmin aumenta
Enquanto a boa saúde é uma quimera, Alckmin lidera
Enquanto a escola se desmonta, Alckmin segue na ponta
Enquanto o Metrô está saturado, Alckmin ganha disparado
Enquanto no trensalão some dinheiro, Alckmin fica em primeiro
Enquanto escrevo tais palavras, Alckmin manda o povo às favas
Enquanto a tarifa de pedágio é revista, Alckmin encabeça a lista
Enquanto faz acordo com o PCC, Alckmin leva o voto de você
Enquanto fica na fila da CDHU, serão 24 anos tomando...caju!
Enquanto a USP desaparece, Alckmin cresce
Enquanto o trem descarrila, Alckmin puxa a fila
Enquanto a água de Cantareira some, Alckmin sobe
Enquanto nas ruas falta segurança, Alckmin avança
Enquanto a PM arrebenta, o voto em Alckmin aumenta
Enquanto a boa saúde é uma quimera, Alckmin lidera
Enquanto a escola se desmonta, Alckmin segue na ponta
Enquanto o Metrô está saturado, Alckmin ganha disparado
Enquanto no trensalão some dinheiro, Alckmin fica em primeiro
Enquanto escrevo tais palavras, Alckmin manda o povo às favas
Enquanto a tarifa de pedágio é revista, Alckmin encabeça a lista
Enquanto faz acordo com o PCC, Alckmin leva o voto de você
Enquanto fica na fila da CDHU, serão 24 anos tomando...caju!
do Blog do Fernando Rodrigues |
Tentar
analisar o por quê do alto índice de Geraldo Alckmin na pesquisa
Datafolha (55%), é realmente um exercício aparentemente impossível
para qualquer mente que tenha um mínimo de raciocínio lógico. Verdadeiro brainstorming solitário. Mas algumas coisas saltam aos olhos.
A
pesquisa Datafolha de novembro de 2013, para o governo de São Paulo,
quando começava-se a desconfiar de que os níveis do Sistema
Cantareira poderiam estar baixando, dava para Geraldo Alckmin 43%,
para Paulo Skaf 19% e para Alexandre Padilha 4% das intenções de
voto.
A
próxima pesquisa Datafolha só ocorreria em junho de 2014, próxima
a realização da Copa do Mundo no Brasil, quando a água do volume
morto do Sistema Cantareira já vinha sendo retirada desde 15 de maio . Os índices eram de 47%, 21% e 4% para Alckmin, Skaf e Padilha,
respectivamente. Ou seja, apesar da crise hidráulica, o governador
tucano que tenta a reeleição, ficando 19 anos (!) no poder (até os
fantasmas do palácio já o cumprimentam), seja como governador ou
vice, subiu 4 pontos!
Em
julho, nova pesquisa Datafolha aponta subida de Alckmin para 54%!
Skaf crava 16%. Após Skaf ter criticado o tucano na questão do
Cantareira, inacreditavelmente este sobe mais 7%.
A
última do Datafolha mostra subida (ou estabilização, já que está
dentro da margem de erro) de 1%. O governador vai a 55%!
E
a água é só um dos problemas de São Paulo, como bem mostra em
versos, José Luiz Teixeira.
Com
a mídia a evitar notícias negativas sobre seu governo, Alckmin já
está nas alturas.
Alckmin
impôs sua marca registrada: o imobilismo diante dos problemas
típicos de um estado, e pior, de uma metrópole em fervoroso
crescimento tanto qualitativo quanto quantitativo.
Questões
como prover o estado com água foram negligenciados, uma vez que o
governador fora alertado em 2004 da necessidade premente de investir
em novos mananciais, sem os quais São Paulo em alguns anos iria
sofrer, como está sofrendo agora, com o desabastecimento.
Podemos
elencar aqui inúmeros problemas advindos de seu imobilismo: metrô
insuficiente, obras que não conseguem ser completadas (despoluição
do Tietê que já dura mais de 20 anos, rodoanel, etc.), sucateamento
da USP, contaminação do solo da USP leste, sucateamento do
Instituto Butantan, aumento da criminalidade, aliado a uma polícia
que sabe muito bem bater em manifestantes mas não consegue prender
bandidos, ensino médio deficiente, com salários aviltantes de
professores, além de contratações de temporários sem os
respectivos direitos trabalhistas (desvia recursos para comprar
milhares de assinatura da Folha de São Paulo e da Veja), saúde
ruim, uma vez que não repassa, como deveria, os recursos do governo
federal (haja visto o ocorrido na Santa Casa), aumento abusivo de
pedágios, etc., etc..
O
paulista é realmente masoquista?
Uma
das explicações para o alto índice do tucano pode ser o fato de
que, principalmente no interior, onde Alckmin tem a maior parte da
aprovação, as pessoas possuem um perfil mais conservador, menos
afeitas a mudanças. Além disso, os problemas que ocorrem nesses
municípios são melhor identificados com seus prefeitos, como ocorre
também na capital.
Porém
a capital tem um grande diferencial em relação ao interior.
Em
2012 foi eleito prefeito de São Paulo, Fernando Haddad do PT, em
meio a todo o bafafá em torno do julgamento da AP-470. Embora
eleito, muitos paulistanos o associam aos condenados. Outro fato é
que, no que acabou de tomar posse, a mídia não perdoou, apontando
toda a sua artilharia para ele.
Então
houve uma tendência em se refugiar para o porto mais seguro, o que
menos aparece, o que menos muda, justamente o governador.
Governador
este que tem sobre si acusações gravíssimas de corrupção sendo
investigadas pelo Ministério Público, mas que a grande maioria da
população desconhece pois não são publicadas na grande mídia.
Então,
temos dois fatores que se somam: bombardeamento em Haddad e blindagem
em Alckmin. É a mídia em ação.
Mais
um fator: em São Paulo, tanto na capital como no interior, devido à
políticas de distribuição de renda e de aumento real do salário
mínimo, o pobre passou a ter acesso a bens aos quais antes não
tinha. Pôde comprar seu carro novo, sua TV de 40 polegadas, seu
aparelho de som, suas roupas de grife, e agora já pode viajar de
avião. Passou a se tornar uma nova classe. Já não se enxerga como
pobre. Olha-se no espelho e diz: agora faço parte de uma elite. E
para completar o figurino, faltava votar como a elite. No Alckmin.
O
síndico Tim Maia já tinha uma explicação para isso, bem antes de
falecer. Dizia que no Brasil pobre é de direita. Ele tinha razão.
É
a tal de direita pão com ovo.
Do blog Essa Porra de Vida |
Nenhum comentário:
Postar um comentário